Como parte do conjunto de ações estratégicas para o enfrentamento das arboviroses e do aumento de casos de dengue no Brasil, o Ministério da Saúde inicia, nesta sexta-feira (16/2), um estudo para avaliar a efetividade da vacina na população adulta. A iniciativa acontece em Guaratiba, zona Oeste do Rio de Janeiro. A pesquisa vai imunizar 20 mil pessoas voluntárias, entre 18 e 40 anos de idade, residentes da região e com cadastro ativo em uma das 10 unidades locais de Atenção Primária. O objetivo é comparar a incidência de infecção sintomática de dengue em um grupo vacinado com a incidência entre não vacinados. Com isso, será possível medir a efetividade do imunizante na prevenção de casos sintomáticos de dengue por qualquer sorotipo. O estudo, realizado em parceria com a Fiocruz e com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, vai oferecer novas evidências científicas para subsidiar a tomada de decisão na vacinação dos demais públicos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da faixa etária de 4 a 60 anos.
A proposta foi apresentada ao governo federal pela Secretaria de Saúde do município que, por sorteio, selecionou os meses de nascimento maio, agosto, outubro e novembro como critério de definição dos participantes. Os moradores de Guaratiba, Barra de Guaratiba, Pedra de Guaratiba e Ilha de Guaratiba nascidos nos quatro meses sorteados estão aptos a participar da pesquisa. Não poderão participar as pessoas que estiverem gestantes ou amamentando, se tiverem contraído dengue nos últimos seis meses, se tiverem problemas de imunodepressão ou se receberam hemoderivados nos últimos três meses. Os voluntários serão acompanhados mensalmente por meio eletrônico, para monitoramento ativo, ao longo dos próximos dois anos. Confira a lista da população elegível no site da Prefeitura do Rio de Janeiro.
A aplicação da vacina será feita de forma escalonada e os primeiros a serem atendidos serão os usuários elegíveis cadastrados no CMS Mourão Filho, no bairro de Barra de Guaratiba. A ação se associa ao estudo já desenvolvido na cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul, desde 3 de janeiro. Também a uma pesquisa nacional de efetividade vacinal, desenvolvida pela Fiocruz Bahia, além de outros estudos em fase de análise pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. A parceria entre o Ministério da Saúde e a prefeitura da capital fluminense envolve também pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e da Fiocruz.
O Ministério da Saúde desenvolveu, ainda, uma estratégia de farmacovigilância ativa, cruzando dados de notificação de dengue dos sistemas de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), de Informações Hospitalares (SIH) e de Informação sobre Mortalidade (SIM) com os dados individualizados de vacinação. A pasta conta com laboratórios de referência para identificar e sequenciar os sorotipos do vírus da dengue, como os do INI/Fiocruz e do Instituto Adolfo Lutz.