Author Archives: fatima martins

Pesquisa recomenda inclusão da febre Q no diagnóstico diferencial da dengue

Dores no corpo, febre, náusea, vômito, cansaço e dor de cabeça. Estas manifestações, muito comuns no quadro clínico de dengue e de outras viroses de grande circulação no Brasil, também podem estar associadas a uma doença ainda pouco conhecida no país: a febre Q. Causada pela bactéria Coxiella burnetii, a doença é transmitida ao homem pela inalação de partículas contaminadas do ar ou pelo contato com o leite, fezes, urina, muco vaginal ou sêmen de gado, ovelhas, cabras e outros mamíferos domésticos, incluindo cães e gatos, quando infectados, o que associa sua ocorrência sobretudo a ambientes com características rurais.

A ausência de dados epidemiológicos sobre o agravo e a possibilidade de seus sintomas serem confundidos com diversas outras doenças acenderam o alerta para os pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Conduzido por Elba Lemos, chefe do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses, e Maria Angélica Mares-Guia, que concluiu o doutorado em Medicina Tropical no Instituto, um estudo publicado na American Journal of Tropical Medicine and Hygiene observou a presença de C. burnetii em nove pacientes durante um surto da doença em Itaboraí, município do Rio de Janeiro que possui atividades econômicas relacionadas à agricultura e à pecuária. Foi lá que o Laboratório detectou, em 2008, o primeiro caso confirmado por meio de analise molecular no país. Além do Rio de Janeiro, casos de febre Q já foram confirmados em Minas Gerais e São Paulo.

Leia Mais

Fiocruz assina acordo de cooperação global contra zika

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e mais 32 revistas científicas, ONGs, fundos e institutos de pesquisa assinaram, na última quarta-feira (10/2), uma declaração conjunta na qual se comprometem a compartilhar, de forma rápida e aberta, dados e resultados relevantes de pesquisas que possam ajudar na crise com o vírus zika e em outras emergências de saúde pública. O objetivo da iniciativa é garantir que qualquer informação de valor para a saúde pública seja disponibilizada gratuitamente e o mais rápido possível para a comunidade internacional, sem impedir pesquisadores de, posteriormente, publicar os dados apresentados em seus artigos. A expectativa é que outras instituições também passem a aderir à causa nas próximas semanas.

“É fundamental a Fiocruz e outras instituições serem signatárias deste acordo que, no caso da pesquisa sobre zika, altera o padrão usual da comunicação científica, com a publicação mais rápida e a gratuidade em periódicos que usualmente requerem pagamento dos autores. Estamos diante de uma grave crise sanitária reconhecida mundialmente: já obtivemos algumas evidências científicas, mas ainda há muitas perguntas sem resposta, que demandam uma ação intensa por parte das instituições de pesquisa”, destacou a vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Nísia Trindade Lima. “Faz parte do acordo a divulgação de notas de pesquisa ou dados de estudos em desenvolvimento, o que creio ser coerente com a gravidade da situação e a necessidade que está mobilizando não só a comunidade científica nacional e internacional, mas também a sociedade”.

Leia Mais

Ministério da Saúde investiga caso suspeito de febre amarela

O Ministério da Saúde foi notificado, pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Norte, de caso suspeito de febre amarela na capital Natal, próximo ao Parque das Dunas. A pasta acompanha a investigação e ofereceu apoio às secretarias de saúde do Estado e do município na condução do caso.

O Ministério da Saúde classifica o caso como suspeito até a conclusão das investigações, mas ressalta que não há evidências epidemiológicas que sugerem a transmissão do vírus da febre amarela no município, visto que, nos últimos seis meses, não há ocorrência de novos registros da doença.

Leia Mais

Xadrez é nova alternativa no combate a dependência de substâncias

Jogo atrelado a outras estratégias traz benefícios na reabilitação de usuários de crack e cocaína

Uma recente alternativa surgiu no tratamento de dependentes de crack e cocaína, comprovadamente duas das cinco drogas mais viciantes e perigosas do mundo. Em pesquisa ovacionada, a psicóloga Priscila Dib Gonçalves conduziu um estudo que se propôs a explorar as possibilidades de estimulação de algumas das atividades mais importantes do nosso cérebro através do jogo de xadrez. “A dependência de cocaína e crack envolve prejuízos em funções cognitivas como atenção, pensamento e planejamento do comportamento”, conta a pesquisadora. Ela explica que a maioria dos métodos e intervenções psicossociais ainda apresentam efeitos moderados no processo de recuperação dos usuários e por isso novas estratégias de reabilitação ainda são necessárias. “O tratamento da dependência de substâncias é complexo e multiprofissional. Até o presente momento há a escassez de tratamentos farmacológicos ‘padrão ouro’ para esta população”.

Leia Mais

Exposição ‘Pelos Caminhos do SUS’ será inaugurada nesta terça-feira (31/3)

A próxima terça, dia 31/3, será marcada pela inauguração da nova exposição do Museu da Vida, “Pelos caminhos dos SUS”. O objetivo é desenvolver o tema sob uma perspectiva crítica, mas ao mesmo tempo lúdica, desmistificá-lo, informar, mostrar os avanços e também indicar os desafios. “A mostra explora uma linguagem urbana, com elementos de construção civil, uma alusão a um sistema que ainda está em construção”, afirmou Diego Vaz Bevilaqua, chefe do Museu da Vida. A inauguração é na próxima terça-feira (31/3), às 15h, na Sala de Exposições Temporárias do Museu da Vida.

Além de painéis informativos ricamente ilustrados, a exposição Pelos caminhos do SUS reúne atividades interativas. O visitante se depara com módulos, como Sustentando o SUS, em que uma estrutura em forma de arco sugere o envolvimento de um grupo para a construção dos “pilares” do SUS. Em Time da Saúde, é possível conhecer mais sobre os profissionais da área.

Leia Mais

Adolescentes negros têm mais chance de ser vítimas de homicídio

O risco relativo de um adolescente negro ser vítima de homicídio, em 2012, era quase três vezes maior que o de um branco. A conclusão é dos responsáveis por uma pesquisa feita pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Observatório de Favelas e o Laboratório de Análise de Violência da Universidade do Estado do Rio.

De acordo com a pesquisa, os jovens negros de 12 a 18 anos correm 2,96 vezes mais risco de ser vítimas de homicídio. A taxa de risco é obtida da relação entre a taxa de homicídios em adolescentes brancos e negros. Em 2011, o número ficou em 3,08.

Leia Mais

Ministério da Saúde lança campanha de prevenção às DSTs/Aids 2015

Iniciativa apoia prevenção, combinando camisinha, testagem e tratamento. Pesquisa recente mostra dados sobre uso de preservativo no País

A maioria dos brasileiros (94%) sabe que a camisinha é melhor forma de prevenção às DST e Aids. Mesmo assim, 45% da população sexualmente ativa do País não usou preservativo nas relações sexuais casuais nos últimos 12 meses.

Leia Mais

Mortalidade de Aids cai 13% nos últimos 10 anos no Brasil

Dado foi apresentado pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (28) no lançamento da campanha de prevenção às DST e aids para o carnaval de 2015

A mortalidade provocada pelo vírus da aids caiu 13% na última década no País. O dado foi apresentado pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (28) no lançamento da campanha de prevenção às DST e aids para o carnaval de 2015. No entanto, entre a população jovem, os índices de contaminação pelo HIV ainda continuam crescendo.

Leia Mais

Piolho: pesquisador esclarece o que é a pediculose, doença provocada pelo inseto

O início do período escolar traz à tona um problema capaz de deixar muitos pais e professores de cabelo em pé. A infestação por piolhos, que atinge a humanidade há milhares de anos, encontra na aglomeração diária de crianças o ambiente ideal para se proliferar. O biólogo Júlio Vianna Barbosa, pesquisador do Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), desenvolve atividades educativas sobre o problema que ainda é alvo de preconceito. Em entrevista, Júlio esclarece que o piolho é um inseto que provoca uma doença (a pediculose, causada a partir da infestação pelo inseto Pediculus humanus humanus), aborda mitos e verdades sobre o assunto e defende ações educativas como a mais importante estratégia para um tratamento eficaz.

O que são os piolhos?

Leia Mais

Estudo aponta baixa estratégia nas ações de Aids no RJ

Com o objetivo de analisar o sistema de planejamento e a gestão das ações de DST/Aids no Rio de Janeiro, a aluna Sabrine Dias Losekann elaborou sua dissertação de mestrado em Saúde Pública, sob a orientação do professor Francisco Javier Uribe Rivera. A pesquisa trouxe à tona o baixo caráter estratégico das programações municipais. As entrevistas evidenciam que não há análise de cenários e que ações são programadas desconsiderando as incertezas do contexto em que se encontram. “O momento estratégico está pouco presente na programação dos municípios. Alguns demonstraram criar, ou tentar criar, viabilidade às ações e metas, mas descolados da programação. Não há análise de viabilidade, devido a um contexto de baixa governabilidade vivenciada pelas coordenações de DST/Aids”, apontou a aluna.
De acordo com Sabrine, o sistema de prestação de contas foi outro problema encontrado na pesquisa. “Há prestação contas. No entanto, as coordenações não as consideram suficientes, pois avaliam que deveria haver uma maior pressão para prestação de contas do município, de forma que seja dada a devida transparência ao que é feito ou não. Assim, sentiriam-se menos sozinhas nesta batalha política para execução de uma programação”, observou.
Na primeira etapa do estudo, foram analisadas 27 programações anuais de metas voltadas ao enfrentamento das DST/Aids referentes ao ano de 2009. Estas programações são atribuições dos municípios qualificados na Política de Incentivo às ações de DST/Aids no âmbito do Programa Nacional de DST/Aids. Na segunda etapa, entrevistas semi-estruturadas foram realizadas em cinco coordenações municipais, com o objetivo de evidenciar aspectos do planejamento.
A pesquisa apontou que a programação tem um caráter mais de organização de tarefas e memória do programa que um instrumento estratégico. “Faz-se veemente a qualificação das programações de DST/Aids por meio de capacitações em planejamento, mas, principalmente, a necessidade de fortalecer estas coordenações, que demonstram orgulho de participarem desta política de enfrentamento a Aids e que precisam voltar a acreditar que podem fazer a diferença.”
No que se refere à estrutura dos municípios, 53,4% possuem equipe multidisciplinar ou mais de duas áreas técnicas, o que está de acordo com o preconizado pela política de Incentivo. As maiores equipes estão concentradas na região noroeste fluminense, com média de 10 profissionais por equipe, o dobro do município do Rio de Janeiro, que concentra maior número de casos.
Com relação ao enfrentamento da epidemia, 85% dos municípios apresentaram resposta restrita, ou seja, apresentaram três ou menos das situações a seguir: ter ação programática de caráter essencial ou abrangente; incluir, na resposta, populações prioritárias para a assistência e para a prevenção; realizar a maior proporção dos gastos em ações com alto poder de intervenção na assistência e prevenção; e possuir resposta sustentável.
Nas entrevistas foi possível observar que dois municípios apresentaram caráter comunicativo na elaboração de suas programações, contando com ampla participação do movimento social, ator importante no enfrentamento à Aids no Brasil. Estes dois, dos cinco entrevistados, apresentaram programações com mais de uma característica do planejamento estratégico. Mesmo assim, nenhum município apresentou todas as características (muldimensional, comunicativo, não determinístico, contexto explícito, com participação de atores sociais, com análise de cenários e alta governabilidade).
Para Sabrine, a execução do plano de ações e metas é atravessada por inúmeras intercorrências. “O fato das coordenadoras responderem por inúmeras atividades do Programa, que muitas vezes não são diretamente relacionadas à gestão, levam à distração tática”.
Sabrine Dias Losekann, graduada em psicologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), possui especialização em Saúde do Trabalhador (Fiocruz). Sua dissertação de mestrado em Saúde Pública intitulada “Análise do Sistema de Planejamento e Gestão das ações de DST/Aids no Rio de Janeiro como ferramenta estratégica” foi defendida na ENSP dia 30/8/13, sob a orientação do professor Francisco Javier Uribe Rivera.