Gripe suína tem casos confirmados em quatro continentes

Mais dois países, Nova Zelândia e Israel, confirmaram casos de gripe suína nesta terça-feira, depois que a Organização Mundial de Saúde (OMS) disse que o vírus da doença não pode mais ser contido e os governos agora devem se focar em medidas para amenizar seus efeitos.

Com estas confirmações, a gripe já foi registrada em quatro continentes. Na África, ainda não foram notificados casos da doença.

A doença foi detectada pela primeira vez no México em meados de abril, espalhando-se depois por Estados Unidos, Canadá, Espanha e Grã-Bretanha.

Até agora, a gripe só causou mortes no México. O governo do país confirmou 20 vítimas fatais, suspeita que outras 132 mortes possam ter sido causadas pelo vírus e monitora 1.614 pessoas que podem ter a gripe.

Brasil

O Brasil, ao lado de Guatemala, Peru, Austrália, Coreia do Sul e sete países da União Europeia monitora casos suspeitos.

No Brasil, o governo anunciou que 12 pessoas estão sendo monitoradas sob suspeita de terem o vírus. Todas elas tinham feito viagens a áreas afetadas pela gripe suína.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) alertou para os perigos da automedicação, após relatos de que medicamentos contra a gripe estariam desaparecendo de várias farmácias.

O plano de contingência formulado para conter o possível avanço da gripe do frango, em 2006, está sendo aplicado agora. Voos internacionais estão sendo monitorados e casos suspeitos são levados diretamente a hospitais de referência, capazes de detectar a doença.

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A gripe suína é uma variante do tradicional vírus H1N1, que atacava porcos e passou a atingir humanos.

Os sintomas são febre alta (superior a 39°C) e repentina, tosse, dores de cabeça intensas, dores musculares e nas articulaçãoes, irritação nos olhos e corisa.

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Pandemia e vacina

"Com a disseminação do vírus… fechar fronteiras ou restringir viagens tem muito pouco efeito na contenção desse vírus", disse o diretor-geral-assistente da Organização Mundial de Saúde, Keiji Fukuda.

A organização anunciou que estava aumentando seu nível de alerta para 4 – dois níveis abaixo do referente a uma pandemia.

Segundo ele, o aumento no nível de alerta representa "um passo significativo em direção a uma pandemia de gripe", mas ele ressaltou "que uma pandemia não é considerada inevitável".

O nível de alerta grau 4 sinaliza que o vírus está mostrando a capacidade de ser transmitido entre humanos, com a possibilidade de causar surtos em comunidades.

Os primeiros lotes de vacina contra a gripe suína podem estar prontos em quatro ou seis meses, mas, de acordo com Fukuda, levará mais alguns meses para que ela seja produzida em grandes quantidades.

Especialistas em saúde afirmam que o vírus da gripe suína tem a mesma origem de vírus que causam surtos periódicos em humanos. Mas eles afirmam que a nova versão do vírus que foi detectada contém material genético de vírus que normalmente afetam porcos e pássaros.

FAO

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), está enviando nesta terça uma equipe para investigar fazendas comerciais de criação de porcos no México que poderiam ser a fonte do surto de gripe suína.

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Em quase todos os casos registrados de gripe suína fora do México, os infectados ficaram apenas levemente doentes e conseguiram se recuperar completamente.

Nos Estados Unidos, mais 20 casos foram confirmados no Estado de Nova York. Casos também foram registrados nos Estados de Ohio, Kansas, Texas e Califórnia. O total de casos confirmados no país já chega a 40.

No Canadá, seis casos foram registrados em pontos diferentes do país.

A gripe suína chegou oficialmente chegou à Europa na segunda-feira, quando testes confirmaram que um jovem na Espanha e duas pessoas na Escócia estavam infectados. Todos eles haviam visitado o México recentemente.

Os infectados na Europa, segundo as últimas informações, estariam se recuperando bem.

Também nesta segunda-feira, o Departamento de Estado dos EUA divulgou um comunicado onde recomenda que os cidadãos americanos evitem viagens "que não sejam essenciais" ao México.

O Ministério das Relações Exteriores da Grã-Bretanha também pediu que os cidadãos do país evitem viajar para o México.

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