Artigos de pesquisadoras do Claves ganham destaque no BioMedLib

Artigos de pesquisadoras do Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli da ENSP/Fiocruz estão entre os dez mais acessados a partir de buscas feitas pelo BioMedLib – motor de busca de informações biomédicas da Biblioteca Nacional de Medicina, do banco de dados Medline. Maria Cecília Minayo, Edinilsa Souza Ramos, Adalgisa Peixoto Ribeiro e Patrícia Constantino são as autoras dos artigos mais lidos pelos usuários do motor de busca internacional.

Entre os artigos mais buscados, listados pelo buscador internacional, estão:

Riscos percebidos e vitimização de policiais civis e militares na (in)segurança pública

(Minayo MC, Souza ER, Constantino P: [Perceived risks and victimization of military and civil police in the public (in)security domain]. Cad Saude Publica; 2007 Nov;23(11):2767-79
PMID: 17952268)
Este estudo se baseou em uma pesquisa maior que investigou características socioeconômicas, qualidade de vida, condições de trabalho e de saúde de policiais militares e civis do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Para isso, foram triangulados métodos quantitativos (questionário anônimo em amostra aleatória de conglomerados envolvendo 46 unidades policiais e 2.678 policiais) e qualitativos (18 grupos focais com 143 policiais, 24 entrevistas individuais semiestruturadas e observações de campo). Neste artigo, foram abordados particularmente a vitimização e os riscos percebidos pelos policiais dentro e fora da polícia. Os dados foram processados e analisados segundo variáveis relativas a risco. Realizada análise de conteúdo, comparando estratos intra e entre corporações segundo eixos temáticos. Essa abordagem empírica é aqui balizada por análises de dados secundários. Foi evidenciado que os policiais são as maiores vítimas do desempenho de suas atividades, sobretudo os militares e aqueles de ambas as corporações que exercem funções operacionais. Diferentes variáveis se associam à vivência de risco nas duas corporações, destacando-se as condições de trabalho, em especial o exercício de outras atividades no período legal de descanso.

Sofrimento psíquico entre policiais civis: uma análise sob a ótica de gênero

(de Souza ER, Franco LG, Meireles Cde C, Ferreira VT, Dos Santos NC: [Psychological distress among civilian police: A gender-based analysis]. Cad Saude Publica; 2007 Jan;23(1):105-14)

O objetivo deste trabalho é investigar a existência de sofrimento psíquico entre policiais civis, segundo diferenças de gênero. Analisar dados de pesquisa anterior sobre condições de trabalho, saúde e qualidade de vida desses profissionais, usando métodos quantitativos e qualitativos. No presente estudo, são considerados e testados alguns dados do questionário aplicado à amostra estatisticamente representativa de 2.746 (80,8% homens e 19,2% mulheres) policiais civis da cidade do Rio de Janeiro, Brasil, segundo a variável gênero e inserção nos distintos estratos de organização da atividade policial (setores administrativo, técnico e operacional). Apresenta um breve panorama das características socioeconômicas, das condições de trabalho, dos problemas de saúde e da qualidade de vida desses policiais, destacando as informações em que a variável gênero aparece como fator diferenciador. O Self-Reported Questionaire (SRQ-20) é o instrumento a partir do qual se investigou sofrimento psíquico. Os resultados não indicam diferença de sofrimento psíquico entre os gêneros, mas apontam para a existência de diferenças significativas em alguns itens da escala. As policiais, sobretudo as técnicas, apresentam maiores proporções em relação aos homens. Esses achados são corroborados por algumas pesquisas anteriores.

Violência conjugal, um problema social e de saúde pública: estudo em uma delegacia do interior do Estado do Rio de Janeiro

(Lamoglia CV, Minayo MC: [Marital violence, a social and public health problem: a study in a police station in the state of Rio de Janeiro]. Cien Saude Colet; 2009 Mar-Apr;14(2):595-604)

Neste artigo, são apresentados dados de uma pesquisa que traçou o perfil de mulheres e homens envolvidos em situações de violência conjugal, realizada a partir de queixas notificadas em uma delegacia do interior do Estado do Rio de Janeiro no período de 1997 a 2001. Dados dos registros foram cruzados com falas de casais no balcão de atendimento. Os resultados mostram que determinantes culturais têm papel fundamental na construção dos papéis masculinos e femininos, legitimam o poder masculino sobre as mulheres, tornando-os violentos, quando, por algum motivo, perdem o controle das situações familiares. Mais da metade das queixas das mulheres sobre violência conjugal (53%) ocorreram por lesão corporal, e o restante configura ameaça e tentativa de homicídio (39%) e abuso psicológico (8%) por injúrias e difamações. O rosto é o lugar preferido dos homens para dar socos e provocar lesões que afetaram, especialmente, os olhos e os dentes. O artigo traz informações sobre perfil, status profissional, cor e raça dos agressores e vítimas. O texto conclui que, apesar do movimento de mulheres e de todas as conquistas, a violência conjugal continua a se reproduzir, necessitando de investimentos para ser compreendida, denunciada e superada.

O tema violência intrafamiliar na concepção dos formadores dos profissionais de saúde

(de Souza ER, Ribeiro AP, Penna LH, Ferreira AL, dos Santos NC, Tavares CM: [Domestic violence in the conception of health professionals trainers]. Cien Saude Colet; 2009 Sep-Oct;14(5):1709-19)

Este artigo tem o objetivo de identificar as concepções e sugestões dos docentes de graduação de medicina e enfermagem sobre a inserção do tema violência intrafamiliar na formação dos alunos. Realizou-se uma pesquisa exploratória aplicando-se questionário aos coordenadores de disciplinas de universidades públicas e particulares desses cursos nas cidades do Rio de Janeiro e de Cuiabá. A maioria dos professores reconhece a violência como problema de saúde, embora 40,7% da medicina e 71,1% da enfermagem nas duas cidades a abordem em suas aulas. Docentes de medicina sugerem a inserção transversal do tema na formação dos alunos por meio de visitas a instituições, grupos de encontro com pessoas em situação de violência e entrevista com profissionais experientes no tema. Os de enfermagem apostam em recursos como filmes e vídeos, seminários e conferências. Identificaram-se lacunas na formação dos alunos e dos professores, que não se sentem capacitados para discutir a temática da violência. Indica-se necessidade de mudanças urgentes nos currículos desses cursos

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