Com o objetivo de avaliar a associação entre fatores ocupacionais e a ocorrência de hipertensão arterial em um grupo de motoristas de táxi, Marcelo Carvalho Vieira defendeu a dissertação de mestrado "Hipertensão arterial e características ocupacionais em motoristas de táxi no Município do Rio de Janeiro", na Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz). Sob a orientação da pesquisadora do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh) Marisa Moura, o aluno observou que os motoristas são frequentemente submetidos a numerosas exposições ambientais adversas, como calor, vibrações, ruído intenso, gases tóxicos provenientes da exaustão de combustíveis fósseis, além de longas jornadas de trabalho, e associou esses fatores à qualidade da saúde dos trabalhadores.
De acordo com Vieira, foram entrevistados 496 taxistas que utilizavam os pontos de parada regulamentados pela Prefeitura do Rio de Janeiro entre os meses de novembro de 2008 e abril de 2009. O autor utilizou um questionário com perguntas sobre presença e controle da hipertensão arterial, fatores de risco para seu desenvolvimento, perfil sócio-demográfico e características ocupacionais para obter os dados.
O pesquisador disse que, entre os entrevistados, 110 (22,2%) apresentaram diagnóstico anterior de hipertensão arterial. "Uma das coisas que observei e que chamou muito minha atenção foi que o grupo estudado apresentou elevadas freqüências de excesso de peso e sedentarismo. Além disso a maioria tem uma carga de trabalho alta", explicou. Nas pesquisas, o aluno constatou que 44% dos entrevistados afirmaram trabalhar 7 dias por semana e 92% referiram jornadas de trabalho maiores do que 8 horas por dia.
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