Presente no dia a dia de muitos brasileiros, o café traz uma série de benefícios para o corpo humano. Contudo, a bebida também possui substâncias que podem causar graves problemas de saúde. Segundo a nutricionista Nádia Nascimento Barrem Amore, da Coordenação de Atenção à Saúde do Servidor (CAS) do Ministério da Saúde, o ideal é consumir entre 300mg e 500mg do estimulante ao dia (ou três a cinco xícaras de café). A ingestão acima dessa quantidade tem como possíveis efeitos colaterais: insônia, tremores, irritabilidade, inquietação, enxaqueca, vertigens, palpitações, taquicardia e aumento da secreção gástrica (que produz náuseas, dores e vômitos).
De acordo com a nutricionista da CAS, a substância também causar dependência. “Quando a pessoa apresenta dor de cabeça, nervosismo, ansiedade e sonolência transitória quando não bebe o café como faz habitualmente, é possível dizer que o indivíduo é dependente da cafeína”, afirma.
Além do café, a substância é encontrada em outros alimentos e bebidas, como cacau, guaraná, refrigerantes, chá verde, chá preto, chá mate e chimarrão. Em geral, pode ser consumida por todos. “Só é contraindicada em algumas condições especiais, como na osteoporose, pois alguns estudos demostram que pode levar a uma maior excreção de cálcio, em casos de gastrite, já que a cafeína provoca aumento da secreção gástrica, e para crianças, que precisam aproveitar todo o cálcio ingerido na formação de ossos e dentes (a cafeína diminui a absorção do cálcio)”, aponta Nádia.
Outro alerta é para a quantidade de açúcar usada para adoçar o café. Não se pode esquecer que essa substância provoca cáries, obesidade e outras doenças crônicas não transmissíveis. A diabetes tipo II, por exemplo, está relacionada indiretamente ao consumo excessivo de açúcar. “Essa doença está associada, entre outros fatores, ao excesso de peso corporal e, nesse caso, o aumento do peso pode estar relacionado ao consumo excessivo de lipídeos e carboidratos, incluindo o açúcar simples”, afirma Nádia.
Para a nutricionista Raquel Sanchez Franz, também da CAS, uma opção saudável é substituir o açúcar branco (como o cristal, refinado e de confeiteiro) pelo açúcar mascavo ou demerara, que preservam mais os nutrientes do alimento. “No entanto, deve-se ter moderação na quantidade de quaisquer desses açúcares”, alerta. Já em relação ao adoçante ela diz que o uso deve ser avaliado por um nutricionista. “[O produto] geralmente é recomendado em casos específicos como diabetes e obesidade. Além disso, vale lembrar que os adoçantes também possuem um limite máximo de ingestão”, ressalta.