Ditadura: regime instituído pelo golpe, há 50 anos, deixou marcas no campo da ciência

O regime militar no Brasil, que começou com o golpe de 50 anos atrás e perdurou por duas décadas, atingiu também o mundo científico e deixou marcas na Fiocruz. Móveis atirados pela janela, perda de recursos, aumento dos índices de enfermidades como a doença de Chagas, malária e meningite, perda de milhares de peças do acervo de amostras biológicas, documentos queimados, pesquisadores cassados. Esses são alguns exemplos dos problemas vivenciados pelo Instituto Oswaldo Cruz – transformado em Fundação em 1970 – durante a ditadura, período turbulento que pôs em risco a legitimidade de uma instituição que já havia vencido uma série de batalhas no campo da saúde.

A ingerência governamental na instituição começou logo após o golpe civil-militar, com a indicação do médico Francisco de Paula Rocha Lagoa para a diretoria do Instituto Oswaldo Cruz, em 1964. Por determinação do General Castelo Branco, Lagoa substituiu o bacteriologista Joaquim Travassos da Rocha, que dirigia a instituição desde 1962.

Segundo a cientista social e pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), Wanda Hamilton, os primeiros atritos aconteceram devido a divergências em relação à política científica e institucional do Instituto. “Enquanto alguns profissionais achavam que a maior parte dos recursos deveria ser destinada para a produção de vacinas, outros viam como prioridade o setor de pesquisa”. Com o golpe, recursos anteriormente destinados para pesquisas foram desviados para outros fins pela presidência, e os pesquisadores tiveram que buscar fontes alternativas, como a Fundação Ford, a Fundação Rockfeler e o CNPq. Porém, os pesquisadores continuaram a ser perseguidos e muitos laboratórios, como o de Hematologia, então coordenado por Walter Cruz, foram fechados por falta de financiamento. “Mesmo os recursos que vinham de fundações internacionais passaram a ser direcionados para alguns poucos projetos de pesquisa [os que eram de interesse da direção]. Isso deixou os laboratórios sem recursos para a manutenção da equipe e infraestrutura”.

A ingerência governamental na instituição começou logo após o golpe civil-militar, com a indicação do médico Francisco de Paula Rocha Lagoa para a diretoria do Instituto Oswaldo Cruz, em 1964. Por determinação do General Castelo Branco, Lagoa substituiu o bacteriologista Joaquim Travassos da Rocha, que dirigia a instituição desde 1962.

Segundo a cientista social e pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), Wanda Hamilton, os primeiros atritos aconteceram devido a divergências em relação à política científica e institucional do Instituto. “Enquanto alguns profissionais achavam que a maior parte dos recursos deveria ser destinada para a produção de vacinas, outros viam como prioridade o setor de pesquisa”. Com o golpe, recursos anteriormente destinados para pesquisas foram desviados para outros fins pela presidência, e os pesquisadores tiveram que buscar fontes alternativas, como a Fundação Ford, a Fundação Rockfeler e o CNPq. Porém, os pesquisadores continuaram a ser perseguidos e muitos laboratórios, como o de Hematologia, então coordenado por Walter Cruz, foram fechados por falta de financiamento. “Mesmo os recursos que vinham de fundações internacionais passaram a ser direcionados para alguns poucos projetos de pesquisa [os que eram de interesse da direção]. Isso deixou os laboratórios sem recursos para a manutenção da equipe e infraestrutura”.

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