A crise do ebola em Serra Leoa gerou protestos no país nesta terça-feira. Irritados com a falta de locais e condições de tratamento para a epidemia, os leoneses foram às ruas e começaram um quebra-quebra no distrito de Kono, no leste do país.
Segundo o correspondente da BBC em Serra Leoa, a confusão começou quando uma equipe médica tentou tirar uma senhora de 90 anos de idade de sua casa para colocá-la em quarentena – ela era suspeita de estar infectada com ebola. O filho da mulher começou a atirar pedras nos médicos e, depois disso, as pessoas da cidade aderiram ao protesto e começaram o quebra-quebra.
A polícia, então, abriu fogo contra os manifestantes e tentou conter a revolta impondo um toque de recolher. A equipe médica rapidamente fugiu do local e foi para um hospital próximo.
Serra Leoa é um dos países mais afetados pela epidemia do ebola no oeste da África. No total, o vírus já matou mais de 4.500 pessoas.
Tratamento
Um novo tratamento para combater o ebola feito a partir do sangue de pessoas que conseguiram sobreviver à doença ficará disponível nas próximas semanas nos países africanos afetados pela epidemia, segundo a OMS.
O serum (nome do tratamento) é feito a partir de uma amostra do sangue de pacientes que conseguiram se curar do ebola – o sangue de quem sobreviveu ao vírus contém anticorpos capazes de combatê-lo, e a ideia é usar esses anticorpos em outros pacientes que ainda estão lutando contra a doença.
A representante da OMS, Marie Paule Kieny, confirmou em Genebra que esse tripo de tratamento chegará à África em breve e também disse que houve avanços no desenvolvimento da vacina e de outros remédios contra o ebola. A expectativa é de que eles estejam disponíveis para uso em janeiro de 2015.
Segurança
Na tentativa de conter a epidemia do ebola, os Estados Unidos estão aumentando ainda mais as restrições de segurança a todos os passageiros que chegam de algum dos três países africanos mais afetados pelo surto – Serra Leoa, Libéria e Guiné.
A partir de quarta, todos os passageiros que saírem de um desses três países terão que entrar nos Estados Unidos apenas por um dos cinco aeroportos designados (JFK ou Newark em Nova York, Washington Dulles, Atlanta ou Chicago) onde eles serão submetidos a vários testes e procedimentos para identificar o ebola.
As novas medidas surgiram como consequência de uma preocupação maior dos Estados Unidos em combater o vírus, que já infectou três pessoas no país – uma delas morreu.