Os alcoólatras que bebem durante muitos anos têm mais risco de sofrer danos cerebrais permanentes mesmo que deixem o álcool, já que à medida que passa o tempo, o cérebro vai perdendo sua capacidade de se regenerar, segundo publica nesta segunda-feira a revista de neurologia Brain.
Um estudo elaborado por cientistas britânicos, italianos e suíços demonstrou que os ex-alcoólatras podem recuperar o tamanho e funções de seu cérebro, mas esta capacidade diminui quanto mais longo for seu período de dependência.
Os especialistas utilizaram a mais avançada tecnologia de radiologia e informática para analisar como mudavam, em um período de seis a sete semanas, a forma, as funções e o tamanho do cérebro de 15 pacientes que acabavam de deixar o álcool.
Trinta e oito dias após o começo do estudo, o cérebro dos ex-alcoólatras tinha crescido uma média de 2%, enquanto o nível de produtos químicos que indicam o bom estado dos neurônios também aumentou, entre 10% e 20%.
O único paciente cujo cérebro continuou perdendo volume era o que tinha bebido durante mais anos, cerca de 25, assinalam os cientistas.
"A mensagem principal do estudo é que, para os alcoólatras, a abstenção compensa, já que permite ao cérebro recuperar substâncias e funcionar melhor", afirmou o professor Andreas Bartsch. "No entanto, também demonstra que, quanto mais tempo se abusa do álcool, mais risco há de perder a capacidade de regeneração."
Os especialistas esperam que seu estudo sirva para motivar os alcoólicos a deixar a bebida.