Author Archives: erasmomartins

Mudanças climáticas e savanização da Amazônia irão impactar populações pelo calor

O desmatamento em grande escala da Floresta Amazônica associado às mudanças climáticas aumentará o risco de exposição ao calor extremo. Esses níveis de calor, que serão fisiologicamente intoleráveis ao corpo humano, afetarão profundamente regiões onde residem populações altamente vulneráveis, segundo estudo publicado hoje pelos pesquisadores Beatriz Alves de Oliveira, da Fiocruz; Marcus Bottino e Paulo Nobre, ambos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); e Carlos Nobre, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA/USP). Trata-se da primeira análise dos impactos combinados do desmatamento e das mudanças climáticas na saúde humana.

Segundo os resultados do estudo Desmatamento e mudanças climáticas projetam aumento do risco de estresse térmico na Amazônia Brasileira, existe um limite de desmatamento da Amazônia que impactará a sobrevivência da espécie humana. Esse limite é acompanhado por um “efeito extremo na saúde” que deixará, até 2100, mais de 11 milhões de pessoas da região Norte do Brasil expostas ao risco extremo de estresse térmico, quando teremos atingido os limites de adaptação fisiológica do corpo humano devido ao desmatamento. Em outras palavras, não seremos capazes de manter nossa temperatura corporal sem adaptação.

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Rede coordenada pela Fiocruz avalia resistência a inseticidas em espécies de barbeiros

O uso de inseticidas é uma das principais formas de controlar a proliferação dos triatomíneos, insetos transmissores da doença de Chagas, também conhecidos como barbeiros. Mas se alguma espécie desenvolve resistência aos produtos usados, esse controle pode ficar comprometido. No Brasil, a Rede de Monitoramento de Resistência de Triatomíneos a Inseticidas (Remot), coordenada pela Fiocruz, realiza testes laboratoriais visando verificar se insetos capturados nas atividades de Vigilância dos estados se tornaram resistentes. Recentemente, a Remot concluiu mais uma série de exames, realizados em barbeiros encontrados em três estados do Brasil: Ceará, São Paulo e Minas Gerais.

Os resultados dos testes mostraram que os insetos capturados no Ceará e em São Paulo são suscetíveis aos inseticidas, ou seja, morrem quando expostos ao produto. Já os que foram coletados em Minas Gerais, mais especificamente no Norte do estado, apresentaram fortes indicações de resistência durante os exames laboratoriais, com taxas de mortalidade abaixo de 40%. Para confirmação dessa resistência, os pesquisadores farão, em breve, uma contraprova, que precisa ser feita no próprio ambiente em que a espécie foi capturada.

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InfoGripe aponta estabilidade de casos de SRAG no mais baixo patamar da pandemia

Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (30/9), aponta sinal de estabilidade no país agora no mais baixo patamar desde o início da epidemia no Brasil. A análise mostra que cinco dos 27 estados registraram sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a Semana Epidemiológica (SE) 38, de 19 a 25 de setembro: Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Pará e Rondônia. Dentre os demais, 14 apresentam sinal de queda na tendência de longo prazo. São eles: Acre, Amapá, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Roraima, São Paulo e Tocantins. O estudo destaca também que Amazonas, Goiás, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro são as únicas unidades federativas que apresentam sinal de crescimento apenas na tendência de curto prazo. Atualmente, cerca e 96% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com resultado laboratorial de vírus respiratório correspondem a infecções por Sars-CoV-2.

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Vacina Covid-19: Fiocruz conclui produção dos primeiros lotes do IFA nacional

A Fiocruz, por meio de seu Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), concluiu, nesta segunda-feira (27/9), a produção dos primeiros lotes chamados lotes de pré-validação do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) nacional da vacina Covid-19. O insumo passará agora por testes de controle de qualidade na instituição para, em seguida, ser encaminhado para a etapa de processamento final do imunizante. O primeiro lote de pré-validação, finalizado anteriormente no início de setembro, também está em análise.

Os dois lotes de pré-validação servem para demonstrar que o processo funciona conforme o esperado e eventualmente para detectar a necessidade de adequação nos documentos e processos. Ambos foram produzidos em condições de Boas Práticas de Fabricação (BPF), com todos os procedimentos, protocolos de produção e de validação já aprovados.

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Covid-19: Fiocruz Rondônia monitora evolução da variante Delta no estado

Dando continuidade ao monitoramento do atual cenário de Covid-19 em Rondônia, a Fiocruz Rondônia divulga o resultado do sequenciamento genético do vírus Sars-CoV-2, realizado com amostras referentes ao mês de agosto. De 73 amostras recolhidas, 35 foram caracterizadas como variante Delta (B.1.617.2), o que representa 47,94% das amostras analisadas. O estudo comprovou ainda que 38 amostras foram caracterizadas como P.1 e subvariantes (52,5%), e 22 amostras como exclusivamente P.1 (58%).

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InfoGripe confirma tendência de queda de casos de SRAG no Brasil

Divulgado nesta sexta-feira (23/9), o Boletim InfoGripe da Fiocruz confirma a tendência de queda dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no país. Cerca de 99% dos casos de SRAG com identificação laboratorial de vírus respiratório são referentes ao novo coronavírus. De acordo com os dados, apenas três estados apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a Semana Epidemiológica (SE) 37, período de 12 a 18 de setembro. São eles: Espírito Santo, Piauí e Rondônia. Dentre os demais, 12 apresentam sinal de queda na tendência de longo prazo: Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. Além disso, seis unidades federativas apresentam sinal de crescimento apenas na tendência de curto prazo (últimas três semanas): Amapá, Amazonas, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro e Tocantins.

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Artigo da ENSP discute sobre um SUS para a Amazônia

Amazônia ribeirinha, Amazônia de fronteira, Amazônia indígena, urbana, de assentamentos, do agronegócio, do narcotráfico, Amazônia preservada, Amazônia super explorada. Longe de ser um espaço homogêneo, na Amazônia brasileira subsistem diversas formas de ocupação. Destacando alguns elementos da teoria social de Boaventura de Souza Santos, o artigo de Michele Rocha El Kadri, do Instituto Leônidas e Maria Deane; e Carlos Machado de Freitas, da ENSP, discute como o problema do tempo linear e da escala dominante no pensamento hegemônico vem servindo para invisibilizar os territórios amazônicos na organização das ações públicas de saúde.
O artigo Um SUS para a Amazônia: contribuições do pensamento de Boaventura de Sousa Santos, publicado na revista Ciência & Saúde Coletiva n° 26 (Supl. 2), aponta, ainda, que consolidar um SUS pós-abissal na região passa inevitavelmente por uma repactuação do papel econômico e desenvolvimento social inclusivo com a Amazônia, e não apesar dela. Por fim, reflete se a construção do SUS local deveria se basear em um tripé, não exclusivamente urbano centrado, que considere sua extensão territorial, densidade populacional e vias pelas quais os fluxos de acesso aos serviços de saúde acontecem.
A proposta do texto é, segundo os autores, a partir de alguns elementos da teoria social de Boaventura de Souza Santos, pensar a região para além do pensamento hegemônico que, via de regra, vem produzindo leituras no campo da saúde que a localizam como lugar da doença, da incipiência de processos organizativos, do vazio e da vulnerabilidade, e que desconsideram tamanha heterogeneidade.
Destacam-se duas questões, dizem os autores: o problema do tempo linear e da escala dominante, para discutir como servem para invisibilizar os territórios amazônicos no planejamento das ações públicas de saúde. Por fim, eles apontam para a ideia de que consolidar o SUS na região passa inevitavelmente por uma repactuação do papel econômico e do desenvolvimento social inclusivo, com e para as pessoas que aqui constroem suas histórias e dão sentido a este lugar.
Essa discussão sobre o papel da Amazônia no cenário de desenvolvimento nacional nada tem de local, explicam eles, considerando que ela é essencial na irrigação das terras agrícolas que garantem a exportação dos principais produtos do país, assim como o balanço hídrico das bacias que fornecem água a milhões nas cidades no Sul e Sudeste brasileiro. Também não é irrelevante sua importância na regulação do clima global. “As reflexões apresentadas ampliam a discussão e apontam como o modelo de desenvolvimento econômico e social atual concorre para aprofundar as desigualdades com a marca cartográfica abissal que separa o Norte e o Sul do país”.
Neste trabalho, os autores destacam dois conceitos para aprofundar reflexões importantes que ajudam a apontar como a realidade amazônica tem estado com frequência ausente de diretrizes que orientam a construção do SUS. “A primeira é a racionalidade do tempo linear, que é diferente do tempo vivido pelas comunidades amazônicas que em grande medida têm suas vidas orientadas pela sazonalidade do ciclo das águas. O segundo ponto é o problema da escala que influencia naquilo que é visto ou invisibilizado numa política universal como o SUS”.
Para eles, essas questões oferecem elementos relevantes para entender como a dinâmica desse território desafia uma outra lógica de organização do sistema de saúde, e que, se bem acolhida pelo planejamento, pode ajudar na construção de um SUS pós-abissal com e para a região.
Os autores concluem que o  pensamento abissal, que evidencia a dominação econômica, política e cultural de uns lugares em detrimento de outros, sustenta o discurso hegemônico que cria ausências onde na verdade há muitas presenças. “A linha que coloca a Amazônia no lugar do atraso em uma hierarquização de saberes, tempo e escala tem produzido injustiças e desastres recorrentes, resultantes de intervenções inadequadas, públicas e/ou privadas, em função do desconhecimento, intencional ou não, desse lugar”. Para que a universalização do SUS produza redução de desigualdades, garantindo saúde como condição básica para o desenvolvimento na Amazônia, é preciso aumentar a escala de análise e focalizar alternativas mais coerentes com o lugar, apontam.
Eles destacam o desafio peculiar para a gestão local de consolidar o sistema em um território de tamanha extensão territorial, com dinâmica de ocupação não urbano-centrada e com fluxos que não se dão invariavelmente por via rodoviária. “Enquanto persistir o não reconhecimento desse território em toda a sua história, seus ecossistemas e suas culturas, não será possível construir uma alternativa pós-abissal que vença a exclusão que o tem mantido do lado de lá da linha. Inovação tecnológica que gere valor para a biodiversidade, ciência que reduza iniquidades, ecologia de saberes que compartilhem conhecimentos (e também ignorâncias) podem apontar potenciais soluções”.
Por fim, defendem que discutir a preservação da Amazônia é importante, mas alternativas econômicas que impactam diretamente as condições de vida e a saúde daqueles que aqui residem é o debate fundamental a fazer.
Foto: Radis

IFF/Fiocruz divulga dados de pesquisa sobre intenção de se vacinar

O Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) divulga os resultados de pesquisa on-line para avaliar a intenção dos brasileiros em se vacinar contra a Covid-19. Chamada de Estudo Trend, a amostra, conduzida de 22 a 29 de janeiro de 2021, contou com 173.178 participações voluntárias e anônimas de adultos residentes no Brasil, com análise de dados sociodemográficos e epidemiológicos. Apesar do contexto político, do movimento antivacina e da proliferação de opiniões polêmicas nas redes sociais, um número expressivo de participantes da pesquisa pretendia se vacinar (150.845 = 89,5%) ou já havia sido vacinada (4.083).

O estudo definiu indivíduos hesitantes com a vacina como aqueles que não pretendiam ser vacinados, aqueles que não tinham certeza e aqueles que apenas concordariam em ser vacinados dependendo da vacina usada. O formulário foi composto por 27 questões fechadas e 3 questões abertas, elaboradas após revisão da literatura e discussão com o grupo multiprofissional de especialistas da equipe de pesquisa.

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Vacina Covid-19: Fiocruz entrega novas doses nesta segunda-feira

A Fiocruz, por meio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), entrega, nesta segunda-feira (20/9), 937 mil doses da vacina Covid-19 ao Ministério da Saúde (MS). Serão realizadas duas liberações, uma com 50 mil doses para o Estado do Rio de Janeiro, e outra, com as demais doses, para o almoxarifado designado pelo MS, para serem distribuídas aos outros estados.

Assim como na última semana, a Fundação fará mais duas entregas para o Programa Nacional de Imunizações (PNI) até o fim da semana, totalizando cerca de 4,6 milhões de doses. Os quantitativos e as datas de entrega serão informados à medida em que ocorrerem as liberações.

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Programa Nacional de Imunizações comemora 48 anos

O Programa Nacional de Imunizações (PNI), coordenado pelo Ministério da Saúde, completa 48 anos neste sábado (18/9). De forma compartilhada com as secretarias estaduais e municipais de Saúde, o programa se consolidou como uma das principais e mais relevantes intervenções em saúde pública, com a conquista de resultados importantes, como a certificação de área livre da circulação do poliovírus selvagem, a eliminação da circulação do vírus da rubéola e pelo importante impacto na redução dos casos e mortes pelas doenças imunopreveníveis.

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