Um estudo coordenado pela Fiocruz está ajudando a compreender por que alguns pacientes graves submetidos à ventilação mecânica conseguem deixar a UTI, enquanto outros não sobrevivem à Covid-19. A pesquisa indica que a presença do retrovírus endógeno humano da família K (HERV-K) está associada não só ao agravamento da doença como também à mortalidade precoce.
De março a dezembro de 2020, o estudo Ativação do retrovírus endógeno humano K no trato respiratório inferior de pacientes com Covid-19 grave associada à mortalidade precoce acompanhou 25 pessoas em estado crítico que necessitaram de ventilação mecânica. Com idade média de 57 anos, elas estavam internadas no Instituto D’Or (ID’Or) e no Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemayer (IECPN).
Leia MaisCOVID-19 criou condições para a emergência de ‘superfungo’ no Brasil
Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) lotadas e equipes de saúde trabalhando no limite da exaustão física e mental. Esse contexto de caos hospitalar imposto pela pandemia de COVID-19 criou no Brasil condições ideais para a emergência da Candida auris, microrganismo que ganhou a alcunha de “superfungo” pela rapidez com que desenvolve resistência aos principais medicamentos usados em seu combate.
Os dois primeiros casos confirmados em dezembro, em um hospital de Salvador (BA), foram recentemente descritos no Journal of Fungi por um grupo de pesquisadores liderado por Arnaldo Colombo, que coordena o Laboratório Especial de Micologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O trabalho conta com apoio da FAPESP.
Leia MaisEstudo investiga mecanismo da reinfecção por Covid-19
A rápida dispersão de algumas variantes do Sars-CoV-2 foi associada a relatos de reinfecção por Covid-19, com base, por exemplo, na alta prevalência da P.1 nos dois primeiros meses após seu surgimento. Diante desse cenário, pesquisadores da Fiocruz Pernambuco e integrantes da Rede Genômica da Fundação buscaram verificar quais seriam os reais mecanismos por trás das reinfecções. A hipótese inicial era que uma maior competência das novas variantes se ligavam às células do hospedeiro humano, porém o resultado apontou para uma direção diferente. De acordo com o coordenador do estudo e pesquisador da Fiocruz Pernambuco, Roberto Lins, foi observado que os anticorpos gerados na primeira onda da pandemia não conseguiriam neutralizar eficientemente as variantes de preocupação estudadas. Essas novas mutações sofridas pelo vírus, na realidade, proporcionaram ao mesmo a capacidade de escapar da resposta imune do organismo.
Os resultados estão no artigo Immune Evasion of Sars-CoV-2 Variants of Concern is Driven by Low Affinity to Neutralizing Antibodies, que acaba de ser publicado na revista científica Chemical Communications. São autores, além do próprio Roberto Lins, o pesquisador da Fiocruz Pernambuco Gabriel Wallau; os doutorandos em Química Emerson Gonçalves Moreira e Matheus Ferraz; e o pós-doutor em Química Danilo Coelho (todos com formação acadêmica pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e atuando na Fiocruz Pernambuco em pesquisas ligadas ao monitoramento da Rede Genômica).
Leia MaisModelo matemático estima quando terminará a vacinação contra a COVID-19 nas cidades brasileiras
Plataforma desenvolvida com apoio do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria da USP, Instituto Serrapilheira e MCTI pode ser acessada gratuitamente na internet.
Um estudo desenvolvido por pesquisadores de grandes universidades brasileiras criou um modelo matemático que fornece previsões de quando a vacinação contra a COVID-19 será concluída em cada município brasileiro.
Leia MaisFiocruz debate lições e oportunidades para a saúde global
Se a pandemia de Covid-19 tem tido um efeito devastador no mundo inteiro, a recuperação proporciona uma oportunidade para que finalmente aconteçam mudanças que são necessárias faz tempo. Não basta pensar em voltar à normalidade como estava antes, pois isto não seria bom para ninguém, é preciso corrigir os rumos e direcionar a ciência, tecnologia e inovação no sentido de cumprir com objetivos sociais, ambientais e de saúde. Foi nessa linha de reflexão que convergiram as diversas apresentações no debate desta terça-feira (18/5), organizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pelas Conferências Globais sobre Tecnologia e Inovação Sustentáveis (G-STIC), intitulado: Lições aprendidas pelo setor da saúde usando ciência, tecnologia e inovação para implementar a Agenda 2030 e os ODS relacionados à Saúde.
Participaram do evento: Paulo Gadelha, coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA 2030); Kris Ebi, da Universidade de Washington; Steven Hoffman, dos Institutos Canadenses de Pesquisa em Saúde/Instituto de População e Saude Pública (CIHR-IPPH, na sigla em inglês); Inês Hassan, do Conselho Internacional de Ciência (ISC); Shantanu Mukherjee, do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (UN DESA); Angel Gonzalez Sanz e Clovis Freire, da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad); Flavia Elias, da Fiocruz; e Dietrich Vanderweken, das G-STIC.
Leia MaisAnvisa: alimentos integrais terão novas regras: medidas entrarão em vigor em 2022
A partir de 2022, para serem identificados como alimentos integrais, os produtos alimentícios à base de cereais precisarão obedecer a dois critérios: a quantidade de ingredientes integrais tem de ser superior à de ingredientes refinados e, pelo menos 30% de todos os ingredientes devem ser integrais.
As novas regras fazem parte de resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicada no final do mês passado. Entre os alimentos considerados na resolução da Anvisa estão farinhas, massas, pães, biscoitos e cereais matinais. Para entender melhor os impactos das novas medidas, a Agência Brasil conversou com o gerente de Padrões e Regulação de Alimentos da Anvisa, Tiago Lanius Rauber.
Leia MaisLive: Homenagem ao Dia de Luta Antimanicomial
OTSS é reconhecido como solução inovadora para promover ODS
O Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS), uma parceria entre a Fiocruz e o Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT), foi apontado como uma das 10 iniciativas mais inovadoras para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no Brasil em 2021. A seleção foi anunciada pelo Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 (GT Agenda 2030) e pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS Brasil).
Realizada por meio de uma chamada pública, a seleção recebeu 74 propostas. “Essa premiação mostra o acerto da estratégia de governança territorial do OTSS e a efetividade das soluções que foram desenvolvidas para a implementação dos ODSs. Além disso, esse reconhecimento dá visibilidade para a contribuição que os conhecimentos tradicionais trazem para a implementação da Agenda 2030 e para a construção de territórios sustentáveis e saudáveis”, salienta Edmundo Gallo, coordenador geral do OTSS e pesquisador-titular da Fiocruz.
Leia MaisMinistro da Saúde e presidentes da Fiesp e Firjan visitam Fiocruz
A Fiocruz recebeu, nesta segunda-feira (17/5), a visita do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e dos presidentes das federações das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, e do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira. Os dois líderes da indústria se colocaram à disposição para contribuir no enfrentamento à pandemia e fizeram um reconhecimento da atuação da Fundação, parabenizando a instituição por seus esforços em contribuir decisivamente para o Brasil superar a grave crise sanitária e social que enfrenta devido à Covid-19, em especial na produção da vacina contra o novo coronavírus, entre outras ações que a Fiocruz vem desenvolvendo.
Paulo Skaf, que esteve na Fiocruz pela primeira vez por iniciativa do ministro da Saúde, afirmou que “conhecer as instalações da Fundação foi um privilégio e uma honra, por tudo o que a Fiocruz fez, faz e ainda fará pelo país. Esta instituição é um orgulho para o Brasil”. Ele lembrou que há uma falta de IFA em todo o mundo e disse que está pronto para ajudar a instituição a obter um volume maior de insumos para a fabricação da vacina contra a Covid-19, por meio de contatos internacionais. “Sim, porque com os insumos em mãos, o resto a Fiocruz sabe como fazer”.
Leia MaisEstudo vai medir eficácia da vacina Covid-19 contra variantes
Um misto de expectativa e esperança tomou conta de Botucatu, interior de São Paulo, neste fim de semana. A cidade foi escolhida para ser palco de uma pesquisa inédita que teve o pontapé inicial no último domingo (17/5), com a vacinação em massa contra a Covid-19 de toda a população adulta. Mais de 63 mil moradores de Botucatu foram imunizados somente em um dia, superando a expectativa de que 60 mil pessoas recebessem a primeira dose neste domingo. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, participou do processo de imunização no município, aplicando a primeira dose da vacina na moradora Suze Helena Crespam, de 57 anos.
“Agora estou me sentindo mais segura, mais tranquila, e emocionada em participar dessa pesquisa e de ser botucatuense”, disse Suze.
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