Começou nesta quarta-feira (04), em Curitiba (PR), o I Encontro Nacional de Redes de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde (SUS). O evento, que termina na próxima sexta-feira (6), é promovido pelo Ministério da Saúde, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Prefeitura de Curitiba e da Secretaria de Saúde do Paraná, com apoio da Organização Panamericana de Saúde(OPAS). Nesses três dias, os participantes desenvolvem a troca de experiências, aprofundamento da discussão e a elaboração coletiva de proposições sobre o trabalho em rede na saúde mental.
Na cerimônia de abertura, a diretora do Departamento de Atenção Especializada e Temática do Ministério da Saúde, Leda Lúcia Vasconcelos, ressaltou a importância do evento num momento em que os problemas das drogas, principalmente o crack, são discutidos abertamente pela sociedade. “Esse evento serve para mostrar que vale a pena lutar por uma organização de ações e serviços de saúde que utilize o cuidado como um momento libertador e que as pessoas não devem se sentir sozinhas na construção de uma sociedade que respeite os diferentes e suas diferentes necessidades”, disse Leda Vasconcelos aos quase 4 mil presentes.
Durante os três dias de encontro serão discutidos também os novos dispositivos de saúde; a ampliação do acesso; a questão do crack; o debate das internações compulsórias; o protagonismo de usuários e familiares; a afirmação e construção de direitos e outros temas relevantes.
Crack é possível vencer – Lançado em dezembro de 2011, o programa Crack é Possível Vencer já criou 1.905 novos leitos. Em todo o País, foram habilitados e já estão funcionando 43 CAPS AD III (430 leitos), 60 Unidades de Acolhimento (900 leitos), e 90 Consultórios na Rua e 635 leitos em enfermarias especializadas em álcool e drogas em hospitais gerais. Para abertura dos serviços o Ministério da Saúde investiu R$ 1,4 bilhão nesse período.
Rede de Saúde Mental conta hoje com 2.046 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Juntos eles podem realizar 41,5 milhões de atendimentos por ano. Desse total, os CAPS Álcool e Drogas podem realizar mais de 8,08 milhões a cada 12 meses (em 2011 essa capacidade era de 6,2 milhões de procedimentos – aumento de 25%). Todas as unidades da Federação já aderiram ao programa, além do Distrito Federal e 118 municípios com mais de 200 mil habitantes.
Os recursos são aplicados na implantação ou qualificação de Consultórios na Rua, Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas 24h (CAPS AD III), Unidades de Acolhimento (UA) e na criação de leitos em enfermarias especializadas em saúde mental. São recursos de incentivo, para auxiliar os municípios e estados na implantação de novos serviços, e de custeio, para contribuir com a manutenção dos serviços em funcionamento.
Ao todo, o Ministério da Saúde vai investir R$ 2 bilhões até 2014 nas ações do programa. Além do fortalecimento dos serviços de saúde, o governo federal investe em assistência social e segurança pública. Somados, os investimentos globais do programa devem chegar a R$ 4 bilhões até 2014.