Assistência integrada ao idoso permite cuidado individual

Uma experiência adotada na rotina de trabalho do Centro de Saúde Escola (CSE) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP propõe um atendimento mais integral e individualizado ao idoso, a partir do planejamento da assistência de enfermagem, para um enfoque na prevenção de necessidades do idoso e não apenas na “doença”.

A atividade começou a ser foi desenvolvida no Ambulatório de Assistência de Enfermagem à Pessoa Idosa do CSE, em 2013. O Centro de Saúde Escola é uma Unidade Básica e Distrital de Saúde, administrada pela FMRP e pela Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto. No local, são desenvolvidos programas de pesquisa, ensino e extensão da Faculdade de Medicina e outras unidades da USP em Ribeirão Preto (Escola de Enfermagem, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Faculdade de Odontologia, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade).

De acordo com Ivana Passeri, coordenadora de Enfermagem do CSE, é importante a adoção de modelos assistenciais de enfermagem que visem não apenas a consulta médica, mas também o planejamento de ações e intervenções para o atendimento individualizado ao idoso e seu cuidador. Para isso, o ambulatório passou a acompanhar de forma mais integrada a assistência à saúde prestada ao idoso no CSE, buscando articular os serviços, como a odontologia, assistência social, ginecologia, terapia ocupacional, ambulatório de Diabetes Mellitus, entre outros.

Caderneta de saúde
“Utilizamos como ferramenta, o preenchimento da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, do Ministério da Saúde, que por meio de entrevista, perguntas e respostas, é possível identificar as fragilidades na assistência e posterior encaminhamento. No Brasil, toda pessoa a partir dos 60 anos é considerada ‘idoso’”, explica Ivana.

Além da caderneta de saúde, há um cadastramento, visita domiciliar, agendamento e realização da consulta de enfermagem com enfoque na avaliação e identificação das necessidades do idoso e da sua família, para depois encaminhar a outras especialidades. A enfermeira diz que são coletadas informações como: identificação da família e histórico de saúde dos familiares, aplicação da escala de depressão geriátrica, condições da habitação, locomoção, hábitos de vida, avaliação da cognição, avaliação sistêmica (pele, saúde bucal, sexualidade etc), entre outros dados”.

“O resultado tem se mostrado muito positivo, tendo melhorado a adesão do idoso ao tratamento de saúde, melhor inserção na família e uma assistência mais integral, e não focada só na ‘doença’, mas na prevenção de possíveis incapacidades. Esse trabalho ainda não é o padrão nas unidades de saúde brasileiras, exceto o preenchimento da carteira do idoso feito por algumas unidades de saúde. O enfoque ainda é na queixa pontual na hora do atendimento da consulta médica”, afirma Ivana.

Ela ressalta ainda que essa estratégia também proporciona aos profissionais envolvidos na ação, o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades para a realização da consulta de enfermagem com direcionamento gerontológico e geriátrico. Segundo a coordenadora do CSE, o trabalho ainda tem a participação da técnica de enfermagem Marivone Colmanetti Lopes e dos estudantes da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP.

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