Começa com uma perda na visão periférica. Essa perda muitas vezes não é perceptível, pois a visão central, que é onde focamos os objetos, continua normal. Se não for tratado, o glaucoma vai se agravando até que a pessoa passe a enxergar como se estivesse olhando por um cano. É o chamado campo visual tubular. Com o agravamento da doença, a pessoa pode ficar completamente cega. O glaucoma é uma das principais causas de cegueira em todo o mundo.
Foi assim que perderam a visão a mãe e o avô de Nadja Alves Massa, aposentada de 68 anos que reside no Distrito Federal. Ela está com o diagnóstico de glaucoma há 10 anos. “Comecei a ter dificuldade para ler, então fui ao oftalmologista”, relata Nadja. “A gente sente muita dor no globo ocular causada pela inflamação do nervo óptico. Além de sentir um cansaço na vista e dor de cabeça”, explica a aposentada.
Mesmo com os casos de glaucoma na família, dona Nadja não seguia o tratamento como deveria. Ela não costumava usar os colírios para controlar a doença e evitar a perda da visão. Achava que com ela seria diferente, e só veio a se preocupar de verdade quando a mãe perdeu a visão, pouco antes de morrer. Hoje, Nadja tenta evitar a perda do restante da visão com o uso de colírios.
Apesar de não ter uma causa específica, a hereditariedade é um fator de risco importante no caso do glaucoma. E quem perdeu parte da visão não recupera mais. Por isso a importância em descobrir o diagnóstico desde cedo para evitar as complicações. “O médico disse que já perdi 40% da visão do olho esquerdo, além de boa parte da visão periférica”, explica Nadja.
A doença – O glaucoma é uma neuropatia do nervo óptico, que causa sua inflamação, sendo crônica e sem cura. A doença costuma atingir principalmente as pessoas mais velhas, negras e com casos em parentes próximos. Porém, não se restringe a esses casos e todos devem fazer um acompanhamento oftalmológico regular, desde criança, principalmente com o avançar da idade.
O médico oftalmologista Mizael Augusto Pinto, do Hospital Federal da Lagoa, no Rio de Janeiro, recomenda que as consultas sejam feita especificamente com um médico oftalmologista, e não com técnicos de ópticas que medem a pressão ocular. “Não é só medir a pressão ocular, tem que fazer o exame do fundo de olho, além de outros exames que possam acusar a doença”, explica Mizael. Ele lembra que a pressão ocular é um fator importante para determinar o glaucoma, mas existem casos em que a doença aparece mesmo sem a pressão ocular elevada.
Farmácia Popular – O programa Farmácia Popular do Ministério da Saúde fornece medicamentos com até 90% de desconto para o tratamento de doenças como glaucoma, colesterol, rinite, osteoporose, doença de Parkinson, dislipidemia, anticoncepção e fraldas geriátricas. Além de medicamentos gratuitos para o tratamento de asma, hipertensão e diabetes.
Para retirar os medicamentos, basta apresentar o documento de identidade, CPF e receita médica dentro do prazo de validade. Para proporcionar mais opções ao paciente no momento de retirar o medicamento, importante a prescrição tenha o nome do princípio ativo.