Políticas Públicas é o tema do terceiro módulo do curso Mulher Manguinhos – para mulheres que fazem a diferença, criado a partir de uma iniciativa da ENSP, por meio da Coordenação de Projetos Sociais e do Escritório Técnico Multiprofissional de Manguinhos, e direcionado a mulheres engajadas nas diversas ações sociais da comunidade localizada no entorno do campus da Fiocruz, no Rio de Janeiro. A primeira etapa do curso permitiu conhecer melhor a realidade das mulheres da região e as diversas situações de violência sofridas por elas, enquanto a segunda discutiu as condições das mães e a situação das crianças em Manguinhos. As inscrições para a terceira fase estarão abertas de 16 a 20 de agosto.
As aulas acontecem entre agosto e outubro no Espaço Casa Viva. O curso Mulher Manguinhos teve início em maio de 2009 e contou com a participação da ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), Nilcéa Freire, na abertura. Sua palestra abordou a luta pelos Direitos das Mulheres na perspectiva dos Direitos Humanos, a criação da SPM no governo Lula e o trabalho para instituir políticas para igualdade de gênero no país.
O curso é coordenado por Carla Moura (ENSP), Mayalu Mattos (ENSP), Elisabeth Campos (Rede Casa Viva), Patrícia Evangelista, Rosane Marques e Cristina Barros. O primeiro módulo discutiu a condição da mulher por meio de debates sobre o que as coordenadoras chamaram de ‘ser mulher’; a perspectiva da saúde integral dessa mulher; sexualidade e saúde; violência contra mulher; urbanização no Brasil e Manguinhos; geração de trabalho e renda para mulheres; e a crise econômica. No segundo módulo, realizado em setembro de 2009, discutiu-se a situação da infância em Manguinhos.
"Nesse módulo, focamos o lado mãe dessa mulher, seus sonhos e perspectivas para seus filhos. Em Manguinhos, temos uma situação de educação muito complicada com a falta de oferta de vagas para vários níveis de escolaridade. Temos crianças vivendo em profunda situação de vulnerabilidade social e familiar. Traremos especialistas para realizarem oficinas e aulas sobre essa temática", afirmou Carla.
Já o terceiro bloco da formação será voltado para o monitoramento e controle de políticas públicas. Nesse módulo, as coordenadoras do curso pretendem que as mulheres da comunidade possam integrar grupos que se destinem ao monitoramento e controle das políticas públicas para as áreas que acharem prioritárias no campo social. Além das aulas na comunidade, estão previstas visitas de intercâmbio e a participação em projetos bem-sucedidos de formação sociopolítica e geração de trabalho e renda para as mulheres. "Iremos dialogar com vereadores e deputados para verificar como funciona o processo legislativo. Nossa intenção é promover um processo de formação na ação, e vamos priorizar, na matrícula, mulheres que já tenham um determinado engajamento comunitário. Por isso, chamamos o curso de ‘mulheres que fazem a diferença’", revelou Carla.