Estudos recentes sobre câncer na pauta do congresso

Com o objetivo de divulgar estudos recentes na área do câncer, o pesquisador Sergio Koifman, do Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos (Demqs/ENSP), e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública e Meio Ambiente da Escola, apresentou o trabalho História familiar de câncer e câncer de mama em mulheres jovens no Rio de Janeiro, na sessão de comunicação coordenada Epidemiologia do câncer, do VIII Congresso Brasileiro de Epidemiologia, em São Paulo. Koifman esteve presente no painel Epidemiologia molecular e falou sobre a leucemia em lactantes.

O estudo sobre câncer de mama em mulheres jovens contou com a participação de 246 mulheres sem câncer de mama e 224 com câncer de mama, ambos os grupos da faixa etária entre 20 e 35 anos. Esse estudo tem como autor principal Guilhermo Patrício Ortega, médico e aluno de doutorado em saúde pública da ENSP, orientando de Sergio Koifman. De acordo com Koifman, o trabalho obteve várias informações que confirmam achados da literatura indicando que mulheres com parentes de primeiro grau – mãe, filha e irmã – com câncer de mama têm risco mais elevado de desenvolver a doença. Outra condição que também aumenta o risco de desenvolvimento da doença por parentes próximas são casos de câncer em mulheres de menos de 50 anos.

"Diagnosticado o risco do desenvolvimento da doença, essas mulheres devem ser acompanhadas mais rotineiramente, mais cuidadosamente. Essa é a maior recomendação", afirmou Sergio. Ele explicou que, além do câncer de mama, históricos de câncer de ovário ou de próstata em parentes de primeiro grau com menos de 50 anos e, ainda – o que é mais raro -, casos de câncer de mama em homens, são importantes indicadores, pois, normalmente, o câncer acontece com o envelhecimento. "Portanto, esse é um sinal de alerta tanto para homens quanto para mulheres", observou Sergio.

Já na mesa sobre Epidemiologia molecular das leucemias em lactentes, Sergio Koifman revelou ser possível, ainda na vida intrauterina, a ocorrência de alterações genéticas presentes no processo que levam à formação da leucemia durante a infância. "Essas alterações fazem parte da história natural da doença e são consideradas predisposição para o desenvolvimento de câncer".

Sergio apontou que o uso de contraceptivo, de dipirona, pesticidas de ambiente doméstico, tinturas de cabelo, entre outras substâncias, também são contraindicados para mulheres grávidas, pois elevam o risco de a criança desenvolver a doença. Segundo ele, existem estudos que apontam que crianças com grande peso ao nascer também têm mais risco de desenvolver doenças.

"É muito importante ressaltar que ter risco elevado não significa que as pessoas desenvolverão determinadas doenças. Isso é apenas um alerta para que elas fiquem mais atentas do que as outras", ressaltou. Para concluir, ele apontou que esse conjunto de achados deve ser repassado para a população no sentido de alertar, mas não causar pânico. "Sabemos que a população leiga tem mais dificuldade para entender o que é risco e o que é desenvolvimento da história natural da doença, mas a divulgação deve ser feita; de forma cuidadosa, contudo".

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