Monthly Archives: março 2023

Em três anos de pandemia de covid-19, ciência e vírus evoluíram. OMS contabiliza 759 milhões de casos e 6,8 milhões de mortes

Desde que a pandemia de covid-19 começou, em 11 de março de 2020, o sucesso de novas estratégias na contenção do coronavírus SARS-CoV-2 e as mutações que deram a ele maior capacidade de transmissão moldaram altos e baixos que criaram ondas, picos e momentos de relaxamento e tranquilidade.

Nestes três anos, o coronavírus descoberto em Wuhan, na China, já causou 759 milhões de casos de covid-19, que provocaram 6,8 milhões de mortes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Cerca de 65% da população mundial está vacinada com duas doses, e 30% receberam doses de reforço. Esses percentuais, porém, escondem desigualdades: enquanto Américas, Europa e Leste da Ásia estão perto dessa média ou acima dela, menos de 30% da população da África recebeu duas doses da vacinas.

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Ministra do SUS: Radis traz entrevista exclusiva com Nísia Trindade Lima

“O que a vida quer da gente é coragem”. A frase inspiradora do escritor mineiro Guimarães Rosa foi citada por Nísia Trindade na conclusão do seu discurso de posse como ministra da Saúde, no dia 2 de janeiro de 2023. Coragem e outro tanto de disposição seriam indispensáveis para a jornada iniciada pela carioca de 65 anos, socióloga e presidente da Fiocruz nos últimos seis anos, escolhida pelo presidente Lula para comandar a pasta da Saúde.

Somente nos primeiros quarenta dias como ministra, ela viajou a Roraima para constatar a grave crise sanitária vivida pelo povo Yanomami; esteve nos Estados Unidos para a posse do novo presidente da Organização Pan-americana da Saúde (Opas), o também brasileiro Jarbas Barbosa; e liderou as primeiras ações de reconstrução das políticas de saúde, incluindo o planejamento de estratégias para revitalizar o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e retomar as altas coberturas vacinais.

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Estudo aponta baixa assistência pré-natal em mulheres indígenas no MS

Uma pesquisa da Fiocruz mostra que os baixos percentuais de assistência pré-natal de mulheres indígenas no estado de Mato Grosso do Sul (MS) revelam as desigualdades no acesso e no cuidado adequado às necessidades das gestantes indígenas. Aprovado no edital Políticas Públicas, Modelos de Atenção e Gestão do Sistema e Serviços de Saúde (PMA), o estudo foi realizado no período de novembro de 2021 a agosto de 2022, e avaliou a cobertura e qualidade da Atenção ao Pré-natal e Parto ofertada às mulheres indígenas no estado do MS.

Pesquisadores da Fundação entrevistaram 469 mulheres indígenas que receberam assistência ofertada ao parto em 10 municípios do estado (amostra representativa): Dourados (121, 25,8%), Amambai (110, 23,5%), Caarapó (30, 6,4%), Campo Grande (48, 10,2%), Aquidauana (24, 5,1%), Miranda (63, 13,4%), Iguatemi (12, 2,6%), Antônio João (11, 2,3%) e Tacuru (37, 7,9%). Além das entrevistas individuais, também foram analisadas as informações da caderneta da gestante.

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Pesquisa analisa identificação de aditivos em rótulo de alimentos. Um quarto dos produtos pesquisados continha seis ou mais aditivos

Estudo do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) em parceria com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) examinou o uso e a rotulagem de aditivos alimentares em diversos produtos disponíveis nos supermercados brasileiros. A pesquisa identificou falhas e inconformidades nas informações presentes nas listas de ingredientes.

No trabalho, foram analisados rótulos de 9.856 alimentos e bebidas, constatando que um quinto dos itens não continha qualquer aditivo alimentar, enquanto um quarto apresentava seis ou mais em sua formulação. Além disso, verificou-se a existência de agrupamentos de aditivos que se repetiam em diferentes grupos de alimentos, especialmente nos ultraprocessados. Mesmo em situação de regularidade, foi possível comprovar a insuficiência de informações sobre os ingredientes na embalagem.

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Foto destacada: acervo dos pesquisadores

Sensor de papel detecta agrotóxico em alimentos de modo rápido e barato

Dispositivo criado na USP se assemelha a um medidor de glicose usado por diabéticos; ao entrar em contato com a superfície de frutas e legumes, ele identifica e mensura a quantidade do fungicida carbendazim – amplamente empregado no Brasil, apesar de proibido.

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um sensor eletroquímico de papel kraft capaz de detectar em tempo real a presença de pesticida em frutas e verduras. Ao entrar em contato com maçãs ou repolhos, por exemplo, o sensor, ligado a um dispositivo eletrônico, identifica a presença e mensura a quantidade do fungicida carbendazim – amplamente utilizado no Brasil, apesar de proibido.

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Foto destacada: Flávia Luísa Dias-Audibert

Estudo reforça potencial do zika contra câncer de próstata, mas alerta para possíveis efeitos colaterais

Pesquisadores da Unicamp analisaram células normais e cancerígenas e observaram que, ao mesmo tempo que funciona como tratamento, o vírus pode desencadear um processo inflamatório persistente no tecido.

Em estudos pré-clínicos, o vírus zika se mostrou capaz de inibir a proliferação do câncer de próstata, o que sugere um potencial uso no tratamento da doença. Contudo, uma nova pesquisa feita na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostrou que o vírus pode levar a um processo inflamatório persistente em células epiteliais saudáveis, impondo efeitos danosos ao sistema reprodutor masculino. O trabalho analisou os efeitos do patógeno em dois tipos de células (tumorais e sadias). Os resultados foram divulgados no Journal of Proteome Research.

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Delegação africana e Agência Brasileira de Cooperação visitam Fiocruz para discutir parcerias

A experiência da Fiocruz na utilização de dados e informações para a formulação de políticas de saúde motivou uma visita de dois dias da delegação da Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (Nepad) na segunda e terça-feiras (28 e 29/2). Acompanhado por integrantes da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério de Relações Exteriores, o grupo conheceu um pouco mais sobre a Fundação, da pesquisa de fármacos à produção de vacinas, passando pela educação. Houve ainda espaço para aproximações bilaterais, com o surgimento de novas propostas.

A visita faz parte de um acordo tripartite entre Brasil, o Foreign, Commonwealth & Development Office (FCDO) do Reino Unido e a Agência de Desenvolvimento da União Africana (Auda) para um projeto-piloto de produção e uso de dados demográficos. Na primeira fase, o pesquisador Rômulo Paes, do Instituto René Rachou (IRR/Fiocruz Minas), e o assessor do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz) para a África, Augusto Paulo Silva, participaram a convite da ABC como consultores, apresentando um pouco do Brasil e da experiência da Fundação, como o Observatório Covid-19.

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