Dia Mundial do Diabetes – A incapacidade de absorver energia para as células

Todo mundo conhece alguém ou sabe de uma pessoa que tem diabetes. Em 1991, o dia 14 de novembro foi instituído pela Organização Mundial de Saúde(OMS) como o Dia Mundial do Diabetes para alertar a população sobre seus malefícios e como combater a doença que está presente em aproximadamente 371 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a federação Internacional do Diabetes.

Nesta quinta-feira (14), o Ministério da Saúde apresentou dados inéditos sobre o diabetes no Brasil. O percentual de pessoas que se declararam diabéticas passou de 5,3% para 7,4% entre 2006 e 2012. O avanço do diabetes está relacionado ao excesso de peso, à falta de exercícios físicos, à má alimentação e o envelhecimento da população. A pesquisa aponta que 75% do grupo de brasileiros convivendo com o diabetes estão acima do peso. Apesar do crescimento da doença, a taxa de pacientes internados teve redução de 19%. Veja aqui mais dados sobre o diabetes divulgados hoje.

A doença – que é crônica – surge quando a glicose não está sendo absorvida corretamente pelas células do corpo, que precisam dela para gerar energia. Essa absorção é feita por um hormônio produzido pelo pâncreas chamado insulina. O diabetes ocorre quando alguma alteração não permite que a insulina trabalhe para que as células absorvam o açúcar (glicose) necessário para sua sobrevivência. Com causa multifatorial, os principais fatores de risco do diabetes são a hereditariedade aliada à falta de atividade física, obesidade e má alimentação.  Para saber mais acesse a página que o Ministério da Saúde criou sobre o diabetes.

“É possível levar uma vida normal com a doença, mas tem que tomar cuidados com os descuidos no tratamento. Já fui parar duas vezes no hospital por trabalhar virando noite, sem me alimentar adequadamente”, comenta João Gabriel de Oliveira, 30 anos, design gráfico que tem o diabetes tipo 1. Ele explica que às vezes perde o controle do diabete por sobrecarga de trabalho. Existem três tipos principais do diabetes. Para descobrir se você tem faça o teste de glicemia.

O tipo 1, conhecido como insulinodependente, ocorre quando a pessoa não produz insulina para absorção correta do açúcar. Os portadores do tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina para manterem a glicose no sangue em valores normais. Costuma ser mais comum em jovens. O tipo 2, que é responsável por cerca de 90% dos casos do diabetes, aparece quando o corpo produz insulina mas ela não consegue ser absorvida por algum motivo. É mais comum entre pessoas acima de 40 anos, apesar de também ocorrer em jovens, e está geralmente associada à obesidade, sedentarismo e estresse. O diabetes tipo 2 costuma não apresentar muitos sintomas, por isso é chamado de doença silenciosa.

O último tipo é o diabetes gestacional. Ele ocorre em mulheres grávidas que alcançam elevados níveis de glicose na gestação. A doença tende a sumir após o parto, mas as mulheres e seus filhos adquirem risco maior em desenvolver posteriormente o diabetes tipo 2.

João Gabriel descobriu a doença tipo 1 aos seus 22 anos. Ele sofreu os sintomas durante cerca de seis meses. “Eu ficava constantemente desidratado. Bebia muita água e ia ao banheiro constantemente, fazia um xixi muito amarelo. Sentia muita preguiça e indisposição. Ficava ainda com a pele seca e a mão meio branca”, lembra João, que foi diagnosticado e hoje faz dietas e atividades físicas regulares, além de tomar insulina injetável todos os dias. João acredita que seus antigos hábitos alimentares estimularam a doença, “Ia à padaria e comia seis sonhos de uma vez. Costumava fazer brigadeiro quase toda noite”, lembra.

Um problema que existe entre alguns diabéticos é querer negar o tratamento, achar que pode comer o que quiser e negligenciar as atividades físicas.  “Ainda é muito comum pessoas que se negam a tratar o diabetes e não querem mudar os hábitos”, diz Márcio Krakauer, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Diabetes. Isso acaba trazendo graves consequências aos diabéticos.

Foi o que aconteceu com Luiz Aureliano de Carvalho, que viveu no município de Serra Talhada, interior de Pernambuco, e morreu aos 78 anos sem as duas pernas e completamente cego devido às complicações da doença. “Ele ia ao médico e tomava os medicamentos, mas era meio rebelde. Não fazia atividades e a dieta era só dentro de casa, quando saia comia o que queria”, conta o filho de Aureliano, Luiz Filho. Isso acontece porque a medicação não resolve tudo, é preciso sempre aliá-la com atividades físicas e alimentação.

Saúde Não Tem Preço – Com o programa Saúde Não Tem Preço, do Ministério da Saúde, a população brasileira que sofre com hipertensão ou diabetes conta com acesso gratuito aos medicamentos para o tratamento destas doenças.  Desde o início da ação, em 2011, aumentou em cinco vezes o acesso gratuito a medicamentos para hipertensão e diabetes.

A média mensal de pessoas atendidas passou de 1,2 milhão em janeiro de 2011 para 5,5 milhões em setembro de 2013. Houve um aumento de diabéticos com acesso gratuito aos medicamentos de 546%, passando de 306.826 em janeiro de 2011 para 1.757.977 em setembro de 2013. A rede de farmácias particulares cadastradas ao programa é de 23.768, além das 564 unidades próprias do governo. Atualmente, o benefício chega a 3.773 municípios. Em 2011, apenas 578 municípios estavam cobertos com medicamentos gratuitos.

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