Ouvir música durante as sessões de hemodiálise diminui a ansiedade dos pacientes, como mostra uma pesquisa realizada na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP. O estudo da enfermeira Lucimara Moreli avaliou o efeito da música como terapia complementar. O trabalho analisou a intervenção nos aspectos fisiológicos e emocionais dos pacientes em hemodiálise. Variáveis como frequência respiratória, cardíaca, temperatura e pressão arterial não sofreram alterações, porém a ansiedade reduziu significativamente.
Com as informações coletadas na Unidade de Diálise do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HC-FMRP) da USP, a enfermeira ressalta que pessoas com Insuficiência Renal Crônica (IRC) sofrem modificações em suas atividades, uma vez que têm que passar pelo processo de hemodiálise três vezes por semana.
Durante a pesquisa, com 55 pacientes com IRC, cada um escolheu seu ritmo musical preferido e ouviram durante 30 minutos na sessão de hemodiálise, que dura cerca de quatro horas. “A maioria deles, 43,5%, escolheu sertanejo, mas também recebemos pedidos de pagode, gospel, MPB, jazz e blues”, conta Lucimara.
Terapia complementar
O estudo também analisou o grau de aceitação da intervenção pelos pacientes. “Observamos que os participantes gostaram da terapia complementar e a avaliaram como importante para a melhoria do tratamento”, afirma a pesquisadora.
“Com essa pesquisa, buscamos auxiliar os profissionais da saúde no tratamento dos pacientes com IRC, mostrando que a enfermagem pode e deve realizar intervenções com terapias complementares”, diz a pesquisadora.
A dissertação Efeito da música sobre o estresse em pacientes renais crônicos em tratamento hemodialítico: estudo quase-experiemental, orientada pela professora Emília Campos de Carvalho, foi realizada entre julho e dezembro de 2012 e a defesa em abril deste ano.