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Síntese primordial

“É conhecido que a evolução da vida passou por um estágio inicial no qual o RNA teve importância fundamental tanto na herança como na catálise – papéis que atualmente são executados pelo DNA e pelas enzimas, respectivamente. Mas de onde o RNA surgiu?”, pergunta Jack Szostak, do Instituto Médico Howard Hughes, nos Estados Unidos, em artigo na edição desta quinta-feira (14/5) da Nature

A dúvida tem intrigado cientistas há muito tempo e uma possível resposta acaba de ser dada por um grupo da Universidade de Manchester, no Reino Unido, na mesma edição da revista. O novo estudo resolve um antigo debate e amplia o conhecimento a respeito de como a vida surgiu na Terra.

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Verde e sustentável

Como produzir combustíveis de modo sustentável? Para Marcos Buckeridge, um dos responsáveis pela seção de Biomassa do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN) e pela coordenação da área de biologia da FAPESP, a resposta é simples: etanol.

Em entrevista publicada na edição de 23 de maio da revista New Scientist, o professor do Departamento de Botânica do Instituto de Biociências (IB) da Universidade de São Paulo (USP) destaca as vantagens do etanol brasileiro e a importância de garantir que o biocombustível do futuro seja “verde e sustentável”.

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Biologia em braile ajuda cegos

Imagine saber que existe um mundo que não se pode ver e ter que conhecê-lo através do tato. A falta de visão, descrita pelo escritor e vencedor do prêmio Nobel de literatura José Saramago em seu livro Ensaio sobre a cegueira, é a realidade que, segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), é vivida por quatro milhões de pessoas no país. Pensando em como os cegos poderão estudar em colégios do ensino regular e aprender com o mesmo conteúdo aplicado aos demais, a professora Nadir Sant’Anna, do Laboratório de Biologia Celular e Tecidual da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), desenvolveu o projeto Produção de Esquemas em Alto Relevo para Deficientes Visuais nas Áreas de Biologia Celular, Histologia e Embriologia. Contemplado pelo edital Cidadania da Pessoa com Deficiência, da FAPERJ, seu objetivo é auxiliar estudantes do ensino médio no aprendizado de matérias como Biologia.

"Acreditamos que inclusão de fato é garantir aos portadores de necessidades especiais condições de participação em todos os setores, inclusive no acesso à educação de qualidade. Só assim aumentamos suas alternativas para inclusão no mercado de trabalho", diz Nadir Sant’Anna. Segundo a professora, o ensino de certas disciplinas exige recursos didáticos complementares para facilitar o aprendizado. Um desses casos é a biologia, que inclui a descrição de estruturas envolvidas em eventos dinâmicos e simultâneos. "Como é mais difícil entender esse conteúdo, a matéria termina despertando pouco ou nenhum interesse dos alunos portadores de deficiência visual, que acabam desistindo de seguir qualquer carreira ligada à área biológica." Segundo a professora, os modelos físicos tridimensionais que facilitariam o entendimento das imagens por esses estudantes são praticamente inexistentes ou de altíssimo custo.

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Pesquisa discute usos de materiais educativos sobre a hanseníase

Estudo feito por pesquisadores da Fiocruz coletou materiais educativos relacionados à hanseníase e verificou os sentidos atribuídos a esses materiais por profissionais de saúde que atendem pacientes com a doença. Os resultados da pesquisa são apresentados em artigo recém-publicado no periódico Cadernos de Saúde Pública.

A pesquisa incluiu 38 materiais educativos, entre folhetos, cartazes e cartilhas, produzidos entre 1995 e 2003 por instituições governamentais e não-governamentais, de âmbito nacional e internacional. Quanto ao público-alvo, 71% se dirigiam à população em geral; 18% a profissionais de saúde; 8% a portadores de hanseníase; e 3% ao público infantil.

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Plasmodium iluminado

Um grupo de pesquisadores brasileiros e portugueses desenvolveu um modelo animal apropriado para estudar os efeitos da malária durante a gravidez em zonas de alta endemicidade. A doença causa anemia materna, diminuição da viabilidade do feto e crescimento intrauterino retardado.

De acordo com o primeiro autor do trabalho publicado na revista de acesso aberto PLoS One, o brasileiro Cláudio Marinho, o estabelecimento do novo modelo contribui para a compreensão de diversos aspectos particulares da malária gestacional, além de ser uma importante ferramenta para o teste de novas drogas e vacinas.

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Pernilongos tornam-se mais resistentes a inseticidas e à poluição em São Paulo

Uma pesquisa do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP sobre as populações do mosquito Culex quinquefasciatus, transmissor do verme causador da filariose ou elefantíase no Brasil, constata que os insetos mostraram-se resistentes à poluição do rio Pinheiros, em São Paulo, e aos inseticidas aplicados pelo Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura do município. “O local é um dos ambientes preferidos para a reprodução do mosquito devido à abundância de poluentes orgânicos na água. Além disso, houve aumento significativo da espécie no rio”, alerta o biólogo Lincoln Suesdek, professor de pós-graduação do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP e pesquisador científico do Instituto Butantan.

Suesdek foi o orientador do estudo Análises comparativas populacionais de Culex quinquefasciatus de dois locais do Estado de São Paulo, dissertação de mestrado da bióloga Maria Cristina Peruzin, defendida em abril deste ano no ICB. A pesquisa empregou uma técnica recente e ainda pouco conhecida, a Morfometria Geométrica, uma ferramenta matemática que permite descrever alterações morfológicas complexas em processos biológicos e evolutivos.

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Portal Influenza A (H1N1) na BVS

A Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME/OPAS/OMS) lançou no começo de maio de 2009 o Portal Influenza A (H1N1) na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Disponível em espanhol, inglês e português, o portal tem por objetivo disseminar informação e evidências científicas atualizadas e responder à demanda de informação nos diferentes aspectos da doença para orientar a tomada de decisões.

A iniciativa complementa com informação científica e técnica da BVS e outras fontes as ações da OMS e OPAS. Baseado na metodologia da BVS de operar redes fontes de informação científica e técnica, o portal apresenta uma organização de conteúdos e de instrumentos de recuperação orientados a subsidiar processos de tomada de decisão em políticas, gestão, pesquisa, educação, prevenção, controle e atenção à saúde para fazer frente à influenza A (H1N1).

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Doenças comuns na época de enchentes são foco de iniciativas da Fiocruz

As chuvas têm castigado o país e as enchentes já atingiram milhares de pessoas em estados como Santa Catarina, Minas Gerais, Maranhão e Piauí. A situação é grave não só devido ao grande número de desabrigados, mas também porque traz à tona o debate sobre mudanças climáticas e uma série de questões de saúde pública, como as doenças que tendem a aumentar em época de inundações. A mais comentada talvez seja a leptospirose, transmitida pela urina de ratos. Muitas outras doenças, porém, estão relacionadas à água e podem ocorrer em caso de enchente. "As mais frequentes e comuns são as diarreias, hepatite A, febres entéricas e leptospirose. Após as enchentes, mais tarde, também a dengue", afirma o engenheiro sanitarista Odir Clécio da Cruz Roque, pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz). O primeiro passo para combater essas doenças é conhecer os agentes causadores, os sintomas, as formas de transmissão e de prevenção. Na tarefa de contribuir para o controle de doenças relacionadas à água e, sobretudo, aquelas mais comuns após as enchentes, a população brasileira conta com a Fiocruz, onde não faltam projetos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e produção em saúde pública em áreas relacionadas ao tema. Destaque para a leptospirose Febre, dor de cabeça e dores no corpo, principalmente na panturrilha: se a pessoa apresentar estes sintomas alguns dias após ter entrado em contato com águas de enchente, esgotos, terrenos baldios, lagoas ou rios contaminados, ela pode estar com leptospirose. Apesar de curável, a doença é grave. Por isso, em caso de suspeita, é necessário procurar um médico imediatamente. Vômitos, diarreia, tosse e, nos casos mais graves, pele e olhos amarelados também estão entre os possíveis sintomas da doença, que ocorre, principalmente, nos meses chuvosos e nas áreas metropolitanas. A leptospirose é transmitida ao homem, sobretudo, durante as inundações, quando a urina de ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se às águas de enchente. Ao entrar em contato com essas águas, a pessoa contrai a bactéria Leptospira, que penetra no corpo pela pele, especialmente por ferimentos. Para se prevenir, o conselho número um é evitar o contato com as águas de enchente. Obras de saneamento básico e melhorias nas habitações também estão entre as medidas de prevenção. Pesquisa da Fiocruz Bahia realizada no bairro de Pau da Lima, em Salvador, mostrou que quem residia a menos de 20 metros de esgotos a céu aberto e em áreas propensas a alagamentos tinha um risco 42% maior de ser infectado pela Leptospira. Para quem morava a menos de 20 metros de um local de acúmulo de lixo, esse risco era 43% maior. O estudo revelou ainda que, para cada acréscimo de um dólar na renda familiar diária per capita, a chance de infecção diminuía 11%, deixando evidentes as correlações entre a leptospirose, as condições de moradia e saneamento e o acesso à renda. O controle de roedores, que também faz parte da prevenção à doença, requer cuidado. O Ministério da Saúde orienta que o uso de venenos raticidas deve ser feito por técnicos capacitados. Para eliminar a bactéria Leptospira, recomenda-se o uso de hipoclorito de sódio (água sanitária): um litro do produto para cada mil litros de água do reservatório. Já para a limpeza de locais e objetos contaminados durante a enchente, deve-se diluir um copo de hipoclorito de sódio em um balde com 20 litros de água. Os dados da doença no país em 2008 chamam atenção para uma questão importante: enquanto o Sul teve o maior número de casos (920 entre os 2.518 notificados), os óbitos estiveram concentrados no Sudeste, que teve 116 dos 272 casos fatais. Colaboração junto à OMS O Laboratório de Referência Nacional para Leptospirose, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), tornou-se, no ano passado, o quarto laboratório do mundo a receber a designação de Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde (OMS) para esta doença. Assim, a Fiocruz assumiu uma série de responsabilidades perante a OMS e passou a atuar em uma esfera mais ampla em termos de cooperação internacional na área. "Firmamos o compromisso de oferecer apoio técnico e científico para a OMS em situações epidêmicas e em todas as questões relacionadas à doença, além de investir no desenvolvimento de outros centros de pesquisa, na multiplicação do conhecimento sobre a leptospirose e na formação profissional", explica a pesquisadora Martha Pereira, chefe do Laboratório do IOC e diretora do Centro Colaborador da OMS para Leptospirose, que já participou de missões do órgão em países como República Dominicana e Nicarágua. Também na Fundação, por meio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos/Fiocruz), são produzidos kits para diagnóstico da doença, fornecidos ao Ministério da Saúde. Os kits são produzidos a partir de metodologia Elisa. Em contrato com a empresa Chembio Diagnostics, Biomanguinhos assinou a transferência de tecnologia para produção de um kit rápido de diagnóstico com base na tecnologia conhecida como DPP (dual path plataform), que permite o resultado em poucos minutos e sensibilidade maior em relação a outras metodologias. Além disso, ele pode ser adotado para teste em diversos fluidos corporais. O procedimento é simples para o usuário: o teste consiste numa cartela onde é depositada pequena quantidade do material a ser analisado e o próprio dispositivo indica o resultado, num sistema semelhante ao adotado em testes de gravidez. O processo de transferência de tecnologia iniciado em 2007 ainda está em curso e a previsão é que a Fiocruz produzirá entre 70 e 100 mil testes por ano. Ao mesmo tempo, a Fiocruz trabalha para colocar à disposição do Ministério da Saúde um produto estratégico para diagnóstico rápido da leptospirose usando tecnologia própria. Pesquisadores da Fiocruz Bahia, em parceria com Biomanguinhos e a Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, desenvolveram a metodologia inovadora. "Este é um teste que vai ajudar a salvar vidas, representando uma ferramenta importantíssima para o médico identificar a doença ainda no seu início, antes da progressão para formas severas", destaca um dos coordenadores do projeto, o pesquisador Mitermayer Galvão dos Reis, diretor da Fiocruz Bahia. O desenvolvimento do teste foi possível porque a equipe de pesquisadores identificou o componente da bactéria Leptospira que estimula a produção de anticorpos pelo paciente. Na etapa atual, a Fiocruz Bahia e Biomanguinhos trabalham conjuntamente para o desenvolvimento e obtenção das proteínas recombinantes que são objeto de duas patentes da Fundação e que servirão como base para o teste. "Em breve, avançaremos para uma fase de avaliação e validação do kit, que será realizada de forma compartilhada envolvendo a Fiocruz Bahia, Biomanguinhos e outras instituições de excelência do país, com apoio do Ministério da Saúde", observa Antonio Ferreira, gerente do Programa de Reativos para Diagnóstico de Biomanguinhos. O pesquisador da Fiocruz Bahia Albert Ko, coordenador científico do projeto, conta que em seguida será realizada a avaliação clínica do desempenho do kit, que antecede a obtenção de registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "O teste terá formato similar ao de um cartão de crédito e o resultado sairá em até 15 minutos", antecipa.

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Estudo investiga ansiedade odontológica e dor de dente em crianças do Recife

Ir ao dentista é uma atividade que geralmente gera ansiedade em adultos, pois as pessoas temem experimentar sensações dolorosas. Quando se trata de crianças, esse receio pode ser um pouco mais intenso, principalmente quando somado à própria dor de dente. Um estudo realizado por pesquisadoras da Universidade de Pernambuco avaliou a ansiedade e a dor relacionadas ao tratamento odontológico em 2.735 crianças menores de cinco anos de idade moradoras da cidade de Recife. A prevalência de ansiedade encontrada foi alta (34,7%), assim como o histórico de dor de dente em crianças tão pequenas (9,1%).

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