A primavera começou no hemisfério sul na última quinta-feira (22 de setembro). Conhecida popularmente por ser o período do desabrochar das flores, a estação é marcada pela intensificação das chuvas e início da elevação da temperatura, condições climáticas que favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti. A participação de todos na eliminação de criadouros do vetor da dengue, zika e chikungunya é fundamental para a chegada de um verão sem epidemias e surtos dessas doenças.
Após a fêmea do Aedes encontrar um local para depositar seus ovos, de 7 a 10 dias centenas de novos mosquitos chegarão à fase adulta, momento em que é capaz de transmitir os vírus. “A forma mais fácil de controlar o Aedes aegypti é interrompendo seu ciclo de vida. É fundamental que a população se empenhe em eliminar os potenciais criadouros em suas residências. Uma atividade de verificação semanal de apenas 10 minutos é o suficiente para evitar a proliferação do inseto”, explica Denise Valle, pesquisadora do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
A recomendação principal é eliminar todos os recipientes que acumulem água, no caso de pneus, garrafas, vasinhos de plantas, bandejas de ar-condicionado e calhas, por exemplo. Os recipientes que não puderem ser descartados, a orientação é que sejam devidamente vedados, como caixas d’água, tonéis e outros objetos para armazenamento de água, ou ainda tratados, como ralos, piscinas e vasos sanitários de pouca utilização. “A fêmea espalha seus ovos por diversos criadouros. Não podemos nos tranquilizar e encerrar a verificação se no primeiro local já forem encontrados ovos ou larvas. Devemos ficar ainda mais alertas e verificar outros locais próximos”, salienta Denise. Cada fêmea pode colocar até 1.500 ovos em seu curto período de vida, cerca de 30 dias. “É importante olhar a casa com ‘olhos de mosquito’”, conclui a especialista.