Aids se estabiliza no Brasil, mas não está sob controle

O Brasil ainda terá de percorrer um longo caminho antes de poder afirmar que a epidemia de aids está controlada, admite o coordenador do Programa Nacional de DST/Aids, Pedro Chequer. Há duas semanas, um documento do Ministério da Saúde dizia exatamente isso. "Há uma tendência de estabilidade, mas é só."

O relatório da Unaids observa um aumento da prevalência de aids entre as mulheres, principalmente as de classes econômicas menos favorecidas. E constata que, em alguns locais do Rio Grande do Sul, as taxas de infecção entre gestantes pode chegar a 6%.

Chequer contesta este último número e alega que essa porcentagem é fruto de um estudo centrado em algumas cidades. Diz, ainda, que a prevalência de casos entre gestantes está estável, em 0,5%.

O relatório também faz menção às mudanças de hábitos do brasileiro. Hoje, jovens começam a vida sexual mais cedo e têm mais parceiros. O Unaids destaca que no País houve um aumento do número de jovens que usam preservativos. Mas observa também que só 62% deles sabem como a doença é transmitida.

"Isso na pesquisa espontânea. Quando fazemos a pergunta induzida, 92% sabem como é a transmissão", informa Chequer.

No último ano, o País viveu duas crises no abastecimento de preservativos, o que, para alguns especialistas, poderia provocar um desestímulo para seu uso justamente entre os jovens. Chequer afasta essa possibilidade. Diz que o desabastecimento foi pontual e campanhas de prevenção com jovens são feitas de forma constante.

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