A Fiocruz recebeu, nos dias 14, 15 e 16 de janeiro, a visita de uma comitiva da Casa Civil da Presidência da República, que esteve na Fundação para conhecer de perto o trabalho desenvolvido pela instituição em diversas áreas, da produção de vacinas e medicamentos à pesquisa clínica e à atuação nos bancos de leite humano, entre outros campos. O ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, que esteve pela primeira vez na instituição, participou dos dois primeiros dias da visita e se disse feliz em ver a capacidade da Fiocruz em dar respostas aos problemas de saúde pública. Ele disse que a Fiocruz, aos 120 anos, tem muito o que contribuir para pensar o futuro do Estado brasileiro e também em propor soluções aos desafios da ciência e tecnologia.
Após uma foto oficial registrada em frente ao histórico Castelo de Manguinhos, sede e símbolo da Fiocruz, a comitiva ministerial se dirigiu à Casa de Chá, o antigo refeitório em que Oswaldo Cruz se reunia com seus assistentes, para as primeiras apresentações e intervenções a respeito da visita. A equipe ministerial foi composta pelo secretário-executivo da Casa Civil, Sérgio Pereira, e pelo subchefe de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, Heitor Freire de Abreu. Pela Fiocruz, estiveram presentes a presidente, Nísia Trindade; os vice-presidentes de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde, Marco Menezes; de Educação, Informação e Comunicação, Cristiani Machado; e de Desenvolvimento Institucional e Gestão, Mario Moreira; o chefe de Gabinete da Fundação, Valcler Rangel; o coordenador das Ações de Prospecção, Carlos Gadelha; e o coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência, Rivaldo Venâncio. Ao intervir, a presidente Nísia presenteou o ministro com o livro Manguinhos: do sonho à vida, da Editora Fiocruz.
O ministro Braga Netto fez um breve relato das funções da Casa Civil, órgão que coordena as ações dos demais ministérios e é de grande importância na relação institucional com os outros poderes, papel que ganhou ainda mais importância diante da pandemia. “Tudo é gestão e é por meio de uma boa gestão que surgem os frutos. Assim também ocorre no enfrentamento da atual crise sanitária. Por isso é fundamental que trabalhemos juntos e alinhados, para que possamos obter o melhor encaminhamento e sobretudo os melhores resultados para a população. Precisamos de parceria”.
Em seguida os visitantes se dirigiram à Unidade de Apoio ao Diagnóstico de Covid-19, um conjunto de plataformas automatizadas, dotadas de equipamentos que permitiram ampliar o processamento das amostras de pacientes com suspeita da doença. O ministro conheceu os laboratórios de Sorologia e de Biologia Molecular e ouviu da coordenadora-geral da Unidade, Erika Martins de Carvalho, uma explicação pormenorizada do funcionamento do espaço, que funciona ininterruptamente, 24 horas por dia, sete dias por semana. A ação faz parte da estratégia nacional para aumentar a capacidade de realização de exames diagnósticos moleculares para o Sars-CoV-2 e também do processamento de exames em tempo reduzido.
Depois da Unidade de Apoio ao Diagnóstico de Covid-19, Braga Netto conheceu o Centro Tecnológico de Vacinas (CTV) do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), onde foi recebido pelo diretor Maurício Zuma. No local o ministro pôde conhecer todo o processo de produção de vacinas, observou detalhadamente as linhas de montagem e viu o passo-a-passo que os trabalhadores do Instituto seguem ao fabricar imunizantes para o SUS. “Aqui eu sinto confiança e tranquilidade”, afirmou Braga Netto, ao qualificar o trabalho de Bio-Manguinhos. Ao observar o enorme painel que mostra como ficará o futuro Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (Cibs), sediado no Distrito Industrial de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, numa área de 580 mil metros quadrados, o ministro quis saber os detalhes sobre o projeto. O Cibs permitirá aumentar em até quatro vezes a capacidade de produção de vacinas e biofármacos para atender prioritariamente às demandas do Sistema Único de Saúde (SUS).
A última etapa da visita do ministro ao campus de Manguinhos ocorreu no Centro Hospitalar Covid-19 do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz). Ele foi recebido pela diretora, a pesquisadora Valdiléa Veloso, que contou a origem do Instituto, que começou como Hospital de Manguinhos, em 1912. O nome atual é uma homenagem ao pesquisador Evandro Chagas, que em 1936 criou o Serviço Especial de Grandes Endemias, cuja finalidade era pesquisar e controlar doenças e vetores, especialmente no Norte e Nordeste. A diretora mostrou também painéis que contam a história do INI ao longo das décadas.
Segundo Valdiléa, o Centro Hospitalar Covid-19, inaugurado em 2020, é um dos grandes legados deste período de pandemia. Construído em tempo recorde, o espaço conta com isolamento para infecções por aerossóis, é operado para assistência a pacientes em alta complexidade e tem sistema de apoio diagnóstico próprio. “Eu desconheço, no mundo, um espaço que tenha uma estrutura como esta em um único lugar, que trará importantes contribuições para a pesquisa clínica”, disse a diretora, que detalhou para o ministro as rotinas do Centro Hospitalar, a atuação dos profissionais ali alocados e o tratamento ministrado aos pacientes.
Visita a Farmanguinhos
No dia seguinte, sexta-feira (15/1), o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), em Curicica, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, recebeu o ministro Walter Braga Neto. A visita teve como objetivo apresentar as instalações fabris e as atividades desenvolvidas pelo Instituto, que atua como parceiro estratégico do Ministério da Saúde, sobretudo na produção de medicamentos essenciais para abastecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
A equipe ministerial contou ainda com o secretário-executivo da Casa Civil, Sérgio Pereira, e o subchefe de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, Heitor Freire de Abreu. Acompanhada pela presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, pelo chefe de Gabinete da Fundação, Valcler Rangel, e pelo coordenador de Prospecção Tecnológica Carlos Gadelha, a comitiva da Casa Civil foi recepcionada pelo diretor Jorge Mendonça.
A comitiva visitou o Controle da Qualidade, onde conheceu os laboratórios e a dimensão dos procedimentos realizados na área. Na sequência, os visitantes foram conduzidos até os laboratórios de Tecnologia Farmacêutica (LTF) e de Estudos do Estado Sólido (LEES). Em seguida, conheceram a área de produção.
Durante o encontro, a vice-diretora de Operações e Produção, Elda Falqueto, destacou o insumo principal da rotina fabril na instituição. “Trabalhamos com paixão. Temos enraizados este orgulho de ser Fiocruz. Produzimos com paixão por sermos um Instituto que tem o compromisso em atender a saúde da população”, afirmou.
Braga Netto e demais integrantes do Ministério acompanharam todo o processo de fabricação de um medicamento, desde o recebimento e preparação dos insumos, verificando etapa por etapa até chegar à embalagem final. Ainda na área fabril, a equipe ministerial conferiu as novas linhas de produção, como a de granulação úmida e a de imunossupressores, com bastante interesse e troca de informações sobre as perspectivas futuras.
Durante a visita, o ministro conversou sobre organização orçamentária e demonstrou interesse em alguns projetos, em especial no de adequação de uma área especificamente para fabricação de medicamentos para tuberculose. Neste sentido, o ministro falou sobre produção estratégica para os programas de governo. “Farmanguinhos tem uma bagagem excepcional e projetos estratégicos e essenciais para a população, como a futura planta de tuberculostáticos”, avaliou.
O ministro visitou o sítio do Complexo Tecnológico de Medicamentos, onde pôde observar todo o campus e outras importantes áreas que reafirmam o comprometimento de Farmanguinhos com sua missão. Ele esteve também no centro de tecnologia ambiental, na central de reciclagem, estação de tratamento de efluentes, além da flexografia, responsável pela confecção de embalagens primárias (blisters e envelopes), rótulos e bulas.
Para o diretor Jorge Mendonça, a visita do ministro-chefe da Casa Civil foi importante porque demonstra a importância da unidade e da Fiocruz. “Este é o momento em que, mais do que nunca, Farmanguinhos, reitera seu papel estratégico para salvar vidas e une forças com o Governo Federal para cuidar da saúde da população brasileira”, assinalou o diretor.
Visita ao IFF
No sábado (16/1) foi a vez de o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), no Flamengo, receber a visita de representantes da Casa Civil da Presidência da República. Após a apresentação geral das diferentes áreas e ações do IFF, conduzida pelo diretor do Instituto, Fábio Russomano, o secretário-executivo Sérgio Pereira agradeceu o desempenho da Fiocruz e do Instituto durante a pandemia. “Decidimos vir aqui para termos uma noção mais ampla da cadeia produtiva da Fiocruz, do que é a Fundação como um órgão de referência de ciência e da saúde e, no cenário da Covid-19, entendermos melhor como podemos trabalhar para melhorar o sistema de saúde, não só na questão de recursos, mas também com diversos apoios”, comentou.
Alguns temas em destaque do encontro foram os principais desafios de infraestrutura da instituição, a liberação de recursos de emendas parlamentares, bem como as principais conquistas do Instituto, como o trabalho do Banco de Leite (BLH), as ações do Centro de Genética Médica e Centro de Referência de Doenças Raras, a contribuição das áreas de Obstetrícia, Neonatologia e Cirurgia Pediátrica na evolução e qualidade de vida de recém-nascidos com malformações. Também foram abordadas as ações nacionais, desenvolvidas em conjunto com o Ministério da Saúde para a redução da morbimortalidade materna e infantil.
Após a reunião, os representantes da Casa Civil visitaram as instalações da Unidade de Pacientes Internados (UPI) Pediátrica, da Unidade de Pacientes Graves (UPG), da Área de Atenção à Saúde da Gestante, da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI Neonatal) e do Centro de Imagem. Ao final, o diretor Fábio Russomano, ressaltou que a visita foi uma oportunidade de expor as atividades locais, regionais e nacionais do Instituto. “Como a Casa Civil é coordenadora de todos os ministérios e centralizadora de informações que demandam posicionamento do Poder Executivo, conhecer nossas necessidades e estabelecer canais de comunicação são importantes para o bom encaminhamento de projetos e ações como os mencionados durante a apresentação, dentre eles o projeto de lei para extensão do Atendimento Pré-Hospitalar (APH) para o IFF e para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), o projeto do novo prédio na Zona Portuária e a liberação de recursos de emendas parlamentares”, alegou.
A presidente da Fiocruz, Nísia Trinidade Lima disse, a respeito da visita do secretário-executivo, que “conhecer de perto uma unidade como esta permite entender suas linhas de cuidado e é uma forma de ver o papel do Instituto como referência no sistema de saúde. Também apontamos os gargalos, principalmente de infraestrutura e na área de recursos humanos, nossos grandes desafios de fixar jovens profissionais, além de dar uma dimensão da importância desse trabalho na área de doenças raras, na neonatologia, na obstetrícia e as ações que são feitas em todos os campos da saúde da mulher, da criança e do adolescente”, concluiu. O encontro contou ainda com a participação do vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Marco Menezes.