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Saúde precária e postura anti-indígena exarcebam mortes por COVID-19 na Amazônia, avaliam cientistas

As desigualdades socioeconômicas e as vulnerabilidades existentes no país vieram à tona com a pandemia de COVID-19. A ponto de, na região amazônica, idade e outros fatores de risco conhecidos para a doença impactarem menos a mortalidade do que a falta de atendimento médico e de acesso a leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Além disso, faltou um planejamento específico para atender a populações historicamente marginalizadas e distantes dos sistemas de saúde das capitais, como é o caso dos indígenas e das comunidades ribeirinhas.

Essa é a conclusão de especialistas que participaram dos dois primeiros eventos da série “Saúde e Ambiente na Amazônia no contexto da COVID-19”, organizados pela FAPESP nos dias 5 e 12 de agosto.

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Estudo liga consumo de álcool a 740 mil casos anuais de câncer

Mais de 4% dos casos de câncer diagnosticados no mundo em 2020 — cerca de 741,3 mil — foram causados pelo consumo de álcool.

Essa é a conclusão de um estudo publicado na revista científica The Lancet Oncology que destaca a ligação direta entre o consumo de bebidas alcoólicas e os cânceres de mama, de boca, de garganta, de laringe, de esôfago, de fígado, de cólon e de reto.

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Novas análises aprofundam olhar sobre doenças crônicas e desigualdades sociais

Novas análises em torno de dados obtidos por inquéritos nacionais de saúde ganham suplemento da Revista de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, aprofundando a compreensão sobre as doenças crônicas e sua relação com as desigualdades sociais no Brasil.

O suplemento ‘Doenças crônicas não transmissíveis e inquéritos populacionais’, coordenado pelas editoras Débora Malta, da Universidade Federal de Minas Gerais, e Célia Landmann Szwarcwald, do Icict/Fiocruz, traz artigos sobre dor na coluna, fatores associados ao diagnóstico autorreferido de diabetes, depressão, doenças ocupacionais e outras.

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Rede de Frio: uma logística para o controle de qualidade das vacinas em todo o país

Estrutura coordena desde o transporte até o armazenamento dos imunobiológicos, que passam por testes antes de serem considerados aptos à população

Você chega a uma sala de vacinação e, a partir de uma simples picada de agulha, já sabe que está protegido contra uma determinada doença. Como é possível ter a certeza de que todas as vacinas oferecidas pelo Calendário Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) apresentam eficácia e segurança? Essa garantia só é possível graças a um severo controle de qualidade, que assegura a mesma proteção nos imunobiológicos (vacinas e soros), distribuídos de Norte a Sul do Brasil.

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Álcool e saúde são temas de seminário internacional da Fiocruz

Nos dias 24 e 25/10, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), o Programa Institucional de Apoio a Pesquisas e Políticas Públicas sobre Álcool, Crack e outras Drogas (PACD) da Fiocruz promoverá o Seminário Internacional Álcool, Saúde e Sociedade. O encontro abordará os aspectos epidemiológicos, históricos e culturais do consumo de álcool, assim como as políticas públicas no Brasil e na América Latina.

Realizado no auditório da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), o evento também tem como propósito discutir questões relacionadas às estratégias de marketing utilizadas pela indústria do álcool e a regulação do consumo, traçando um paralelo com a experiência de regulação do tabaco. Dentre os principais palestrantes estrangeiros, está o professor da Escola de Medicina da Universidade de Connecticut, Thomas Babor e a assessora sênior para álcool da Opas/OMS Maristela Monteiro. O encontro contará ainda com especialistas nacionais, com trabalhos ou estudos relacionados ao álcool e a outras drogas.

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Diabetes: Fiocruz produz cristais de insulina e já pode produzir o medicamento

O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) concluiu, recentemente, a produção dos primeiros cristais de Insulina Humana Recombinantedesenvolvidos pela equipe do laboratório de Bioprodutos, vinculada à Divisão de Biotecnologia, chefiada por Bárbara Ferreira. Com isso, a unidade adquire capacidade de reproduzir todas as etapas do processo de produção deste importante medicamento para pacientes diabéticos. A fabricação do hormônio por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é fruto de uma parceria para absorção da tecnologia entre o Instituto e a empresa Indar, da Ucrânia.

Desde 2006, Farmanguinhos vem negociando com a empresa do Leste Europeu. Em 2013, foi formalizada a Parceria para Desenvolvimento de Produto (PDP) entre as duas instituições.  Segundo Bárbara Ferreira, o objetivo é internalizar a tecnologia de produção deste medicamento, a fim de garantir o abastecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), bem como gerar economia e autonomia ao país.

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Prevenção do suicídio: saúde mental é tema negligenciado pela mídia

Ainda tabu na sociedade brasileira, o suicídio é um tema que costuma ser evitado pelos meios de comunicação, apesar de ser bem divulgado em casos de falecimentos de figuras públicas ou quando atrelado a mortes inusitadas ou trágicas. Mas, para além do tabu em si, qual seria o real motivo para a imprensa evitar falar sobre o tema e quais seriam as consequências do tipo de veiculação feita, muitas vezes associada ao sensacionalismo?

“A ideia de que a imprensa pode influenciar o suicídio não é recente. O romance Os sofrimentos do jovem Werther, publicado pelo escritor alemão Goethe em 1774, foi apontado como fonte de inspiração para mais de uma centena de suicídios cometidos por jovens na época”, explica a jornalista Juana Portugal, que defendeu especialização sobre o tema no curso de Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz). “A partir de então, iniciou-se o debate sobre o assunto e o tratamento do suicídio pela mídia foi visto como algo ‘contagioso’, que poderia ter na veiculação dessas notícias o principal fator desencadeador de uma espécie de ‘epidemia’ ”.

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Encontro discute institucionalização de acervos privados

Um arquivo pessoal é realmente capaz de expressar a trajetória de uma pessoa? E, em uma coleção, como distinguir as obras que representam o interesse genuíno do proprietário das que simplesmente foram acumuladas ao longo dos anos? Os debates ocorridos no terceiro e último dia (16/9) do encontro Da minha casa para todos: a institucionalização de acervos bibliográficos privados responderam algumas dessas questões. Promovido pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), o evento reuniu em Petrópolis especialistas renomados de diversas instituições brasileiras e do exterior, que discutiram como captar, selecionar, tratar e disponibilizar acervos bibliográficos de pessoas que tiveram destaque em suas áreas de atuação. A ideia é que, com a democratização do acervo, se possa contribuir com a memória coletiva, o patrimônio cultural, a pesquisa científica e a produção de novos conhecimentos.

A seleção de documentos foi abordada pela arquivista do Arquivo de História da Ciência do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), Maria Celina Soares de Mello e Silva, que ressaltou a necessidade de avaliação de quais documentos devem ser incorporados aos arquivos pessoais. Para tanto, ela explicou como funciona a Política de Aquisição do Mast, que há 30 anos busca disponibilizar os arquivos pessoais de cientistas até então inacessíveis.

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Saúde do trabalhador: é preciso resistir à crise e defender os interesses dos profissionais

Três ícones da saúde do trabalhador no país integraram a mesa que debateu o tema durante a semana de comemorações dos 62 anos da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca: Anamaria Tambellini, Paulo Roberto Gutierrez e Luiz Carlos Fadel. Os convidados da mesa-redonda 1ª Conferência de Saúde do Trabalhador: 30 anos depois fizeram um grande apanhado histórico do que viveram naquela época, quais eram seus sentimentos em relação à política do país e relataram, ainda, o quanto lutaram para conquistar o que o país tem, atualmente, em termos de lei, organização, vigilância e equipamentos no campo da saúde do trabalhador. Na ocasião, o diretor da ENSP, Hermano Castro, fez uma homenagem à Anamaria Tambellini por toda sua história de luta e atuação no campo.

“A realização da 1º Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador foi uma grande vitória. Evoluímos, mas é preciso estar atento, pois estamos vivendo uma profunda crise econômica; o mundo inteiro está em estado de agressividade brutal, e o capitalismo segue manipulando mudanças nas regras e direitos conquistados pelos trabalhadores. Nem nos meus pensamentos mais caóticos, imaginei que passaríamos por situações iguais às já vividas no século XIX e anunciadas recentemente pelo novo presidente do país. Isso irá configurar uma situação de perda em todos os sentidos para a classe trabalhadora”, advertiu Ana, uma das organizadoras da 1º CNST.

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Abrasco destaca suicídio como questão de saúde pública

O sol ainda não estava tão quente às 07h30 da manhã da quinta-feira dia 15 de setembro, na zona rural de Urupá – município distante 40 km de Porto Velho, capital de Rondônia, quando um mecânico de 24 anos tentou tirar a própria vida ingerindo doses de agrotóxico. Familiares de imediato tomaram o recipiente do mecânico e o conduziram até o pronto socorro da cidade onde o mesmo foi internado.

16 dias antes da tentativa do jovem mecânico rondoniense, às onze da manhã do dia 29 de agosto, um motoboy de 41 anos telefonou para uma amiga na manhã daquela segunda-feira, queria dizer adeus. Na chamada de poucos minutos, informou que cometeria suicídio dali a algumas horas e que ela ficaria sabendo mais tarde, pela televisão. Ligou então para sua mãe, de 94 anos, avisando que não levaria o filho, de 4 anos, à escola. Com o menino nos braços, o motoboy pegou um ônibus próximo de sua casa, na Vila Galvão, em Guarulhos, e seguiu até o Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, na Zona Oeste de São Paulo. Era por volta das 10h50 quando encostou no balcão de um dos cartórios do fórum, pediu um pedaço de papel e uma caneta. Pelas imagens do circuito interno do fórum, é possível concluir que ele subiu até o 17º andar, atravessou uma faixa de isolamento, sentou-se no parapeito e, com o filho no colo, pulou.

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