Divulgado nesta sexta-feira (3/2), o novo Boletim InfoGripe Fiocruz mostra a manutenção de um cenário positivo para casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) pelo país. A maioria das unidades da Federação (UF) mantém queda ou estabilidade em um patamar relativamente baixo quando comparado com o histórico dos últimos anos.
O estudo aponta, ainda, para sinal de queda nas tendências de longo (últimas seis semanas) e curto prazo (últimas três semanas). Referente à Semana Epidemiológica (SE) 4, período de 22 a 28 de janeiro, a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 30 de janeiro.
Os dados indicam predomínio dos casos positivos para Sars-CoV-2 (Covid-19) em todas as faixas etárias a partir de 5 anos, com maior destaque na população adulta. Já entre crianças de 0 a 4 anos o vírus sincicial respiratório (VSR) mantém presença expressiva especialmente no Espírito Santo, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo e nos três estados da Região Sul. Desses, apenas o DF aponta manutenção de patamar elevado de casos de SRAG nessa faixa etária. Os demais já apontam para redução nas semanas recentes.
De acordo com o pesquisador Marcelo Gomes, os poucos estados com crescimento de SRAG nas últimas semanas mostram um cenário compatível com a oscilação observada em período de baixa. “Eventualmente, temos uma pequena elevação em uma semana ou outra – isso faz com que a tendência aponte para um possível crescimento, mas dentro de um cenário compatível com, simplesmente, uma flutuação natural”, comentou o coordenador do InfoGripe.
Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 0,9% para influenza A, 0,7% para influenza B, 18,8% para vírus sincicial respiratório e 71,3% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 1,1% para influenza A, 0,0% para influenza B, 1,5% para vírus sincicial respiratório e 94,7% para Sars-CoV-2.
Estados e capitais
Das 27 unidades federativas, apenas Acre, Amazonas e Maranhão apresentam crescimento na tendência de longo prazo até a semana 4. No AM e MA, o volume de casos semanais ainda é baixo em relação ao histórico, e os dados por faixa etária são compatíveis com um cenário de oscilação. No AC, há aumento entre as crianças e a população adulta.
Cinco das 27 capitais apresentam crescimento na tendência de longo prazo até o mesmo período: Macapá (AP), Manaus (AM), Palmas (TO), Rio Branco (AC) e Vitória (ES). Em Rio Branco, o crescimento se concentra principalmente entre crianças pequenas. Nas demais quatro capitais, os dados por faixa etária sugerem que o crescimento se trata de oscilação em torno de patamar baixo.