Estudo publicado na Cadernos de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) traça as tendências da epidemia de Aids entre os subgrupos populacionais sob maior risco no Brasil. A análise desses dados confirmou que os homens que fazem sexo com homens (HSH) e os usuários de drogas injetáveis (UDI) do sexo masculino ainda constituem subgrupos de maior risco para a doença.
Segundo a pesquisa, a epidemia de Aids no Brasil se mantém concentrada e assim deve permanecer por muitos anos, apesar do crescimento dos casos da doença em mulheres e heterossexuais masculinos. Entre 1980 e 1988, de todos os casos de Aids no país, 63,6% eram HSH e 16,5% eram UDI do sexo masculino, contra 10% de mulheres e 6,6% de homens heterossexuais.
Entre 2001 e 2004, essas proporções haviam mudado consideravelmente: as mulheres já representavam 38,7% dos infectados e os homens heterossexuais, 33,3%; os HSH e os UDI do sexo masculino, por sua vez, passaram a representar parcelas menores, 18,3% e 9,5%, respectivamente. O trabalho utilizou informações do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan), assim como da Pesquisa de Conhecimento, Atitudes e Práticas, realizada pelo Ministério da Saúde.