O ambiente residencial e a saúde respiratória de um grupo da população chilena que vive em precárias condições de moradia, nos chamandos ‘acampamentos’, e das famílias assistidas por um programa de habitação daquele país (Chile Barrio) foram tema do estudo que resultou na tese Ambiente residencial y salud respiratoria infantil en familias removidas de asentamientos precarios, Santiago de Chile, desenvolvida pela médica-veterinária Soledad Burgos, no Programa de doutorado Saúde Pública e Meio Ambiente da ENSP, sob orientação da pesqusiadora Rosalina Koifman. Os resultados apontaram para uma maior suscetibilidade a problemas respiratórios nas famílias que habitam os acampamentos antes da mudança para as novas residências, embora a contaminação do ar nas últimas também tenha persistido.
Os acampamentos no Chile se assemelham a áreas faveladas no Brasil. O principal objetivo da pesquisa, que obteve financiamento da Fundação Fograty dos Estados Unidos, segundo Soledad, foi comparar as comunidades assumidas por um programa de habitação do estado com uma população que vive em área urbana em condições de vulnerabilidade ambiental e de vida. "O trabalho propôs uma análise das fontes de contaminação presentes em áreas de habitação precária e uma avaliação dos seus efeitos à saúde. Eu suspeitava que as populações de uma área marginal possuíam fontes de contaminação diferentes das áreas inseridas na sociedade. Nos locais que estudamos existem algumas fontes poluidoras como a queima do lixo, que acontece próximo às casas das famílias. Além disso, os combustíveis utilizados para a queima, como querosone, carvão e lenha, visando o aquecimento das moradias, são também contaminantes, e não têm sido totalmente eliminados nas novas moradias".
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