Estudo sobre inovação na área da saúde é premiado em simpósio internacional

Inovação é um elemento fundamental para a soberania de um país, já que o liberta da dependência de tecnologia importada. No Brasil, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) recebe cerca de 32 mil pedidos de patentes por ano. Um número baixo diante da capacidade intelectual concentrada nos centros de pesquisa, universidades e laboratórios brasileiros. Com o objetivo de melhorar este cenário, Wanise Barroso e Carla Silveira, ambas do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) e Fernando Medina, do Escritório de Projetos do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) elaboraram o estudo Proteção por patentes de inovações radicais e incrementais na área da saúde. O trabalho foi premiado na categoria melhor pôster, no 2º Simpósio Internacional sobre os Desafios e Novas Tecnologias em Descoberta de Drogas e Produção Farmacêutica.

Segundo Wanise, o estudo tem como objetivo promover a discussão da inovação tecnológica na área farmacêutica, destacando a forma de proteção por patentes de inovações radicais e incrementais. Nesse sentido,  consiste em mostrar as diversas possibilidades de inovações radicais e incrementais que podem originar vários pedidos de patente. “A premiação foi o pontapé inicial. Nosso objetivo agora é colocar o projeto em prática na unidade”, frisa. Ela avalia que o grande déficit da balança comercial brasileira é consequência das importações da área da saúde. “Portanto, precisamos gerar inovações na área farmacêutica, a fim de evitar a importação, e, assim, ajudar a equilibrar a balança comercial”, pondera.

O governo vem estimulando a inovação em território nacional por meio de vários incentivos, como o programa Inova Saúde. Lançada em 2013, a iniciativa é voltada para a cadeia produtiva do setor, com foco no desenvolvimento tecnológico. No conjunto de ações estão melhorias na infraestrutura laboratorial, apoio financeiro à inovação e redução no tempo de registro de novos medicamentos. De acordo com Wanise, os diversos incentivos à inovação propostos pelo governo são bem-vindos, mas é necessário capacitar os profissionais para superar alguns entraves. É exatamente neste ponto que o trabalho da equipe, da qual faz parte, pode fazer a diferença, orientando os pesquisadores sobre como identificar os diferentes tipos de inovação.

“A inovação pode ser radical (de produto, ou seja, composto químico) ou incremental (em processo, formulações, pró-ármacos combinações, enanciômeros, polimorfos, uso, etc). No entanto, esses conceitos ainda não são muito bem assimilados pelos profissionais de modo geral. No curso de mestrado de Farmanguinhos, por exemplo, foram identificados vários processos inovadores desenvolvidos na unidade, antes não identificados como inovação, face à discussão de professores com alunos”, revela. Além dos estímulos governamentais, Wanise disse que para atingir os objetivos será preciso uma mudança de cultura, trabalho em equipe e gestão da inovação.

Leia mais no site de Farmanguinhos.

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