O Banco de Tecidos Músculoesqueléticos do Into (Instituto nacional traumatologia e ortopedia) é o responsável pela captação, processamento e distribuição de osso, tendões e meniscos para utilização em cirurgias de transplantes na área da ortopedia e odontologia. Possui equipes preparadas para realizar captações 24 horas por dia, 365 dias do ano.
O desenvolvimento tecnológico e a pesquisa na área de bancos de tecidos fazem parte de suas atividades, com o objetivo de aprimorar constantemente o processamento e a utilização desses tecidos.
Atua em campanhas de divulgação com o intuito de chamar a atenção da sociedade para os problemas enfrentados pelos bancos de ossos brasileiros, que necessitam urgentemente de doadores.
Existem dois tipos de doadores de tecidos: o doador vivo e o doador cadáver. O doador vivo é o paciente que será submetido à cirurgia para colocação de prótese em quadril, na qual é retirada, durante o procedimento, a cabeça femoral. Para ser doador neste caso, deverá o paciente autorizar a utilização da cabeça femoral pelo banco através de consentimento informado. O doador cadáver é o paciente que evoluiu com morte encefálica ou parada cardíaca durante a sua internação hospitalar. A vontade de ser doador deve ser comunicada em vida à família, pois a doação ocorrerá após o óbito e a retirada do tecido só poderá ser feita mediante autorização, por escrito, do parente mais próximo ou responsável legal.
COMO OCORRE O PROCESSO DA DOAÇÃO DE TECIDOS?
Em todos os casos serão realizados alguns exames sorológicos, um questionário epidemiológico e verificação de prontuário para minimizar a possível transmissão de doenças infecto-contagiosas transmitidas pelo sangue (como hepatites B e C, AIDS, malária e outras). A doação também poderá ser excluída se o doador for portador, entre outros fatores, de alguns tipos de câncer, osteoporose, doenças infecciosas ou tiver utilizado, recentemente e por tempo prolongado, corticóide (substância usada em tratamentos de doenças inflamatórias reumáticas, renais e neurológicas).
No caso do doador vivo, durante a cirurgia de colocação da prótese no quadril, onde a cabeça femoral normalmente seria descartada, é realizada a captação da mesma para o banco.
No caso do doador cadáver, o processo começa com a notificação do óbito, pelo estabelecimento de saúde onde se encontra o doador, à Central Estadual de Transplantes, que irá averiguar as possibilidades deste paciente tornar-se doador. A Central de Transplantes entrará em contato com a família e, caso haja a disponibilidade da doação, a equipe de captação do Into irá ao hospital onde se encontra o doador e realizará a cirurgia de retirada. O maior empecilho à doação de ossos é o desconhecimento da população de que o cadáver é reconstituído com material sintético, mantendo a aparência do doador preservada ao final do procedimento. Em nenhuma hipótese, são retirados ossos da face do doador.
COMO OCORRE O PROCESSAMENTO DO TECIDO?
O tecido levado para o banco de tecidos é armazenado em ultra-congeladores, que preservam o tecido captado em até 80 graus negativos. O processamento é realizado em área com rigoroso controle de qualidade. Neste momento, são realizados mais testes para comprovar a qualidade do material e do procedimento de processamento do tecido. Exames bacteriológicos, fúngicos, radiológicos e histopatológicos vão minimizar os riscos para a saúde do receptor. Os resultados dos novos exames, juntamente com os resultados dos exames realizados durante a retirada do tecido, vão determinar a aprovação ou não do mesmo para o transplante.
COMO SOLICITAR UM TECIDO PARA TRANSPLANTE?
Os tecidos, após liberação para uso, atendem a cirurgias realizadas no Into e também em outros hospitais que sejam cadastrados pelo SNT (Sistema Nacional de Transplantes). Somente o médico ou cirurgião-dentista responsável pelo paciente pode solicitar enxertos ao banco, desde que esteja cadastrado no SNT. Para tal, o banco disponibiliza formulários específicos para requisição de tecidos. O enxerto ósseo disponibilizado pelo Banco de Tecidos do Into é totalmente gratuito, sendo financiado pelo Ministério da Saúde.
QUEM SÃO OS BENEFICIADOS COM A DOAÇÃO DE OSSOS?
Pacientes que precisam realizar cirurgias odontológicas para correção de falhas ósseas relacionadas aos dentes (entre outras) e pacientes que necessitem de cirurgias ortopédicas, como: revisão de artroplastias (cirurgias de revisão de próteses de quadril e joelho), ressecção de tumores ósseos, correção de falhas de consolidação óssea, cirurgias da coluna vertebral, correção de deformidades congênitas em crianças, correção de lesões meniscais ou ligamentares.
FUTURO BANCO DE TECIDOS DO INTO
A proposta do novo Into, em consenso com o Ministério da Saúde, é de estabelecer um banco de multitecidos, onde serão captados, processados, armazenados e distribuídos alguns tipos de tecidos como: válvula cardíaca e pele, além do tecido musculoesquelético e córnea já disponibilizados atualmente.
Osso: é possível doar?
O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no Rio de Janeiro, tem uma fila que atende a pacientes do Brasil que necessitam de Tecido Ósseo.
Você sabe que o osso pode ser transplantado?
Com certeza você já ouviu falar em transplante de medula, coração, córnea, rins, fígado. Existe também o transplante de ossos. Mas ainda há muita desinformação e preconceito da população.
Como funciona o processo de doação?
Visando a aumentar o número de doações, quem estiver com parente hospitalizado e que venha a falecer, deve solicitar ao profissional de saúde que acompanha o caso que comunique à Central de Transplante do Rio de Janeiro. O Into, então, será acionado. Os telefones do programa são: 155 (Estado do Rio de Janeiro) e 08002857557 (outros Estados). Feita a notificação, um funcionário do programa vai até o hospital e faz uma avaliação sobre a possibilidade da doação, que inclui a realização de um questionário de triagem sobre o possível doador. Após aprovação, o Banco de Tecidos é informado e desloca sua equipe para a unidade de saúde.
Quem pode doar?
Pessoas com idade entre 18 e 70 anos, que não tenham sido vítimas de câncer ósseo, osteoporose ou doenças infecciosas transmitidas através do sangue (como hepatite, AIDS, malária). Também não é permitido doar quem, há menos de um ano, possui tatuagem, fez uso prolongado de corticóides, acupuntura ou recebeu transfusão sanguínea. É muito importante que os futuros doadores expressem, em vida, sua vontade de doar ossos já que, após confirmação do falecimento, a autorização é dada pela família.
Existe risco da retirada de ossos, estando o paciente ainda vivo?
Não. A doação só pode ser feita depois de confirmada a morte do doador, sendo ela encefálica ou cardíaca, com o consentimento da família.
Quais pacientes podem precisar de um transplante ósseo?
Aqueles que apresentem perdas ósseas decorrentes de tumores, trocas de próteses e traumatismo, além de pacientes portadores de deformidades congênitas e de coluna, problemas odontológicos, etc.
Você sabe quantas pessoas podem ser beneficiadas em uma doação de ossos?
Os ossos retirados de um doador, após seu falecimento, podem beneficiar aproximadamente 30 pessoas.
Autorizada a doação, o cadáver ficará mutilado ou deformado?
Não. O cadáver do doador passa por uma cuidadosa reconstrução. Retiram-se os ossos dos braços e das pernas e, em substituição, colocam-se outros de material sintético. Sendo assim, a aparência do doador permanece preservada.
Em quanto tempo pós-morte, com coração parado, é possível a retirada dos ossos?
A equipe tem até 12 horas pós-morte para captar o tecido e armazená-lo no Banco de Tecidos.
Após a retirada dos ossos, como é realizada sua preparação para o transplante?
Os ossos são encaminhados para o Banco de Tecidos do Into, onde são processados em uma área especial, com ar totalmente puro para evitar contaminação por bactérias e vírus. Depois disso, são armazenados a uma temperatura de -80ºC, podendo ser guardados por até cinco anos. O Banco de Tecidos do Into possui capacidade de armazenar ossos de mais de 50 doadores – com nível de segurança semelhante ao dos principais bancos de ossos do mundo -, e controle de qualidade em todos os estágios do processo.
Como os ossos são disponibilizados para os pacientes que precisam de transplante?
Quando um paciente precisa de transplante ósseo, seu médico preenche uma solicitação para que o Banco de Tecidos o inclua em sua fila. A disponibilização dos ossos para transplante segue a ordem cronológica dessa fila. Portanto, a doação não pode ser feita para um paciente específico, a menos que este seja o próximo da fila a receber o transplante.
Existe algum custo para o doador ou para o receptor?
Não. Todo o processo realizado pelo Banco de Tecidos do Into é gratuito, incluindo a captação, o processamento e a distribuição dos ossos. Não há custo para as famílias do doador e do receptor.