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Pesticidas causam impacto na fronteira agrícola da Amazônia

Os pequenos produtores estabelecidos na fronteira agrícola amazônica brasileira estão utilizando pesticidas em doses maiores, com maior frequência do que as recomendações agronômicas e, em alguns casos, de maneira inadequada para as pragas que pretendem controlar. Já os grandes produtores de soja e cana-de-açúcar da região seguem mais as recomendações agronômicas e até mesmo substituem compostos mais tóxicos para a saúde humana por outros menos danosos.

O balanço entre esses distintos padrões de uso parece ser negativo: uma pesquisa indica que os riscos de impactos de pesticidas sobre espécies aquáticas, como os peixes, aumentou significativamente. Isso porque, com a intensificação da agricultura na fronteira agrícola amazônica, elas estão sendo aplicadas em doses maiores e, apesar de serem menos tóxicas para os humanos e outras espécies de mamíferos, podem ser mais maléficas para organismos menores.

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Transferência de tecnologia permite produção de remédio que controla colesterol

O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) e o laboratório americano Pfizer assinaram, na última quinta-feira (13/6), Parceria de Desenvolvimento Produtivo para transferência de tecnologia de desenvolvimento e produção da Atorvastatina Cálcica, usada no controle do colesterol. O medicamento será fabricado pela unidade nas concentrações de 10 e 20mg. A parceria terá a participação ainda da Nortec Química S/A, que será responsável pela produção do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) para a fabricação do medicamento.

A Atorvastatina é o princípio ativo do Citalor, produzido pela Pfizer. O medicamento faz parte da lista de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS), cujos domínios tecnológico e de produção são essenciais para o desenvolvimento do Complexo Econômico e Industrial da Saúde (Ceis). Busca-se com o acordo não apenas o domínio da produção, como também o incentivo da indústria farmoquímica nacional, com a fabricação do IFA em solo brasileiro.

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Pesquisa revela epidemiologia do câncer em jovens

Caracterizar a distribuição epidemiológica do câncer em adultos jovens no Brasil, com ênfase no câncer de mama feminino, e determinar a magnitude de associação entre polimorfismos genéticos nos genes CYP17, CYP19 e NQO1 e a ocorrência de câncer de mama. Esse é o objetivo da tese de doutorado em Saúde Pública e Meio Ambiente, defendida por Sabrina da Silva Santos na ENSP, em 10 de junho. Os resultados da pesquisa revelam que, entre 2002 e 2004, para os jovens de 20-24 anos no Brasil, o câncer de testículo foi a localização anatômica de câncer com a maior incidência entre os homens, sendo as neoplasias da glândula tireoide, do colo de útero e a doença de Hodgkin as mais incidentes entre as mulheres, e o câncer de encéfalo a principal causa de morte por câncer, em ambos os sexos.

A análise exploratória do estudo de Sabrina sobre a distribuição da incidência e da mortalidade por câncer de mama no Brasil indicou um padrão de magnitude das taxas de incidência e mortalidade por câncer de mama em mulheres com menos de 50 anos, similar àquelas descritas como elevadas ou intermediárias em outros países.
Adicionalmente, a pesquisa apontou para um cenário resultante de um processo de mudança na distribuição epidemiológica dessa neoplasia, com aparente aumento das taxas de incidência de câncer de mama nesse grupo etário, na maior parte das capitais analisadas. Segundo Sabrina, o possível aumento da incidência do câncer de mama em mulheres na pré-menopausa, no Brasil, corrobora para a necessidade de mais estudos nesse grupo.
Buscando analisar possíveis fatores de risco associados ao câncer de mama em mulheres jovens, a pesquisadora realizou um estudo caso-controle de base hospitalar com mulheres com menos de 36 anos, na cidade do Rio de Janeiro, quando foram obtidas informações epidemiológicas e amostras biológicas de sangue das participantes. “Nesse projeto, procuramos determinar a magnitude de associação entre polimorfismos genéticos dos genes CYP17, CYP19 e NQO1 e a ocorrência de câncer de mama”, informou.
Sabrina explicou que a exposição aos estrógenos representa um dos fatores de risco mais importantes para o câncer de mama. “A biossíntese e a metabolização dos estrógenos envolvem uma série de passos enzimáticos regulados por diferentes genes, para os quais sua pesquisa descreveu alguns polimorfismos que podem estar associados ao aumento do risco para o câncer de mama.” Entre esses genes, disse ela, encontram-se a CYP17 e a CYP19, que estão envolvidas na síntese de estrogênio, e a NQO1 envolvida na metabolização de quinonas exógenas ou geradas a partir da metabolização do estrogênio e em outros mecanismos de proteção à formação de neoplasias.
No entanto, elucidou a pesquisadora, os resultados não revelaram uma associação entre o polimorfismo MspA1 do gene CYP17 e Arg 264 Cys do gene CYP19 e a ocorrência de câncer de mama em mulheres jovens (OR = 1,02; IC  95% 0,72 – 1,44 para os genótipos TC/CC do gene CYP17; OR = 0,85; IC 95% 0,48 – 1,49 para os genótipos CT/TT do gene CYP19).
Um aumento estatisticamente significativo do risco estimado de câncer de mama, porém, foi identificado em mulheres que possuíam pelo menos um alelo polimórfico do gene NQO1 (T), OR = 1,96 (IC 95% 1,13 – 3,40), quando ajustado por variáveis de confundimento selecionadas. “Os achados sugerem que o polimorfismo 609T da NQO1 pode ser um fator de risco para o câncer de mama em mulheres jovens no Brasil, mas outros estudos são necessários visando corroborar para os resultados do trabalho”, acrescentou.
A pesquisadora interessou-se pelo tema porque a literatura em relação à distribuição epidemiológica, às diferenças biológicas e aos fatores de risco associados ao câncer em adultos jovens em geral, incluindo o câncer de mama, ainda é extremamente restrita, não só no Brasil, mas no restante do mundo. “Nosso interesse é contribuir para a minimização dessa carência”, finalizou.
Sabrina da Silva Santos possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2003), aperfeiçoamento em Formação de Recursos Humanos em Pesquisa Oncológica pelo Instituto Nacional de Câncer, e mestrado em Biologia Parasitária pela Fundação Oswaldo Cruz (2006). Sua tese de doutorado, intitulada Câncer de mama em mulheres jovens: incidência, mortalidade e associação com os polimorfismos dos genes NQ01, CYP17 e CYP19, foi orientada pelo pesquisador da ENSP Sergio Koifman.

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Pesquisadores investigam marcadores imuno-histoquímicos dos melanomas

Melanoma é uma neoplasia (câncer) com origem nas células produtoras de pigmentos. Embora também possa surgir em mucosas, a maioria absoluta ocorre na pele, recebendo o nome de melanoma primário cutâneo. Esse tipo de neoplasia se manifesta de maneiras distintas, e essas manifestações têm relação direta com o prognóstico e o tratamento da doença.

Classificar uma lesão melanocítica (pigmentada) como benigna, maligna ou suspeita de malignidade requer a combinação de observações clínicas, feitas durante as consultas médicas, e análises histológicas – de investigação da lesão com o auxílio de microscópios. Uma vez que o tecido é removido para estudo, existem recursos que ajudam a definir o diagnóstico.

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Países discutem preço de medicamentos contra a Aids

Os desafios que os países de renda média enfrentam para garantir o acesso aos medicamentos antirretrovirais foram tema de uma reunião internacional, realizada entre os dias 10 e 12 de junho, em Brasília. O encontro teve o objetivo de compartilhar experiências sobre a provisão de medicamentos e discutir alternativas para promover a redução de preços nesses países. A Fundação Oswaldo Cruz foi representada pelo vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS), Jorge Bermudez, pela pesquisadora da vice, Marilena Corrêa, e pelas pesquisadoras no Núcleo de Assistência Farmacêutica (NAF) da ENSP, Maria Auxiliadora Oliveira e Gabriela Costa Chaves. A Consulta Técnica sobre acesso aos antirretrovirais para países de renda média reúne cerca de 90 representantes, de 20 países, para discutir os desafios da sustentabilidade de programas nacionais de tratamento da Aids em todo o mundo. O evento foi organizado pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pela Central Internacional de Compra de Medicamentos (Unitaid), pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e pela Organização Internacional Pool de Patentes de Medicamentos. De acordo com o Relatório Global do Unaids 2012, cerca de 8 milhões de pessoas estavam em tratamento em todo o mundo até o final de 2011. Em 2010, esse número era de 6,6 milhões. No encontro, foram discutidos os desafios referentes aos altos preços de novos medicamentos para o HIV, a dinâmica do mercado para os antirretrovirais (ARV), a gestão dos direitos de propriedade intelectual e outros fatores que afetam os preços dos ARV, em especial os de 2ª e 3ª geração. Também esteve na pauta a necessidade de mais inovação, pesquisa e desenvolvimento na produção de medicamentos para atender às demandas das respostas dos países ao HIV. Dentre os 20 países participantes do evento, apresentaram suas experiências países de renda média como Índia, Indonésia, Chile, Colômbia, Egito, México, Rússia, África do Sul e Brasil, assim como organizações internacionais. O evento ocorreu na sede da Opas/OMS, em Brasília, e foi aberto por representantes do Ministério da Saúde, da Opas/OMS, de Unaids e Unitaid. O NAF/ENSP Centro Colaborador da Organização Pan-Americana da Saúde em Políticas Farmacêuticas, o NAF/ENSP tem entre suas principais temáticas o trabalho relacionado ao acesso a medicamentos, aos direitos de propriedade intelectual, à avaliação da assistência farmacêutica em cenários ambulatoriais e hospitalares, ao uso racional e ao preço de medicamentos, à Aids, à malária e outras doenças de importância epidemiológica e social. Medicamentos antirretrovirais O acesso universal e gratuito aos medicamentos antirretrovirais é política prioritária do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais desde 1996. No Brasil, em dezembro de 2012, 313 mil pacientes estavam em tratamento com os 21 medicamentos antirretrovirais distribuídos pelo Sistema Único de Saúde. Esses remédios combatem a multiplicação do HIV e fortalecem o sistema imunológico. A seriedade do tratamento com os remédios reduz significativamente a mortalidade e o número de internações e infecções por doenças oportunistas, que aproveitam a fraqueza do sistema imunológico para atacar o organismo.

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ENSP renova parceria para fortalecer Atenção Básica na Baixada

A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP) reafirmou, em reunião na terça-feira (11/6), o convênio de cooperação técnica existente entre ela, o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Baixada Fluminense (Cisbaf), o Ministério da Saúde e o Consórcio Hospitalar da Catalunha (CHC), que tem como principal objetivo fortalecer a Atenção Básica nos 11 municípios que compõem a Baixada Fluminense. A parceria, firmada em meados de 2006, obteve grande êxito, principalmente no âmbito do fortalecimento da capacitação da gestão do setor saúde na Baixada, com a formação de cerca de 50 gestores no curso de especialização em Gestão de Sistemas de Saúde, desenvolvido com base na experiência da ENSP. A renovação da parceira, entre outras ações, garante a segunda edição do curso.

A reunião, que marcou a renovação da parceria, contou com a presença do diretor da ENSP, Hermano Castro, da secretária executiva do Cisbaf, Rosangela Bello, do pesquisador do Departamento de Ciência Sociais da Escola, José Mendes, e de Rafael Eugênio, representando a Secretaria de Saúde de Mesquita. Na ocasião, o diretor da ENSP ressaltou a importância da renovação da parceira e destacou que fortalecer a Atenção Básica é fundamental para a Saúde Pública atualmente. “O fortalecimento da Atenção Básica à Saúde é a base para uma saúde melhor, e capacitar profissionais é um excelente caminho a seguir. Dessa forma, desenvolveremos mais uma etapa desse projeto e pretendemos interligar as áreas de ensino, formação e recursos humanos”, explicou ele.
Rosangela Bello destacou que, fortalecendo a Atenção Básica na Baixada, os ganhos na saúde pública são diversos, além de suprir problemas que envolvem questões estruturais, como a migração de moradores da Baixada para hospitais no município do Rio de Janeiro. A Baixada Fluminense é composta de 11 municípios: Belford Roxo, Duque de Caxias, Itaguaí, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Queimados, São João de Meriti e Seropédica. De acordo com Rosangela, a cobertura da Atenção Básica na região ainda é baixa – cerca de 26%, apesar de já ter avançado bastante desde o início da parceria, que era de somente 16%. Além disso, a distribuição é desigual. Municípios como Magé e Nilópolis possuem cerca de 70% de cobertura, enquanto alguns outros não chegam a 15%.
Segundo Rosangela, a parceria contribuiu muito para a ampliação da cobertura da AB na Baixada, e a capacitação para os gestores rendeu bons frutos, como as monografias dos alunos, que apresentaram boas respostas para muitos problemas de saúde existentes nos municípios que compõem a região, além da atuação de cerca de 50 gestores altamente qualificados no Sistema Único de Saúde. A ideia principal com a renovação da parceira é a criação da segunda edição do curso. O projeto para elaboração da segunda turma será submetido ao Conselho Deliberativo da ENSP e, posteriormente, entrará em ação. Os pesquisadores e docentes do Departamento de Ciências Sociais da Escola, José Mendes e Nilson do Rosário, serão responsáveis pela reedição do curso, que mais uma vez ocorrerá de forma presencial.

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USP e universidade francesa criam consórcio para pesquisar anemia falciforme

Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Paris-Diderot, da França, criaram o Consórcio Internacional em Hematologia (International Network in Hematology) com o objetivo de promover a colaboração em pesquisas voltadas a melhorar o diagnóstico e o tratamento da anemia falciforme e outras doenças do sangue.

De acordo com Belinda Simões, professora da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e uma das coordenadoras do grupo, a intenção é promover o intercâmbio de pesquisadores e estudantes das instituições, além de facilitar a obtenção de verba das agências de fomento para pesquisas em conjunto.

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Jovens usam pílula do dia seguinte sem conhecimento adequado

A anticoncepção de emergência, mais comumente chamada de “pílula do dia seguinte”, é bastante conhecida e usada por adolescentes do ensino médio. Uma pesquisa da Escola de Enfermagem (EE) da USP realizada em escolas públicas e particulares na cidade de Arujá (Grande São Paulo) com 705 jovens, entre 15 e 19 anos, aponta que 94,2% deles já ouviram falar da pílula e 57,7% já fizeram uso deste método contraceptivo. O estudo também constatou que a maioria das vezes em que a pílula do dia seguinte foi usada (59,3%) foi associada a outro método.

Formada em obstetrícia, Christiane Borges do Nascimento, autora da pesquisa, se interessou pelo estudo dos métodos contraceptivos na adolescência ainda em sua graduação. Segundo ela, a escolha por esse grupo foi porque “os adolescentes têm uma característica muito particular”. “Eles têm muitas alternâncias na estabilidade relacional”, relata.

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Ética em pesquisa: nova resolução é publicada

Foi publicada, no Diário Oficial da União, nesta quinta-feira (13/6), as novas diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Segundo o pesquisador da ENSP e coordenador pela Escola do Programa de Pós-Graduação em Bioética Ética Aplicada e Saúde Coletiva (PPGBIOS), Sergio Rego, essa revisão da Resolução CNS Nº466, de dezembro de 2012, traz alguns avanços, mas também muitos retrocessos. O texto, aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), do Conselho Nacional de Saúde, foi concluído em dezembro do ano passado, depois de ser submetido a fóruns, plenárias e passar por consulta pública para a consolidação das propostas de mudanças até chegar à sua versão final. Confira as definições, disponíveis on-line, na página eletrônica da Conep.

A versão inicial foi desenvolvida em 1996, e essa é a sua primeira revisão. Sergio explicou que o documento incorpora diversos itens publicados em resoluções complementares ao texto principal, ao longo dos anos.
Segundo ele, a nova resolução, entre outros itens, apresenta o termo de consentimento de pesquisa de maneira mais interessante, pois o traz como um processo de consentimento, e não apenas como um processo burocrático de assinatura. “Entrando assim em acordo com antigas questões defendidas por pesquisadores, em especial da área das ciências humanas e sociais.” Ele lamentou que, entre os retrocessos percebidos no texto está a questão do conflito de interesses, que, na primeira versão, foi abordada de maneira sucinta e, agora, na versão aprovada em 2012, o tema simplesmente não aparece.
Todo o processo de construção dessa nova versão da resolução foi difícil e complexo. De acordo com ele, muitos pesquisadores não se sentiram contemplados com as diretrizes estabelecidas. Porém, disse Sergio, “isso é normal e já esperado. Algumas pessoas acham que a pesquisa se justifica por ela mesma e têm resistência em compreender a necessidade de delimitação clara do que é ou não eticamente aceitável de se fazer em pesquisa”.
A coordenadora geral do PPGBIOS, Marisa Palacios, também comentou o documento e apontou a importância do texto ser uma resolução e não uma lei, pois traz a facilidade de fazermos modificações no documento, o que permite um processo permanente de atualização. “Essa regulamentação não está terminada. Temos de pensar de forma ética a resolução, uma vez que o documento não é meramente um conjunto de normas a serem cumpridas”, disse ela.
Sergio Rego ressaltou que, agora, é preciso continuar o processo de radicalização da discussão sobre ética em pesquisa e aperfeiçoamento da regulamentação. “Sabemos que ela não atende a todas as necessidade que as áreas demandam, em especial das ciências humanas e sociais. Portanto, ainda é preciso traçar caminhos. Mas temos de ter claro que esse é um avanço em relação ao que tínhamos no passado. Não podemos apenas aplicar burocraticamente os pontos sugeridos em fóruns e consultas. É preciso pensar em como atender demandas de acordo com as condições objetivas e ter boas razões e argumentos que sustentem as posições pleiteadas. Algumas pessoas defendem que os objetivos científicos justificam o benefício de muitos em detrimento do problema de poucos. Mas isso é inaceitável”, encerrou ele.
Confira as definições, disponíveis on-line, na página eletrônica da Conep.

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Relatório busca melhorar o acesso a medicamentos

O Núcleo de Assistência Farmacêutica (NAF) da ENSP irá auxiliar a Aliança para Pesquisa em Políticas e Sistemas de Saúde (Alliance for Health Policy and Systems Research), instituição com sede no prédio da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra, na elaboração de um relatório sobre o uso de evidências para a tomada de decisão em políticas de saúde, especificamente no acesso a medicamentos. Chamados de Flagship Reports, esses relatórios trazem aspectos relevantes a respeito do tema a partir da perspectiva de pesquisadores, tomadores de decisão e profissionais atuantes no serviço. O convite da Instituição da OMS foi feito à coordenadora do NAF/ENSP, Vera Lúcia Luiza.

O documento irá trabalhar pautado em casos exemplares, em três eixos prioritários do acesso a medicamentos. Essas prioridades foram escolhidas com base em consenso de especialistas de nível internacional, sendo elas: os modelos de compartilhamento de risco para o financiamento do acesso, os medicamentos genéricos e o potencial de uso dos sistemas de informação a serviço do acesso a medicamentos.
“Esses temas se articulam em torno da visão sistêmica de serviços de saúde – da forma como a OMS propõe. A grande questão que está no topo da agenda, da qual o Brasil é um grande protagonista, é a cobertura universal. Então, a ideia do documento é articular esses eixos e discutir as prioridades de acesso, de forma a promover tanto a geração como o uso de evidências”, explicou Vera.
Além da cobertura universal, o Brasil pode acrescentar outras experiências bem-sucedidas no que diz respeito ao acesso aos medicamentos. Vera citou como exemplo o financiamento dos medicamentos da atenção básica, o acesso universal e gratuito aos medicamentos antirretrovirais e a Farmácia Popular. “Há um potencial importante de casos para serem representados em um documento desse tipo. O NAF, como Centro Colaborador da Organização Pan-Americana da Saúde em Políticas Farmacêuticas, tem o compromisso de refletir sobre experiências da região, divulgando as estratégias nacionais e incorporando ações da América Latina”.

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