Pesquisadores da Fiocruz acabam de patentear mais uma arma na guerra contra o mosquito do dengue. Trata-se de um biocida feito unicamente a partir de uma substância de planta nativa brasileira que, ao ser colocado em reservatório de água, mata 100% das larvas do inseto lá presentes, sem causar danos a qualquer outra forma de vida. O trabalho, em fase de publicação, foi desenvolvido pelos biólogos Marise Maleck e Anthony Érico Guimarães.
A principal vantagem do novo produto, em relação aos já existentes, é o fato de ser resultado de um produto natural de planta da Mata Atlântica, que apresenta toxicidade praticamente nula. Até aqui, os larvicidas utilizados apresentavam toxicidade (ainda que baixa) tanto para humanos quanto para outras espécies dependentes da água onde foram aplicados. Isso ocorre por serem eles ou químicos, ou biológicos (feitos com bactérias). Nosso biocida mata somente as larvas do vetor do dengue, não afetando quaisquer outras vidas em contato com a água, diz Marise. Além disso, ele não deixa resíduos, diferentemente dos larvicidas químicos, por exemplo, que podem alterar o equilíbrio ecológico quando usados no ambiente natural.
Envolvida em pesquisas com produtos de plantas brasileiras desde 1989, Marise começou a estudar as lignanas moléculas lipídicas produzidas pelas plantas durante seu metabolismo. A pesquisadora interessou-se particularmente pela lignana isolada de uma planta, nativa da Mata Atlântica, chamada Piper solmsianum, já reconhecida pela sua ação tóxica contra o Trypanosoma cruzi (protozoário causador do mal de Chagas). A bióloga resolveu então se unir ao entomologista para verificar que efeito a mesma lignana teria sobre os mosquitos do dengue. Ela entrou com os testes de planta; eu, com os mosquitos, diz Anthony.
Os dois pesquisadores começaram a trabalhar em conjunto a partir da segunda metade de 2003. Após uma série de testes em laboratório, eles confirmaram a toxicidade da lignana pesquisada por Marise contra as larvas do mosquito. O passo seguinte foi o registro da patente sob o número BR-PI-0604786-6 e o nome de Uso da lignana tetraidrofurânica grandisina como inseticida, composições inseticidas contendo a mesma e método inseticida, finalizado em 13 de novembro de 2006.
Agora os biólogos pesquisarão o que exatamente a lignana causa na fisiologia das larvas do mosquito e a viabilidade comercial e econômica do novo produto. Por fim, Anthony destaca que o trabalho, feito a partir de uma planta nativa, só vem a confirmar a importância de se preservar a biodiversidade brasileira, que sem dúvida, pode ser fonte de muito mais coisa no futuro. E Marise reforça as palavras do biólogo lembrando que diferentes lignanas já são conhecidas por suas ações antiinflamatórias, antioxidante e na prevenção do câncer.
Marise Maleck e Anthony Érico Guimarães desenvolveram seu projeto todo na Fundação, em parceria com o pesquisador Massuo Kato, da Universidade de São Paulo (que foi quem isolou a lignana em questão). Os dois cientistas trabalham no Laboratório de Diptera, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), uma unidade da Fiocruz.
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Inovação em saúde tem prêmio internacional
A Altran, empresa européia de consultoria em tecnologia e inovação, premiará o melhor projeto voltado para o tema A inovação tecnológica ao serviço do corpo humano, de iniciativas que visem a manter a saúde e melhorar a qualidade de vida.
O prêmio para o trabalho vencedor poderá atingir 1 milhão de euros, valor que será utilizado para o acompanhamento e o desenvolvimento tecnológico do projeto. Os projetos inscritos serão analisados por um comitê internacional composto por especialistas ligados ao tema proposto.
Leia MaisFiocruz vai gerir projeto contra a tuberculose
Uma parceria firmada entre a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), a Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec) e a Fundação Ataulpho de Paiva (FAP) receberá investimentos, pelos próximos cinco anos, de US$ 27 milhões, provenientes do Fundo Global de Luta contra a Aids, Tuberculose e Malária. A verba será destinada a um projeto que prevê o controle e o tratamento da tuberculose no Brasil, visando principalmente reduzir a incidência da doença nas 11 regiões metropolitanas mais afetadas do país. O projeto deverá ser iniciado até 2 de abril, data-limite para o Fundo Global liberar o financiamento da primeira parte do acordo. Na primeira etapa estarão disponíveis US$ 11,6 milhões, dos quais 76% serão geridos pela Ensp/Fiotec.
Veja essa o texto completo dessa notícia:
http://www.ensp.fiocruz.br/informe/materia.cfm?matid=2896
SciELO é base de estudo que mostra a desigualdade de gênero dos autores de artigos científicos
Apesar de o número de mulheres pesquisadoras ter aumentado expressivamente nas últimas décadas no Brasil, a participação feminina na produção de artigos científicos aparentemente não tem seguido no mesmo ritmo.
Essa é uma conclusão possível a partir de estudo feito pela economista e professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) Hildete Pereira de Melo, que realizou um amplo levantamento sobre o gênero dos autores de artigos disponíveis na Scientific Electronic Library Online (SciELO).
Com o auxílio de André Barbosa Oliveira, graduando de economia da UFF, Hildete identificou o sexo de 83% dos autores e co-autores de artigos publicados no SciELO de 1997 a 2005. O restante da amostra (17%) não teve o sexo determinado por dificuldades em distinguir nomes femininos dos masculinos e pela ausência de informações adicionais sobre os autores, consultadas em bases como o Currículo Lattes.
Os autores do levantamento verificaram que as mulheres participavam de 32,28% dos artigos analisados. Foram analisados, um a um, 195 mil nomes, de mais de 56 mil artigos publicados em 147 periódicos nacionais de diversas áreas do conhecimento, disse Hildete à Agência FAPESP. O SciELO, que está completando dez anos de atividades, permite atualmente acesso gratuito ao texto integral de 175 periódicos científicos.
Do total de nomes analisados, 98.302 eram de homens, 62.989 de mulheres e 33.860 ficaram indefinidos. Para Hildete, a participação feminina no SciELO pode ser considerada baixa se comparada à participação das mulheres na pesquisa científica apoiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Segundo a agência federal de fomento, nos últimos cinco anos o aumento de bolsistas de doutorado mulheres foi de cerca de 37%, igualando-se à participação masculina. A situação é de empate técnico: 3.694 mulheres e 3.697.
No pós-doutorado, ainda que as mulheres permaneçam em minoria, houve um aumento de 13% do número de bolsistas do sexo feminino em relação ao total de bolsas concedidas de 2001 a 2006. Do total de bolsas concedidas pelo CNPq em 2006, as mulheres respondem por cerca de 48% (26.436).
Para Hildete, ainda há um longo caminho a percorrer, levando em conta uma sociedade que deveria ser igualitária no que se refere à participação de homens e mulheres em todos setores. Apesar dos avanços, sabemos que eles ainda não foram suficientes para que as mulheres tenham uma participação eqüitativa no meio acadêmico e profissional, afirma.
O excesso de estereótipos e a falta de reconhecimento da contribuição feminina para o avanço da ciência ainda têm prejudicado sua ascensão, disse. O estudo mostra ainda diferenças nas carreiras científicas: as mulheres assinam mais artigos em áreas como educação, saúde e assistência social, enquanto os homens estão mais vinculados às ciências exatas.
Para ler o artigo A produção científica brasileira no feminino, disponível na biblioteca on-line SciELO (FAPESP/Bireme), clique aqui.
Leia MaisPrêmio Finep de Inovação Tecnológica
Agência FAPESP – A Financiadora de Estudos e Projetos fez o lançamento nacional da 10ª edição do Prêmio Finep de Inovação Tecnológica, na terça-feira (6/3), no Rio de Janeiro. As inscrições podem ser feitas até 16 de julho.
Segundo a Finep, o objetivo é identificar, divulgar e premiar esforços inovadores desenvolvidos e aplicados no país por empresas, instituições de ciência e tecnologia brasileiras ou instituições públicas e privadas sem fins lucrativos, de modo a encontrar soluções de impacto positivo na qualidade de vida da sociedade brasileira.
Leia MaisEdital de Bolsas de Incentivo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Tecnológico (BIPDT)
O edital fornecerá bolsas de incentivo a pesquisadores e servidores públicos estaduais, detentores de títulos de mestre ou doutor. Serão destinados R$ 2 milhões ao conjunto de propostas aprovadas na modalidade. O apoio vai diretamente para o pesquisador, e não para o projeto, sendo que os contemplados receberão ajuda de custo em forma de bolsa mensal.
Trata-se da terceira versão do edital nessa modalidade, instituída em 2005 com o objetivo de estimular a fixação de recursos humanos em Minas Gerais e ampliar as pesquisas realizadas no Estado. Essa modalidade de apoio, concedida por um período de até 24 meses, foi criada nos moldes da Bolsa de Produtividade concedida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Leia MaisAberta as inscrições para cursos de pós-graduação à distância em bioética
Estão abertas as inscrições para os cursos de pós-graduação à distância "Introdução à bioética e aos comitês de ética" e "Introdução à ética na pesquisa" do Programa Bioética da Facultad Latinoamericana de casino Ciencias Sociales da Argentina – FLACSO.
Os cursos são oferecidos somente à distância e conta com turmas virtuais, tutoriais e fóruns de discussões com os docentes e convidados.
O prazo para inscrições termina dia 26 de março. O início das aulas está previsto para o dia 29 de março.
Para mais informação sobre os cursos de formação à distância da FLACSO acesse: http://www.flacso.org.ar/formacion_posgrados.php?IDPC=2
Leia MaisInstituto espanhol oferece bolsas de estudo para estrangeiros
Estão abertas as inscrições para bolsas de estudo no Curso Superior em Saúde Pública Internacional do Instituto de Salud Carlos III (Madri, Espanha). São ao todo 32 bolsas voltadas a alunos estrangeiros com experiência em Saúde Pública, mas que não tenham recebido uma formação sistemática e centrada em análises, cenários de intervenção e estratégias de resposta aos principais problemas de saúde dos países em desenvolvimento.
O curso terá 420 horas letivas e duração de treze semanas, a realizar-se no último trimestre de 2007. A bolsa inclui três mensalidades para a estadia e as passagens de ida e de volta.
Requisitos:
– Diploma universitário relacionado com atividades sanitárias no âmbito da saúde pública
– Não ter sido contemplado com bolsa similar nos últimos dois anos
– Conhecimento em língua espanhola suficiente para a realização satisfatória dos estudos
– Ser natural de um dos seguintes países: Angola, Argentina, Belice, Bolivia, Brasil, Cabo Verde, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Chile, Ecuador Filipinas, Guatemala, Guinea Ecuatorial, Guinea Bissau, Honduras, México, Moçambique, Nicaragua, Panamá, Paraguai, Perú, República Dominicana, El Salvador, Uruguai e Venezuela
– Possuir emprego fixo e estabilidade no país de origem
Os interessados devem enviar as candidaturas até 30 de março.
Leia MaisGoverno e sociedade articulam ações para o uso correto de medicamentos
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, em todo o mundo, 50% dos medicamentos são prescritos, vendidos ou consumidos de forma inadequada. Ainda segundo a OMS, cresce consideravelmente a resistência da maioria dos microrganismos causadores de doenças infecciosas. Atento à importância do uso correto de toda medicação, o Ministério da Saúde coordenará a articulação entre diversos órgãos do governo federal, da sociedade civil e de estados e municípios para o desenvolvimento de ações estratégicas voltadas à ampliação do acesso da população à assistência farmacêutica e para a melhoria da qualidade e segurança no consumo de medicamentos.
O Comitê Nacional para a Promoção do Uso Racional de Medicamentos – cuja primeira reunião será aberta nesta terça-feira (13) pelo ministro da Saúde, Agenor Álvares – reúne importantes setores e entidades ligadas à saúde no país. Além de especialistas de diversas unidades do Ministério da Saúde, o comitê é formado por técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); da Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS); do Conselho Nacional de Saúde (CNS); do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec); dos conselhos federais de Medicina (CFM), de Farmácia (CFF) e de Odontologia (CFO); das federações nacionais dos Farmacêuticos (Fenafar) e dos Médicos (Fenam) e dos conselhos nacionais de Secretários de Saúde (Conass) e de Secretários Municipais de Saúde (Conasems).
Em consonância com princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) – especialmente a universidade e a integralidade dos serviços de saúde para a população – o Comitê desenvolverá ações voltadas à constante qualificação de médicos, farmacêuticos e enfermeiros do SUS e da rede privada de saúde por meio do Plano Nacional de Capacitação de Profissionais de Saúde. O objetivo é que medidas como essa resultem no uso racional de medicamentos, isto é, que o paciente receba a medicação eficaz, segura e apropriada à necessidade clínica; em doses adequadas para o tratamento individualizado; por um período de tempo correto e ao menor custo para o paciente e para a coletividade.
O Comitê também promoverá estudos sobre o tema e desenvolverá novos mecanismos de acompanhamento da saúde dos pacientes do SUS e da rede privada. Além disso, produzirá material informativo (cartilhas, vídeos e outros produtos de comunicação) para a ampliação do conhecimento de profissionais da saúde e também da comunidade sobre o uso correto dos medicamentos.
A próxima reunião do Comitê está prevista para o mês de julho, quando as estratégias nacionais formuladas e os compromissos assumidos entre os componentes do grupo serão consolidados em recomendações. O documento será divulgado por meio de resolução da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde.
A adequada assistência farmacêutica na prestação de serviços públicos de saúde à população é uma das principais preocupações do governo federal. Prova disso é que o orçamento do Ministério da Saúde para a execução da política de medicamentos vem recebendo acréscimos consideráveis nos últimos anos. Em 2002, os investimentos foram da ordem de R$ 2,1 bilhões. No ano passado, chegaram a R$ 3,2 bilhões. Em 2006, os investimentos foram de R$ 4,2 bilhões. E, para 2007, o Ministério da Saúde conta com um orçamento de R$ 4,6 bilhões para a política nacional de assistência farmacêutica.
Clique aqui para abrir a portaria nº 427, que trata da instituição do comitê. – Arquivo em formato PDF
Leia Mais2º Seminário Internacional Ciências Humanas e Ciências da Saúde
Perspectivas de ensino e pesquisa será o tema central do 2º Seminário Internacional Ciências Humanas e Ciências da Saúde, que será realizado no dia 26 de março, em São Paulo. As inscrições são gratuitas.
O evento, promovido pelo Centro de História e Filosofia das Ciências da Saúde (CeHFi) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), irá fomentar discussões sobre cultura e ciência a partir da contribuição das ciências humanas enquanto meio de formação humanística na área da saúde.
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