Nesta segunda-feira (10), postos de saúde e escolas públicas e privadas iniciam a vacinação contra o vírus Papiloma Vírus Humano (HPV) em meninas de 11 a 13 anos. A meta do Ministério da Saúdevacinar 80% do público-alvo, formado por 5,2 milhões de meninas nessa faixa-etária.
O vírus HPV é a principal causa do câncer do colo de útero, terceiro tipo mais frequente entre as mulheres, atrás apenas do de mama e de cólon e reto. A vacina – que passa a integrar o calendário nacional – também estará disponível nas 36 mil salas de vacinação da rede pública de saúde durante todo o ano. A segunda dose será aplicada após seis meses da primeira e a terceira, de reforço, cinco anos após a primeira dose.
O Blog da Saúde conversou com algumas mães de garotas nesta faixa etária para saber qual a expectativa em relação a essa nova campanha de vacinação. A estudante universitária Nilcemary Rodrigues de Andrade, de Recife (PE), tem uma filha de 11 anos e diz que certamente irá vaciná-la.
“Tomei conhecimento da vacina através da pediatra da minha filha, que sugeriu que eu a vacinasse”, relata Nilcemary. Ela garante estar atenta ao calendário de vacinação e sempre completa o cartão de vacina da filha. “Porque é importante para a saúde e eu me preocupo com isso”, completa.
Ela conta que soube mais sobre o câncer de colo do útero após a apresentadora de TV Ana Maria Braga desenvolver a doença, o que lhe chamou atenção. “Eu me preocupo muito em ler sobre o assunto, procurar um tratamento. Faço o preventivo dos cânceres sempre. Neste caso, tenho que me preocupar com minha filha também”, resume Nilcemary.
Para saber tudo sobre o HPV acesso o Guia Prático sobre o HPV: Perguntas e Respostas
Mãe com filha na faixa etária de se imunizar contra o HPV, a assistente social Jackelinne Kênia Botelho tinha até vacinado a filha mais velha, tamanha é a importância que ela dá à prevenção ao câncer de colo do útero. Moradora de Cristalina (GO), Jackelinne pagou a vacina para a filha mais velha – que na rede privada gira em torno dos mil reais – e agora comemora a chegada da vacina ao Sistema Único de Saúde (SUS).
“Vou poder vacinar a filha mais nova de graça, assim que começar a campanha vou leva-la à unidade de saúde”, declara. Segundo Jackelinne, quanto mais prevenção melhor. “Tem que ter e tem que vacinar. Eu fiz na minha primeira filha e foi ótimo, quanto mais vacina tiver para esse tipo de doença melhor”, conclui Kênia.
O Distrito Federal foi a primeira Unidade da Federação a imunizar meninas contra o HPV. A campanha teve início nas escolas públicas e particulares em abril de 2013 e vacinou aproximadamente 50 mil meninas de 11 a 13 anos. A psicóloga de Brasília (DF), Carolina Oliveira, tem uma filha de 11 anos que foi uma das vacinadas no DF. “Se tivesse outra filha para vacinar eu vacinaria também”, relata Carolina.
Ela acredita que quando se trata de doenças mais graves – como o câncer do colo do útero – onde o tratamento pode ser mais agressivo e inclusive deixar sequelas, não se pode ignorar e não vacinar. “Como é o câncer de colo do útero, eu prefiro preveni-la. E a orientação que recebi do pediatra foi de dar a vacina”, conta Carolina OliveIra.
Proteção – O Ministério da Saúde adquiriu 15 milhões de doses para o primeiro ano de vacinação. A vacina utilizada é a quadrivalente, que confere proteção contra quatro subtipos (6, 11, 16 e 18) do HPV, dos quais dois (subtipos 16 e 18) são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero em todo mundo. Usada como estratégia de saúde pública em 51 países, a quadrivalente é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e tem eficácia de 98% contra o vírus HPV.
A vacinação é o primeiro de uma série de cuidados que a mulher deve adotar para a prevenção do HPV e do câncer do colo do útero. Ela não substitui a realização do exame preventivo e nem o uso do preservativo nas relações sexuais. O Ministério da Saúde orienta que mulheres na faixa etária dos 25 aos 64 anos façam o exame preventivo, o Papanicolau, a cada três anos, após dois exames anuais consecutivos negativos. Saiba mais sobre a campanha aqui.