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Programas da ENSP/Fiocruz abrem inscrições para doutorado

Estão abertas, até o dia 10/5, as inscrições para os cursos de doutorado dos programas de Epidemiologia em Saúde Pública e Saúde Pública e Meio Ambiente da ENSP. Neste segundo período de convocação, são oferecidas, ao todo, 22 linhas de pesquisa. A lista de docentes dos programas de Epidemiologia em Saúde Pública e Saúde Pública e Meio Ambiente, com vagas de orientação de doutorado disponíveis para o ano de 2013, bem como suas respectivas linhas de pesquisa, podem ser acessadas no site da Plataforma Siga Fiocruz.

Epidemiologia em Saúde Pública
O programa de Epidemiologia em Saúde Pública da ENSP é coordenado pelas pesquisadoras Silvana Granado Nogueira da Gama e Mariza Miranda Theme Filha. O doutorado em Epidemiologia, credenciado pelo Conselho Federal de Educação, visa à formação de profissionais para atuar nas áreas de docência e pesquisa. As linhas de pesquisa disponíveis para o segundo período são:
● A construção do conhecimento epidemiológico e sua aplicação às práticas de saúde; ● Avaliação de políticas, sistemas e programas de saúde; ● Avaliação de serviços e tecnologias em saúde; ● Desigualdades sociais, modelos de desenvolvimento e saúde; ● Determinação e controle de endemias; ● Epidemiologia de doenças crônicas; ● Epidemiologia de doenças transmissíveis; ● Informação e saúde; ● Modelagem estatística, matemática e computacional aplicadas à saúde; ● Paleopatologia, paleoparasitologia e paleoepidemiologia; ● Saúde da mulher, da criança e do adolescente; ● Saúde indígena; ● Saúde mental.
Acesse aqui a lista de docentes com vaga para orientação.
E-mail de contato: posgrad-epi@ensp.fiocruz.br

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Teias completa três anos de atuação em Manguinhos

É positivo o saldo da Iniciativa Teias Escola Manguinhos dos últimos três anos: 13 equipes de Saúde da Família, 5 equipes de Saúde Bucal, 1 equipe de Consultório na Rua, 1 Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), além de apoiadores institucionais e administrativos, totalizando cerca de 200 profissionais. Fruto de cooperação técnica entre a ENSP e o governo municipal do Rio de Janeiro (Subpav/SMSDC), que engloba, entre outras ações, a cogestão da saúde no território de Manguinhos, a iniciativa, desde a sua criação, assumiu a responsabilidade da gestão direta da Atenção Primária em Saúde à população de Manguinhos. Ela segue o modelo da Estratégia de Saúde da Família e busca construir um modelo participativo de gestão como caminho para a promoção da saúde, de ações intersetoriais e ambientes saudáveis.

Em três anos de atuação no território, a iniciativa passou por muitas limitações, como tempo, recursos, estrutura e governabilidade. No entanto, muitas conquistas foram obtidas. A primeira delas foi a implantação de um modelo de Atenção Primária Integral, de base territorial, que ampliou o acesso e a qualidade à porta de entrada prioritária do Sistema Único de Saúde local, além da radicalização no âmbito da gestão participativa. Um reflexo disso foi a criação do Conselho Gestor Intersetorial de Manguinhos (CGI), fórum deliberativo do território, eleito em 2011 com 48 conselheiros e considerado importante espaço de diálogos entre a gestão em saúde e a população.
O CGI consiste em um órgão de instância colegiada e deliberativa e de natureza permanente do Teias. Ele tem por finalidade identificar, fiscalizar e cobrar solução para os problemas de saúde da população, bem como deliberar sobre as macropolíticas públicas para a saúde, acompanhar aspectos econômicos e financeiros, segundo diretrizes constitucionais para promoção do controle social. Fazem parte do CGI representantes das instâncias governamentais da área da saúde e dos setores sociais da educação e assistência social, gestores dos equipamentos de saúde, representantes dos profissionais de saúde desses equipamentos, representantes dos profissionais do setor educação e representantes dos usuários-cidadãos de Manguinhos.
Outra conquista alcançada pela iniciativa foi ser incluída nos projetos estratégicos da Fiocruz no Plano Quadrienal 2011-2014. No âmbito do Programa de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Saúde Pública (PDTSPS), o Teias apoiou 14 projetos de pesquisa em Manguinhos, além de realizar o Inquérito sobre Condições de Saúde e Utilização de Serviços, que servirá como base para implementação desse novo modelo. “Somos um território Escola. Portanto, entre os nossos objetivos está o incentivo à realização de pesquisas pelos profissionais que estão na ponta dos serviços, assim como a todos os outros profissionais”, ressaltou o Colegiado Gestor do Teias.
A última novidade da iniciativa foi o lançamento, em 2 de maio de 2013, do site do Teias, que tem por foco principal a intersetorialidade. Transparência, comunicação, participação e responsabilidade são as palavras norteadoras do novo Portal do Território Escola Manguinhos–Teias. Com a proposta de ser uma nova ferramenta de articulação entre a comunidade de Manguinhos, a ENSP e todos os interessados, o site concentra e disponibiliza informações sobre o território, seus moradores, saúde, ensino, pesquisas, integrando parcerias.
Segundo Elyne Engstrom, coordenadora do Teias, o portal é um espaço de trocas de experiências, transparência, informação e comunicação, essenciais para uma gestão participativa e democrática na saúde. “É um espaço que potencializa novas formas de organização e relação entre gestores, profissionais, pesquisadores, alunos e população, além de fomentar a integração de políticas públicas e participação cidadã. Ele fortalece ainda mais o Conselho Gestor Intersetorial, um dos espaços do exercício da intersetorialidade”, concluiu a gestora.

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Pesquisa analisa aspectos da leishmaniose visceral

Com o objetivo de analisar fatores associados à leishmaniose visceral (LV) americana em populações humanas e caninas, foi desenvolvida, na ENSP, a pesquisa Fatores associados à Leishmaniose Visceral nas Américas. O estudo, desenvolvido pelo biólogo Vinícius Silva Belo, mestre em Epidemiologia em Saúde Pública pela ENSP, pretendeu também organizar e sistematizar o conhecimento existente a respeito de cada um dos fatores associados com a infecção por LV, além de analisar o papel de cada um dos fatores de risco já abordados na literatura em relação aos desfechos estudados, ou seja, as infecções em cães e em seres humanos. A pesquisa rendeu ainda a publicação de dois artigos sobre o tema. De acordo com Vinícius, os fatores associados à infecção por Leishmania infantum na América Latina têm sido considerados controversos ou parcialmente entendidos. Dessa forma, a pesquisa, por meio da realização de uma revisão sistemática da literatura com meta-análise, buscou identificar as melhores evidências sobre o tema nas informações científicas disponíveis, visando apontar o papel de cada um dos fatores estudados e as lacunas no conhecimento existente. Para isso, foram revistos 51 estudos para infecção humana e 36 para a canina. O estudo foi orientado pelos pesquisadores do Departamento de Endemias da ENSP, Guilherme Werneck e Claudio Struchiner, que, atualmente, é pesquisador do Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc), e também pelo pesquisador Eduardo Sergio da Silva, da Universidade Federal de São João Del Rei-MG. Para o desenvolvimento do estudo, diferentes pesquisadores estiveram envolvidos nas várias etapas de elaboração, fator considerado, na opinião do autor principal, um grande diferencial.  A dissertação rendeu a publicação de dois artigos: Factors Associated with Visceral Leishmaniasis in the Americas: a systematic review and meta-analysis (PLoS Neglected Tropical Diseases ) e A systematic review and meta-analysis of the factors associated with Leishmania infantum infection in dogs in Brazil (Veterinary Parasitology). “Podemos observar que, em seres humanos, a LV está associada à presença de cães no domicílio, com maior incidência de leishmaniose visceral canina na região em que se vive, e também com piores condições socioeconômicas e existência de áreas vegetadas próximas ao domicílio”, apontou. Por fim, o autor da pesquisa destacou que todos os aspectos estudados colaboraram para melhor entender a doença e devem ser utilizados para a elaboração de ações de controle mais efetivas e bem direcionadas. “É fundamental que os dados obtidos, as questões levantadas e as tendências identificadas continuem a ser investigadas em estudos futuros, e estes considerem e corrijam as limitações metodológicas identificadas pela presente revisão. Aponto também para a necessidade de que mais estudos ecológicos e de coorte sejam desenvolvidos, tendo em vista sua escassez na literatura, e mais investigações sejam realizadas para variáveis em que o conhecimento é pobre ou inconsistente, ou em regiões e países em que as informações são escassas”, finalizou Vinícius.

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Sustentabilidade norteia curso de projetos comunitários

“Educação é uma ferramenta emancipatória”, afirmou a pesquisadora e analista em Gestão de Saúde do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Glaucia Paula Bernardes Guarani, durante a aula inaugural da segunda turma do curso Elaboração e Gestão de Projetos Comunitários, realizada na sexta-feira (3/5), no salão internacional da ENSP. Em sua palestra, a pesquisadora abordou a sustentabilidade no terceiro setor e destacou que a responsabilidade social deve ser vista como produtora de cidadaniaO curso, que objetiva capacitar lideranças comunitárias na elaboração e gestão de projetos sociocomunitários, bateu recorde este ano – com mais de 170 inscritos – e pretende ajudar na elaboração de projetos que possam transformar a realidade dos alunos selecionados e de seu entorno.

Além de Glaucia Paula, que proferiu a palestra, a atividade contou com a presença das coordenadoras do curso, Patrícia Nassif e Flavia Silva, ambas da Diretoria de Administração da Fiocruz (Dirad), e dos coordenadores das áreas de Cooperação Social da ENSP e da Fiocruz, Mayalu Mattos e Leonídio Madureira, respectivamente. O tema central da palestra proferida por Glaucia foi sustentabilidade. Segundo ela, o meio ambiente somos nós mesmos, e não apenas a natureza que nos cerca. Para isso, a analista utilizou exemplos de valores pessoais em determinadas situações cotidianas, como desperdício de água e energia e o hábito de jogar lixo na rua. “A sustentabilidade também está presente nas relações pessoais, com base em como as pessoas constroem relações sustentáveis entre elas. Relações sustentáveis são o que permeiam as equipes no desenvolvimento de qualquer projeto”, explicou ela.

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Tese intitulada “Política pública, educação, tecnologia e saúde articuladas: como a telessaúde pode contribuir para fortalecer o SUS” relaciona telessaúde e melhoria da rede de atenção

 

A telessaúde tem ajudado a estruturar a rede de atenção e as ferramentas de monitoramento e avaliação do Sistema Único de Saúde (SUS). A regulamentação dos serviços de telessaúde, teleconsultoria, segunda opinião formativa, tele-educação e telediagnóstico, tem sido o grande impulso de informatização do setor saúde no território brasileiro”. A opinião é de Angélica Baptista Silva, que apresentou sua tese de doutorado no Programa de Saúde Pública da ENSP em 22 de março. Intitulada Política pública, educação, tecnologia e saúde articuladas: como a telessaúde pode contribuir para fortalecer o SUS?, a tese de Angélica aborda a necessidade de inclusão digital e de aproximação da rede de atenção com a pesquisa em saúde. De acordo com o histórico, o Programa Telessaúde Brasil Redes surgiu em 2007 com o projeto piloto em apoio à Atenção Básica. Ele envolvia nove núcleos localizados em universidades nos estados do Amazonas, Ceará, Pernambuco, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, tendo por meta qualificar aproximadamente 2.700 equipes da Estratégia de Saúde da Família em todo o território nacional. Para Angélica, porém, a literatura mostra o uso do termo telessaúde desde os anos de 1980. A definição clássica, adotada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), registra telessaúde como uso de tecnologias de informação e comunicação para oferecer serviços e cuidados em saúde a distância. “É nessa década que aparecem iniciativas pontuais no Brasil de telessaúde, executadas por universidades públicas e com envolvimento de setores diversos da administração pública, como, por exemplo, a Agência Nacional de Telecomunicações no fim dos anos de 1990.  No entanto, de acordo com o experimento apresentado, há várias definições de telessaúde: pode ser sinônimo de videoconferência, de sistema de informação, de organização de serviço, entre outros”, esclareceu a pesquisadora. Em sua concepção, telessaúde é toda atividade em rede, que promove a translação do conhecimento entre a pesquisa e o serviço de saúde. Para justificar essa ressignificação da telessaúde, Angélica utilizou um modelo conceitual da pesquisa translacional. “A pesquisa translacional pode ser definida também como um processo que parte da prática baseada em evidências em direção a soluções sustentáveis para problemas de saúde da comunidade”, ressaltou. Quanto aos entraves para articular política pública, educação, tecnologia e saúde, Angélica identifica, no caso brasileiro, “3 is” que podem comprometer a qualidade dos serviços de telessaúde: inclusão digital do setor saúde, interoperabilidade dos sistemas de informação em saúde e integração entre inovação e assistência à saúde. Para validar os 3is, ela fez uma pesquisa de campo e consultou vários especialistas, os quais, ao mesmo tempo, foram coordenadores dos primeiros projetos da Rute. Também participaram do projeto piloto do atual Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes, e suas instituições fizeram parte da Rede Nacional de Pesquisa Clínica. Angélica demonstrou interesse pelo tema em 2004, quando apresentou sua dissertação de mestrado profissional na ENSP. Ela foi convidada pela Presidência da Fiocruz a escrever um projeto de telemedicina, representando a instituição num novo projeto da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa à época: a Rede Universitária de Telemedicina (Rute). O grupo que fundou a Rute era composto de hospitais universitários, e suas discussões eram eminentemente clínicas. Naquela época, como coordenadora de Tecnologia da Informação do Canal Saúde, ela começou a pesquisar sobre telessaúde. A pesquisadora não aponta perspectivas para o Programa Telessaúde Brasil Redes, mas para toda atividade de telessaúde no SUS. “Há várias iniciativas de avaliação e monitoramento de telessaúde, inclusive propostas por pesquisadores brasileiros. No âmbito do Telessaúde Brasil Redes, destaco a liderada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e desenvolvida pelos coordenadores dos nove estados, que compuseram o projeto piloto do Ministério da Saúde.” Sua pesquisa é voltada justamente para as lacunas na perspectiva da Saúde Coletiva, que é mais ampla que a da Clínica. A Telessaúde está regulamentada por uma série de portarias do Ministério da Saúde. A primeira delas de n° 561, de 16/3/6, institui, no âmbito do Ministério da Saúde, a Comissão Permanente de Telessaúde. A última publicada, de 14/9/12, institui um grupo de trabalho, no âmbito do Ministério da Saúde, com a finalidade de avaliar, discutir e propor critérios e ações para expansão do Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes (Telessaúde Brasil Redes). Angélica Baptista Silva teve como orientadora principal da sua tese a pesquisadora da ENSP Ilara Hämmerli Sozzi de Moraes e como segundo orientador Carlos Medicis Morel, coordenador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz).

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Seminário Epidemiologia, sanitarismo, povos indígenas e controle da tuberculose: a atualidade da agenda de Noel Nutels

O grupo de pesquisa em Saúde Indígena da ENSP e o Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF/ENSP) realizarão, na segunda-feira (29/4), o seminário Epidemiologia, sanitarismo, povos indígenas e controle da tuberculose: a atualidade da agenda de Noel Nutels. Aberto ao público, o evento pretende elucidar aspectos históricos relativos ao programa de controle da doença entre os indígenas, apresentar indicadores epidemiológicos atualizados e debater aspectos operacionais. Além disso, visa abordar características sociais e culturais relacionadas à tuberculose. O seminário será realizado no salão internacional da ENSP, das 9 às 17 horas.
O evento está intimamente ligado ao Movimento Abril Indígena, que congrega lideranças dos índios de várias regiões do país. Também conta com o apoio de organizações que se reúnem e se fortalecem em torno da permanente luta para que o Brasil reconheça os direitos indígenas referentes a cultura, terra, saúde, liberdade de expressão e crenças, entre outros, assegurados desde a Constituição Cidadã de 1988. A abertura caberá ao diretor da ENSP, Antônio Ivo de Carvalho, e pelos pesquisadores Carlos Coimbra Jr., do Departamento de Endemias Samuel Pessoa, e Otávio Porto, do CRPHF.

Centenário do nascimento de Noel Nutels
O seminário ocorre no ano em que o médico sanitarista Noel Nutels comemoraria 100 anos. Na década de 1950, Nutels foi idealizador e diretor do Serviço de Unidades Sanitárias Aéreas (Susa), que, em parceria com a Força Aérea Brasileira (FAB), levou assistência médico-sanitária às populações residentes no interior do país.
No escopo das ações desenvolvidas pelo Susa, Nutels tornou-se pioneiro na investigação da tuberculose entre os índios brasileiros, e parte do conhecimento disponível hoje sobre o tema se deve ao seu esforço. “Assim, o seminário também pretende homenageá-lo”, afirmam os coordenadores do evento. “A ideia central é tratar dos avanços alcançados com as pesquisas recentes e identificar os principais desafios para se obter um efetivo controle da enfermidade entre as populações indígenas”, completaram.

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Investimento na educação pode auxiliar Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj)

O conjunto de atividades desenvolvidas pela Fiocruz na área de influência do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) ultrapassou as ações de monitoramento epidemiológico – previstas no início do acordo com a Petrobras. A grande abrangência do projeto resultou em um Programa de Desenvolvimento Científico da Fundação no entorno do Comperj, com atuação nas áreas de cooperação, ensino, desenvolvimento e inovação tecnológica em saúde. O detalhamento das ações foi apresentado pelos coordenadores do projeto, Luciano Toledo e Paulo Sabroza, durante o Ceensp de quarta-feira (24/4). Entre as evidências apresentadas, a de que a maioria dos problemas de saúde não está relacionada às obras nesse primeiro momento, mas sim à organização ou desorganização do sistema de saúde.

Com o tema Monitoramento de condições de vida e saúde em áreas de implantação de grandes empreendimentos: desafios metodológicos, o Centro de Estudos apresentou parte dos resultados e todo o alcance do projeto coordenado pela ENSP na área do Comperj. “Hoje, falamos do Complexo Petroquímico, mas a experiência da Fundação com a problemática sociossanitária no entorno de empreendimentos de grande interesse nacional se confunde com sua própria história, tendo como marco inicial a revolta da vacina, no início do século XX”, disse o coordenador geral do plano, Luciano Toledo, citando toda a bagagem e envolvimento da Fiocruz com o tema.

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Múltipla medicação causa adversidades em UTI pediátrica

 

Em Unidades de Terapia Intensiva Pediátricas (UTIP), o uso de múltiplas medicações e a idade menor que quatro anos são fatores de risco significativos para a ocorrência de eventos adversos medicamentosos. Em estudo de doutorado realizado na Faculdade de Medicina (FM) da USP, a médica Dafne Cardoso Bourguignon da Silva buscou descrever as ocorrências médicas associadas ao uso de medicamentos que acontecem em crianças internadas em UTIP e identificou os fatores de risco que podem desencadear tais efeitos.

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Aspectos políticos comprometem gestão de cuidado

“As assimetrias técnico-financeiras, as disputas político-partidárias por investimentos, a aplicação de recursos atrelados ao voto e, sobretudo, os interesses privados de formuladores de políticas, gestores e trabalhadores da saúde em detrimento do fortalecimento de um sistema público e universal comprometem a coesão necessária para constituir uma rede solidária de caráter regional.”  Esse é um dos desafios apresentados por Adriano Maia dos Santos, em sua tese de doutorado em Saúde Pública intitulada Gestão do cuidado na microrregião de saúde de Vitória da Conquista (Bahia): desafios para constituição de rede regionalizada com cuidados coordenados pela Atenção Primária à Saúde, defendida na ENSP em 28/3. Para ele, em oposição a esse desafio, a publicização da gestão e o envolvimento de representantes da sociedade civil organizada em defesa do Sistema Único de Saúde nas plenárias poderiam reduzir o campo do interesse privado nas decisões públicas.
Na concepção de Adriano, a gestão do cuidado na rede regionalizada de serviços de saúde modela uma imagem-objetivo: formuladores de políticas, gestores, trabalhadores da saúde e usuários devem se articular em diferentes espaços para resolver os problemas de saúde, utilizando a tecnologia mais adequada, no lugar e no tempo certo para produção do cuidado.
De acordo com ele, a gestão do cuidado requer interdependência e cooperação entre os sujeitos e as instituições, para defesa da saúde como um direito de todos os cidadãos, em todas as fases da vida e ao longo do tempo, compartilhando os projetos terapêuticos e tendo o usuário como centro do cuidado.
Assim, explica Adriano, a gestão do cuidado necessita de uma gestão democrática, com valorização dos trabalhadores, inserindo-os em processos de aprendizagem permanente. Tais processos devem apoiar práticas individuais e coletivas responsáveis com os itinerários terapêuticos dos usuários e as linhas de produção do cuidado, possibilitando a construção de vínculos de confiança e coeficientes de autonomia.
Para o pesquisador, os profissionais mais adequados para coordenação dos cuidados em rede regionalizada devem estar em equipes na Estratégia de Saúde da Família (ESF), como centro de comunicação/articulação entre diferentes pontos da rede. Tal centro, acrescentou Adriano, deve funcionar de portas abertas às necessidades episódicas e regulares (porta de entrada preferencial) às demandas explícitas, bem como as que requerem investigação e vigilância, direcionadas às famílias, no seu cotidiano.

A ESF está presente em todos os municípios

O pesquisador elegeu para o estudo a microrregião de saúde de Vitória da Conquista (macrorregião sudoeste da Bahia), que possui 632.708 habitantes, divididos em 19 municípios. Todos os municípios assinaram o Pacto pela Saúde, mas apenas cinco deles (Barra do Choça, Belo Campo, Maetinga, Presidente Jânio Quadros e Vitória da Conquista) assumiram o Comando Único, e os demais permaneceram sob gestão estadual dos serviços de saúde. Em relação à oferta de serviços, Adriano informou que a ESF está presente em todos os municípios com uma elevada cobertura formal (> 70%), com exceção de Encruzilhada (58%) e Vitória da Conquista (42%). A população não cadastrada em Unidades de Saúde da Família (USF), nos diferentes municípios sem plena cobertura da ESF, possuem Unidades Básicas de Saúde (UBS) como unidades de referência. Outro dado relevante é que Vitória da Conquista possui 100% de cobertura formal de ESF na zona rural.
Estágio atual da Atenção Primária à Saúde em Vitória da Conquista

A pesquisa de Adriano também constata a centralidade da Atenção Primária à Saúde (APS), que é condicionada pela baixa cobertura real da ESF, pouca disponibilidade de profissionais (médicos, em particular), insuficiente adensamento tecnológico das USF, baixa capacidade técnica dos profissionais, escassa oferta de serviços especializados e de apoio diagnóstico em tempo oportuno e matriz tecnológica subjacente ao modelo de atenção em curso na microrregião.
“Os profissionais da atenção primária, sobretudo médicos, são responsáveis pelas referências para outros pontos de atenção na rede SUS, por meio de formulários específicos (guias de solicitação), mediados por centrais reguladoras municipais ou regionais que, por sua vez, restringem a referência às regras administrativas sem qualquer possibilidade de escolha entre os prestadores (critério por disponibilidade do serviço), pelos profissionais ou usuários”, complementou.
Segundo Adriano, a organização da ESF na microrregião apresenta questões problemáticas também relacionadas à insuficiência de cobertura real e elevado número de pessoas cadastradas por equipe, que, atrelados à baixa disponibilidade de médicos nas USF, dificultam o acesso oportuno de usuários aos serviços de APS.
A cobertura formal da estratégia está acima de 80% em 15 dos 19 municípios. Isso indica que coberturas altas e potencialmente satisfatórias nem sempre se traduzem em melhor utilização da capacidade disponível. Vale notar, contudo, que a própria expansão das equipes fica limitada pela baixa oferta de médicos e insuficiência no financiamento que, paradoxalmente, são agravados por gastos com pagamento de salários de profissionais.
Outra questão apontada pelo pesquisador é a dificuldade de atração e fixação de médicos, atrelada à ausência de uma política consistente de gestão do trabalho. Isso abre espaço para inúmeros acordos informais, entre gestores e profissionais, que “autorizam” a redução na carga horária, flexibilização das funções a serem desenvolvidas na equipe, pagamento de salários acima da média. Tais procedimentos colaboram para aumentar a rotatividade desses profissionais e a competição entre municípios, agravando a situação da ESF na microrregião.
Adriano Maia dos Santos é cirurgião-dentista, com mestrado em Saúde Coletiva (Universidade Estadual de Feira de Santana) e doutorado em Saúde Pública (ENSP/Fiocruz). Atualmente, é professor na Universidade Federal da Bahia (UFBA), Instituto Multidisciplinar em Saúde – Campus Anísio Teixeira (Vitória da Conquista – Bahia), nos cursos de graduação de Enfermagem, Farmácia e Nutrição. Sua tese foi orientada pela pesquisadora Lígia Giovanella, da ENSP.

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Cerca de 20% dos cursos de pós graduação do Rio de Janeiro têm notas 6 e 7

O presidente da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do RJ (Faperj), Ruy Garcia Marques, esteve presente ao Ceensp, na quarta-feira (10/4), e foi saudado pelos pesquisadores. Todos foram unânimes em atribuir a ele a conquista, em 2007, do cumprimento da legislação que destina 2% da arrecadação da tributação líquida do Estado do RJ para a Faperj. Criada em 1975, durante a fusão dos Estados da Guanabara e do RJ, a Fundação já passou por várias crises financeiras. Atualmente, segundo Ruy, a pós-graduação tem avançado muito no Estado. De acordo com dados de avaliação de 2010, 21% dos cursos de pós-graduação estão com notas de excelência 6 e 7. “Em 2013, vamos crescer ainda mais”, anunciou.
Conforme explicou Ruy, o movimento para inserção de vinculação das receitas estaduais para órgãos públicos de fomento ao ensino e à pesquisa começou em 1988, ano da promulgação da Constituição Federal, quando foram consolidadas as agências existentes. Houve ainda o estímulo para criação de outras fundações de amparo à pesquisa.
Com a missão de implementar e valorizar o sistema científico e tecnológico estadual, apoiando atividades em todas as áreas do conhecimento e setores de atividades profissionais, além de promover a interligação entre Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) e a sociedade, a Faperj atua por demanda espontânea (auxílios e bolsas) e demanda orientada (isolada e parcerias). “Temos a preocupação constante que a sociedade e a comunidade científica nos defendam. Quando falamos na revista, no boletim, nas feiras, não deve ser só a respeito do gene, DNA, mas também sobre inovações como o ‘sombrero’, projeto apoiado pela Faperj”, disse. O sombrero é um guarda-sol para praia que contém duas abas laterais compridas, garantindo maior proteção aos profissionais que ficam durante muito tempo expostos ao sol, como guarda-vidas.
Entre 2007 e 2013, a Faperj captou R$360 milhões por meio das parcerias com institutos nacionais de Ciência e Tecnologia, como Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação/Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ministério da Saúde/ Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit), Ministério da Educação/Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Petrobras, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e outras.

Faperj ganhará nova sede

Os tipos de bolsas concedidas são: pré-iniciação científica (Jovens Talentos); iniciação científica (IC) e  iniciação tecnológica (IT); mestrado (MSC) e doutorado (DSC); cursos emergentes; universidades estaduais; bolsas nota 10 (MSC-10 e DSC-10); doutorado-sanduíche; sanduíche-reverso; pós-doutorado (PDR e PDS); PAPD (Capes-Faperj); PDR nota 10; pesquisador visitante (PV); pesquisador visitante emérito (PV-E); inovação tecnológica (INT); treinamento e capacitação técnica (TCT); Cientista do Nosso Estado (CNE); Jovem Cientista do Nosso Estado (JCNE).

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