Monthly Archives: julho 2017

Estudo avalia potencial de urbanização da febre amarela

Um estudo liderado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em parceria com o Instituto Pasteur, na França, aponta para o potencial de re-emergência de transmissão urbana de febre amarela no Brasil, reforçando a importância de medidas preventivas, como a vacinação e o controle vetorial. Em laboratório, os cientistas mediram a eficiência de mosquitos urbanos e silvestres do Rio de Janeiro quanto ao potencial de transmitir o vírus da febre amarela. Os dados apontam que os insetos fluminenses das espécies Aedes aegyptiAedes albopictusHaemagogus leucocelaenus e Sabethes albipirvus são altamente suscetíveis a linhagens virais tanto do Brasil, quanto da África. A competência vetorial dos mosquitos Aedes também foi verificada em Manaus e, em menor grau, em Goiânia. A capacidade de transmissão desses vetores foi confirmada ainda para a cidade de Brazzaville, capital do Congo.

Mosquitos dos gêneros Aedes, Haemagogus e Sabethes já são conhecidos há décadas pela ciência como vetores do vírus da febre amarela. No entanto, sua eficiência para disseminar a doença pode variar devido à diversidade de populações de insetos e da combinação entre os insetos e as diferentes linhagens virais. Por isso análises locais, como a que acaba de ser realizada, são importantes. “Atualmente o Brasil enfrenta epidemia decorrente do ciclo de transmissão silvestre de febre amarela. No entanto, temos de estar vigilantes sobre o potencial de disseminação do vírus por espécies urbanas de mosquitos. Por isso estudos como esse são fundamentais”, afirma Ricardo Lourenço de Oliveira, chefe do Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários do IOC e um dos coordenadores da pesquisa. “Os dados indicam que na hipótese de o vírus ser introduzido na área urbana do Rio de Janeiro por um viajante infectado, existem múltiplas oportunidades para o início da transmissão local”, acrescenta o pesquisador. Publicado na revista internacional Scientific Reports, o trabalho também contou com a colaboração do Instituto Evandro Chagas, no Pará.

Leia Mais

Fiocruz capacita profissionais para tratar leishmaniose cutânea

A convite do Ministério da Saúde, o pesquisador do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), Armando Schubach, e a médica dermatologista e mestre em Pesquisa Clínica pelo INI/Fiocruz, Maria Cristina Duque, estiveram, no mês de junho, no município de Ibatiba, no Espírito Santo, capacitando 35 profissionais, entre médicos e enfermeiros, no tratamento intralesional da leishmaniose tegumentar. Essa nova metodologia, desenvolvida no INI/Fiocruz ao longo de 30 anos, vem sendo adotada agora pelo Ministério e consiste na injeção, em menores doses, do antimoniato de meglumina – medicação usada para tratar a doença -, de forma subcutânea ao redor das úlceras.

A leishmaniose tegumentar vem ocorrendo como um surto em Ibatiba. Somente em 2017, 27 novos casos da doença surgiram na cidade, que tem cerca de 25 mil habitantes, segundo censo 2014 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “A maior parte dos pacientes está acima de 50 anos, cuja indicação é para o tratamento com a anfotericina B lipossomal. Só que essa medicação é feita na veia da pessoa e requer uma monitoração internado ou em um Hospital-dia (regime de assistência intermediário entre a internação e o atendimento ambulatorial. Para a realização de procedimentos clínicos, cirúrgicos, diagnósticos e terapêuticos, o Hospital-dia é indicado quando a permanência do paciente na unidade é requerida por um período máximo de 12 horas), por exemplo, e para um município pequeno acaba não sendo uma solução. Então, esse treinamento serviu para apresentarmos a nova técnica intralesional que desenvolvemos e foi aplicada em alguns pacientes previamente selecionados e convidados a participar do treinamento. Apenas em duas pessoas, com lesões disseminadas em diferentes partes do corpo, nós resolvemos utilizar a anfotericina, pois se beneficiariam mais com um tratamento sistêmico”, informou Armando Schubach.

Leia Mais

Novas análises aprofundam olhar sobre doenças crônicas e desigualdades sociais

Novas análises em torno de dados obtidos por inquéritos nacionais de saúde ganham suplemento da Revista de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, aprofundando a compreensão sobre as doenças crônicas e sua relação com as desigualdades sociais no Brasil.

O suplemento ‘Doenças crônicas não transmissíveis e inquéritos populacionais’, coordenado pelas editoras Débora Malta, da Universidade Federal de Minas Gerais, e Célia Landmann Szwarcwald, do Icict/Fiocruz, traz artigos sobre dor na coluna, fatores associados ao diagnóstico autorreferido de diabetes, depressão, doenças ocupacionais e outras.

Leia Mais

Grupo investiga como a restrição de calorias beneficia o funcionamento celular

Pesquisas com animais realizadas na USP mostram que intervenção dietética faz com que as mitocôndrias – organelas que produzem energia para as células – trabalhem melhor (imagem: Wikimedia Commons)

Controlar o consumo de calorias no dia a dia é uma forma comprovada de evitar não só a obesidade como também diversas complicações relacionadas à idade, como diabetes, doenças do coração e do cérebro. Trata-se, portanto, de uma estratégia eficaz para aumentar a longevidade.

Em um laboratório sediado no Instituto de Química (IQ) da Universidade de São Paulo (USP), um grupo coordenado pela professora Alicia Kowaltowski investiga, em modelos animais, os mecanismos moleculares desencadeados pela intervenção dietética que resultam na melhora do funcionamento de órgãos importantes para o metabolismo, como pâncreas, fígado e até mesmo o cérebro.

Leia Mais

Novo marcador indica risco de diabete mesmo com outros exames normais

Lipoproteínas associadas à resistência insulínica (LPIR) indicam risco de doença antes de exame apontar glicose elevada

Novo marcador tem mais precisão diante de marcadores clássicos do diabete tipo 2: idade, índice de massa corpórea (IMC), glicemia, HDL colesterol, triglicérides e histórico familiar. Na imagem, medidor de glicose convencional – Foto: Visualhunt

O escore de lipoproteínas associadas à resistência insulínica (LPIR) é um marcador que pode detectar mais precocemente o risco de desenvolver diabete tipo 2, mesmo em pessoas que possuem peso, glicemia e colesterol normais. O resultado está em pesquisa com participação do clínico geral e cardiologista Paulo Henrique Harada, pós-doutorando do Hospital Universitário (HU) da USP, realizada na Harvard Medical School (Estados Unidos). Esse marcador melhorou a avaliação de risco de diabete tipo 2 em um grupo de 25 mil mulheres, mesmo já se considerando outros marcadores tradicionais.

Leia Mais

Fiocruz expande teste da vacina da dengue em Recife

Nesta quarta-feira (5/7) a Fiocruz Pernambuco – instituição que coordena o teste da primeira vacina brasileira contra a dengue, no estado – começa a recrutar voluntários que moram no bairro da Várzea, zona oeste de Recife. O trabalho nessa comunidade será focado, principalmente, nas crianças e adolescentes com idade entre 2 e 17 anos. Desenvolvida pelo Instituto Butantan, a vacina já vem sendo testada com moradores do bairro vizinho, Engenho do Meio. Podem participar pessoas saudáveis, que tiveram ou não dengue. O objetivo dessa etapa de teste, a terceira, é comprovar a eficácia da vacina.

A primeira ação na Várzea será realizada no salão paroquial da Igreja Nossa Senhora do Rosário. Pessoas atendidas na Unidade de Saúde da Família Campo do Banco serão as primeiras da comunidade a receberem informações sobre o teste. Mas assim como vem ocorrendo no Engenho do Meio, uma equipe formada por enfermeiras também irá fazer visitas de casa em casa, passar informações sobre o teste e convidar as famílias a participarem. Aceitando, será agendado exame físico e entrevista com o candidato na Fiocruz Pernambuco. Apto, ele será vacinado.

Leia Mais

Seminário debate violência e saúde em periferias urbanas

“Minha terra tem horrores que não encontro em outro lugar / A falta de segurança é tão grande que mal posso relaxar” – foram os versos de alunos de uma escola da rede pública da Penha que oficializaram a abertura do seminário Impacto da violência armada na saúde dos moradores de periferias urbanas, promovido pela Cooperação Social da Presidência da Fiocruz na terça-feira (27), no campus Manguinhos. O evento contou com apoio do Programa Institucional de Violência e Saúde, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz) e do Museu da Vida da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz).

O seminário recebeu pesquisadores, Agentes Comunitários de Saúde (ACS), especialistas da área de saúde mental e movimentos sociais para discutir os modos pelos quais o contexto de permanente insegurança em territórios vulnerabilizados influencia na saúde dos que moram e trabalham. Outros dois eventos sobre temas análogos estão previstos ainda para esse ano.

Leia Mais

GPS do celular vai mapear locais de transmissão da malária

Iniciativa contemplada com verba da Fundação Bill & Melinda Gates utilizará informações de celulares de pacientes

Foto ilustrativa de mapeamento em celular que ajuda a encontrar focos de malária – Arte: jornal.usp.br

Imagine transformar seu celular em uma poderosa ferramenta para mapear pontos de transmissão de doenças como zika, malária ou dengue. É exatamente esse o objetivo de um projeto desenvolvido por um dos pesquisadores principais do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (Crid) e professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP, Helder Nakaya.

Leia Mais