Estudo realizado pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (FCFRP-USP), a respeito da exposição ambiental a metais tóxicos nas populações ribeirinhas do Rio Tapajós, no Estado do Pará, revelou que o pescado e a farinha – alimentos que fazem parte da dieta básica da população local – estão contaminados respectivamente por mercúrio e chumbo. A pesquisa, que gera uma grande preocupação em relação aos hábitos alimentares dessas pessoas, foi coordenada pelo químico Fernando Barbosa, que esteve na ENSP para participar do Seminário David Capistrano da Costa Filho de Atualização em Saúde e Ambiente, no curso Metais no ambiente e saúde humana: aspectos toxicológicos e avaliação de exposição.
A pesquisa sobre a contaminação por chumbo é decorrente de outro trabalho, também inserido no Programa de Pós-Graduação em Toxicologia da FCFRP-USP, sobre a exposição ao metilmercúrio, provocada pelo consumo de peixes da região. O estudo foi desenvolvido com 453 ribeirinhos, em 13 diferentes comunidades, e, ao analisar o sangue da população para determinar a concentração de mercúrio, foi constatada uma concentração elevada de chumbo entre os moradores da região. "Nossa preocupação inicial foi verificar a exposição ao mercúrio a partir do consumo de peixes pela população e seus possíveis efeitos tóxicos. No entanto, após identificarmos altas concentrações de chumbo no sangue dos ribeirinhos, partimos para um trabalho de investigação a fim de analisar de onde vinha essa exposição", esclareceu Fernando.
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