Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) tem sinal forte de crescimento nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). É o que aponta a edição do Boletim InfoGripe Fiocruz, divulgado nesta quarta-feira (2/2).
Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) tem sinal forte de crescimento nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). É o que aponta a edição do Boletim InfoGripe Fiocruz, divulgado nesta quarta-feira (2/2). A análise, referente à Semana Epidemiológica (SE) 4 (período de 23 a 29 de janeiro), que tem como base dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 31 de janeiro, indica que 23 Unidades da Federação (UFs) apresentam algum sinal de crescimento, e que 22 UFs apresentam ao menos uma macrorregião de saúde com nível de casos semanais de SRAG considerado muito ou extremamente alto, somando um total de 76 das 118 macrorregiões de saúde do país.
Referente ao ano epidemiológico 2022, já foram notificados 35.279 casos de SRAG, sendo 16.593 (47,0%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 8.349 (23,7%) negativos, e ao menos 7.616 (21,6%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os casos positivos do ano corrente, 10,6% são Influenza A, 0,1% Influenza B, 2,3% vírus sincicial respiratório (VSR), e 79,5% Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 10,6% Influenza A, 0,1% Influenza B, 2,3% vírus sincicial respiratório, e 79,5% Sars-CoV-2 (Covid-19).
O cenário aponta crescimento em todas as faixas etárias da população adulta, desde o final de novembro e início de dezembro, até o presente momento, exceto para a faixa etária de (20-29 anos). Entre crianças e adolescentes (0-9 e 10-19 anos), observa-se manutenção da tendência de queda iniciada na virada do ano. Na população adulta, é possível observar uma redução na taxa de crescimento nos grupos abaixo de 70 anos.
As análises apontam que o aumento significativo de casos associados ao vírus Influenza A (gripe) ao final de novembro e ao longo do mês de dezembro, tendo inclusive superado os registros de Covid-19 em algumas destas semanas, já não está mais presente. Para Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, o aumento atual dos casos de SRAG está fundamentalmente associado à Covid-19, uma vez que a epidemia de Influenza (gripe) já parece ter se encerrado na maior parte dos estados.
“Embora os dados associados às últimas semanas ainda sejam parciais, há indício de que a epidemia de Influenza já tenha retornado a volumes basais, pós-epidêmicos, tendo atingido pico de casos nas últimas semanas de dezembro, embora a situação de cada estado seja ligeiramente distinta para cada território. Em relação à Covid-19, os dados relativos ao final de dezembro e primeira semana de janeiro já apontam para a retomada do cenário de predomínio da Covid-19 e manutenção do crescimento até o momento. Mesmo na população infantil (0-9 anos), para a qual os vírus sincicial respiratório (VSR) e Influenza A ainda prevaleciam, também se observa tendência de aumento nos casos positivos para Covid-19, já superando os demais que mantém tendência de queda”, comenta.
Estados
A análise indica que 20 das 27 unidades federativas apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas 6 semanas) até a SE 4: Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Embora Bahia, Pará e Pernambuco apresentem sinal de estabilidade na tendência de longo prazo, a tendência das últimas três semanas é de crescimento. O Distrito Federal apresenta sinal de estabilidade nas duas tendências analisadas, enquanto Espírito Santo, Rondônia e Sergipe apresentam sinal de queda na tendência de longo prazo e estabilidade nas últimas três semanas. Todas as Unidades da Federação apresentam ao menos uma macrorregião de saúde em nível de casos semanais alto ou superior, sendo que em 22 das 27 UFs há pelo menos uma macrorregião com nível considerado muito alto ou extremamente alto.
Capitais
Em relação às capitais, nota-se que 19 das 27 apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a SE 4: Belém (PA), Belo Horizonte (MG), plano piloto de Brasília e arredores (DF), Boa Vista (RR), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ) e São Luís (MA). Em Aracaju (SE), Porto Velho (RO), Recife (PE) e Vitória (ES), embora apresentem sinal de estabilidade ou queda na tendência de longo prazo, estão com sinal de crescimento na tendência de curto prazo. Em Teresina (PI) observa-se sinal de estabilidade nas duas análises; em Salvador (BA) o sinal é de queda na tendência de longo prazo e estabilidade no curto prazo; e em Fortaleza (CE) e São Paulo (SP) têm-se sinal de queda nas duas análises de tendência. Dentre as que apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo, apenas em Belém, Belo Horizonte, Florianópolis e São Luís este sinal é moderado (probabilidade > 75%), enquanto nas demais o sinal é forte (probabilidade > 95%).
Óbitos por SRAG no país
Referente aos casos de SRAG de 2022, já foram registrados 3.958 óbitos, sendo 2.861 (72,3%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 472 (18,7%) negativos, e ao menos 219 (5,5%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os positivos do ano corrente, 9,8% são Influenza A, 0,1% Influenza B, 0,2% vírus sincicial respiratório (VSR), e 88,5% Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 9,8% Influenza A, 0,1% Influenza B, 0,2% vírus sincicial respiratório (VSR), e 88,5% Sars-CoV-2 (Covid-19).