O ano de 2014 vem sendo bastante marcado por debates em torno do Golpe Militar que o Brasil sofreu em 1964, que o levou a ser comandado pelos militares durante 21 anos. Cinquenta anos após o fim da ditadura, ainda há muito o que discutir sobre esse período histórico na vida de muitos brasileiros. Com o objetivo de aprofundar a reflexão a respeito dessa experiência e seu legado para o presente e futuro próximo, a ENSP organizou em parceria com a Comissão Nacional da Verdade da Reforma Sanitária o debate 50 anos do Golpe Militar no Brasil: visões militantes. A atividade contou com a participação de três militantes da época, os professores Ceici Kameyama e Carlos Botazzo e o jornalista Cid Benjamin, que apresentaram um pouco daquilo que vivenciaram nas décadas de 60, 70 e 80 no país.
A atividade foi coordenada pela presidente da Comissão da Verdade da Reforma Sanitária no Rio de Janeiro e pesquisadora aposentada da Fiocruz e UFRJ, Anamaria Testa Tambellini, e pelo pesquisador e coordenador do Fórum de Articulação com os Movimentos Sociais da ENSP, Eduardo Stotz. Na ocasião, foi apresentada a versão preliminar do Sistema de Informação que vem sendo desenvolvido pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), cujo objetivo é receber o relato de qualquer pessoa que sofreu violação de seus direitos no período da ditadura militar.
Segundo Anamaria Tambellini, o sistema visa buscar em todo o país os trabalhadores que sofreram violação de seus direitos do ponto de vista da saúde, o que inclui família, condições de vida e moradia. “Pretendemos buscar relatos em todo Brasil de pessoas que sofreram qualquer tipo de violação de direitos. O sistema ajudará muito na busca por esses trabalhadores, além de conseguir mapear os trabalhadores da área da saúde”, explicou a presidente da Comissão da Verdade da Reforma Sanitária no Rio de Janeiro.
Confira abaixo o vídeo com os melhores momentos das exposições de Ceici Kameyama, Carlos Botazzo e Cid Benjamin.