Cuidar da alimentação é fundamental para prevenir a hipoglicemia

Manter os horários das refeições, não pular refeições, tentar não variar muito os tipos e as quantidades de alimentos em cada refeição. Como fazer? Comer de três em três horas (quando estiver usando insulina em esquema fixo ou hipoglicemiantes orais), comer antes das atividades físicas (inclusive relação sexual). Quando fizer exercício, se for pouco intenso, comer pouca quantidade (uma fruta, um copo de leite); se o exercício for intenso, comer mais do que isso (por exemplo, um copo de leite + fruta ou um sanduíche pequeno, etc). Se estiver usando insulina, quando for fazer exercícios que mexam muito as pernas, aplique insulina nos braços; se também for mexer muito com os braços, aplique insulina na barriga.

Esses cuidados são muito importantes para evitar a queda de açúcar (hipoglicemia), que se manifesta com sensação de tremores, fraqueza, fome, suor frio, nervosismo e/ou sonolência, dificuldade de raciocínio, confusão mental, agressividade ou desmaio. As orientações são do Manual “Diabetes – O que fazer em situações Especiais”, do Dr. Walter J. Minicucci endocrinologista, e médico assistente da Disciplina de Endocrinologia e Metabolismo da Unicamp (São Paulo), que o Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba) está divulgando para ampliar os conhecimentos dos diabéticos no Verão, tempo de mais viagens, férias e mudança de rotina.

O que fazer

Em geral, os sintomas da hipoglicemia acontecem ao mesmo tempo e ocorrem quando a glicemia está abaixo de 50 a 60mg/dl. O que fazer? Se a pessoa estiver acordada, tomar um copo de suco de fruta com açúcar ou refrigerante não dietético, ou água com açúcar, ou chupar duas a quatro balas não dietéticas. Se a pessoa estiver desmaiada ou em coma: colocar açúcar ou mel (uma colher das de sopa cheia) entre a bochecha e os dentes. Massageie a bochecha, provocando aumento de saliva, que derreterá o açúcar e fará com que ele seja engolido mais rapidamente. Não dê líquidos, não a force a abrir a boca. Quando a pessoa estiver acordando, dê suco de fruta, refrigerante não dietético ou leite com pão ou bolachas.

Em pessoas que tenham hipoglicemias noturnas frequentemente, deve – se prevenir outra pessoa, que durma no mesmo quarto ou perto, sobre como agir em uma crise forte. Se tiver dúvida quanto à glicemia estar alta ou baixa, tratar como se fosse hipoglicemia. Prefira sempre usar açúcar ou mel. Se a pessoa com diabetes estiver acordada, também pode-se usar algum líquido açucarado (refrigerantes não dietéticos ou sucos de frutas concentrados). Após comer o recomendado, espere 10 a 15 minutos; se ainda estiver com os sintomas de hipoglicemia, coma mais um pouco. Os sintomas passam, em geral, em 10 a 15 minutos. Se tiver condições, meça a glicemia (com glicosímetro), após comer. “NÃO AGUENTE A CRISE SEM COMER. ISTO É DANOSO PARA SUA SAÚDE”. Se a crise tiver sido muito forte, avise o seu médico.

Após a crise de hipoglicemia, às vezes, ocorre aumento exagerado da taxa de açúcar no organismo. Isto acontece, principalmente, quando se demora a combater a hipoglicemia, preferindo “aguentar a crise” ao invés de comer, ou quando se exagera na comida para tentar se livrar logo da crise. Avise seu médico se as crises forem frequentes. Marque o horário da ocorrência dessas crises. Em caso de crises frequentes, quando for dirigir, evite trajetos longos. Sempre que for dirigir por muito tempo, meça a glicemia antes e após duas horas de viagem. Quando for dirigir por muito tempo, leve algum carboidrato para comer – uma banana ou maçã, ou bolachas – e sempre tenha um sachê de mel ou de glicose. Agir da mesma maneira quando for realizar tarefas perigosas.

Amanhã (quarta-feira), o Cedeba continua divulgando os cuidados que os diabéticos devem ter em situações especiais, enfocando a atenção que deve ser dada aos pés.