Foto: André Boro, HRAC-USP

Estudo preliminar indica que CoronaVac neutraliza novas variantes do Sars-CoV-2

Cirurgia plástica realizada no Centro Cirúrgico do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) da USP, em Bauru.

Artigo publicado em março conclui que, sempre que possível, a cirurgia deve ser adiada por pelo menos sete semanas após a infecção pelo novo coronavírus.

O Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) da USP, em Bauru, participa de uma plataforma de estudos com o objetivo de compreender o impacto da covid-19 em pacientes cirúrgicos e serviços, realizados por um grupo colaborador internacional. Chamada CovidSurg Collaborative, a iniciativa é liderada por pesquisadores da Universidade de Birmingham, na Inglaterra.

O objetivo foi determinar a duração ideal do atraso planejado antes da cirurgia em pacientes que tiveram infecção pelo novo coronavírus. O estudo incluiu 140.231 pacientes submetidos a cirurgia eletiva ou de emergência em 1.674 hospitais de 116 países durante o mês de outubro de 2020.

Os resultados apontaram que o procedimento deve ser adiado, sempre que possível, por, pelo menos, sete semanas após a infecção por SARS-CoV-2. A pesquisa concluiu, ainda, que pacientes com sintomas contínuos por sete semanas ou mais a partir do diagnóstico podem se beneficiar de um adiamento maior.

Um artigo científico resultante dessa colaboração internacional foi publicado em 9 de março na revista Anaesthesia, principal periódico da área de Anestesiologia do mundo.

Para o superintendente do HRAC-USP, Carlos Ferreira dos Santos “essa importante colaboração à ciência e à qualidade e segurança da assistência aos pacientes só foi possível graças à expertise cirúrgica da equipe do HRAC-USP aliada à estrutura aperfeiçoada durante a pandemia, que possibilitou a realização de testes RT-PCR em tempo real para diagnóstico molecular da covid-19 no Laboratório de Farmacologia da Faculdade de Odontologia de Bauru [FOB-USP].”

“Os resultados demonstram o melhor momento para cirurgias eletivas após episódio de infecção por covid-19, quanto à segurança para o paciente. Outros trabalhos desse nosso grupo de pesquisadores deverão ser publicados ao longo dos próximos meses. Trata-se de um dos maiores e mais abrangentes estudos de cirurgia em tempos de pandemia do mundo”, destaca Nivaldo Alonso, chefe da seção de Cirurgia Craniofacial do HRAC-USP.

Já o chefe do Departamento Hospitalar do HRAC-USP e docente do Curso de Medicina da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP, Cristiano Tonello, pontua que o assunto é de extrema importância para a segurança de pacientes positivos para covid-19 que serão submetidos a cirurgias. “O estudo comparou pacientes cirúrgicos com infecção pré-operatória por SARS-CoV-2 com aqueles sem infecção prévia. E apontou risco aumentado, por exemplo, para complicações pulmonares após a cirurgia naqueles com infecção prévia”, conclui.

Com informações da Assessoria de Imprensa HRAC/Centrinho-USP

Mais informações: e-mail imprensa.hrac@usp.br, na Assessoria de Imprensa do HRAC/Centrinho