Representando o ministro da Saúde na sessão, Fábio Mesquita reiterou também o caráter suprapartidário da Frente – “a resposta do Brasil à AIDS é de Estado e não de um partido ou de um governo; foi construída pelo povo brasileiro e é uma luta de todos” – e o fato de o protagonismo do programa brasileiro servir hoje de exemplo para novas diretrizes de orientação que a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançará ainda este ano para o tratamento do HIV/AIDS, recolocando o país na vanguarda global da luta contra a AIDS.
A diretora do Unaids no Brasil, Georgiana Braga-Orillard, também destacou o fato de a luta contra a AIDS estar acima de quaisquer divisões: “O vírus não tem fronteira, não tem partido, não vê cara, não vê orientação sexual – e temos também de nos unir para combatê-lo”, reiterou. Para Georgiana, o notório recrudescimento do conservadorismo no Brasil e no mundo precisa ser abordado com coragem – e convidou a Casa para intensificar a luta contra todo tipo de discriminação. “Se não trabalharmos contra a discriminação e a violência, jamais chegaremos ao fim desta epidemia”, disse.
Ativista da causa, o deputado Jean Wyllys fez coro, criticando também o fato de existirem hoje, na Casa, deputados que “se recusam a reconhecer a homolesbotransfobia como elemento-chave para os números da incidência da AIDS”.
ESTATUTO – Entre as metas da Frente Parlamentar Mista de Enfrentamento às DST/HIV/AIDS está acompanhar políticas e ações que se relacionem a pessoas vivendo com HIV/AIDS; promover debates, simpósios, seminários e outros eventos pertinentes ao tema; promover o intercâmbio com entes assemelhados de parlamentos e entidades de outros países; e acompanhar a tramitação de matérias na Câmara dos Deputados e no Senado Federal que tratem de DST, HIV e AIDS, examinar projetos de lei sobre o tema que tramitam na Câmara e no Senado, bem como propor ações necessárias para sua efetivação – para citar apenas algumas.