Monthly Archives: maio 2014

Atenção primária nos sistemas de saúde é tema de conferência internacional online

Como a atenção primária à saúde (APS) pode contribuir para a construção de sistemas universais? A pergunta é o mote da conferência que será proferida pelo especialista espanhol José-Manuel Freire e promovida pelo Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde (Isags) na próxima terça-feira (13/5), às 11h. A pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) Ligia Giovanella, que coordena um mapeamento da APS nos 12 países da América do Sul, participará da atividade. O evento terá transmissão online em espanhol, inglês e português e estará disponível na página do Isags

Dentre os países europeus, a Espanha se destaca por seu sistema nacional de saúde universal regionalizado, com um modelo de atenção primária à saúde com equipes multiprofissionais e centros de saúde públicos territorializados, que cobrem 100% da população. Os êxitos e desafios da experiência espanhola serão apresentados por José-Manuel Freire, que abordará porque um sistema de saúde com financiamento público e organizado em torno dos cuidados primários e prática generalista apresenta melhores indicadores do que um sistema que aposta na provisão privada e no financiamento, organização e prestação dos chamados níveis mais complexos de atenção.

Leia Mais

Consórcio pretende mapear diversidade brasileira de microrganismos

Além de abrigar grande parte da diversidade biológica de macrorganismos do mundo, sendo um dos 17 países que compartilham cerca de 70% das espécies de plantas e animais catalogados no planeta, estima-se que o Brasil também possua uma grande diversidade microbiana, na maior parte ainda desconhecida.

A fim de caracterizá-la, um grupo de pesquisadores de diversas instituições de pesquisa do Brasil e do exterior lançou o Projeto Microbioma Brasileiro (BMP, na sigla em inglês).

Leia Mais

Sessões de cine-debate revelam vitórias e angústias de mães muito especiais

Viviane Andrade tem dois filhos autistas, mas só ganha do governo um Benefício de Prestação Continuada, no valor de um salário-mínimo. Os adolescentes gêmeos, entretanto, dão trabalho dobrado à mãe. Vítima da burocracia estatal, Viviane agora contará com assessoria jurídica para conseguir os dois benefícios de que precisa. O anúncio do apoio foi feito em 30 de abril pelo advogado Claudio Sarkis Assis, secretário-geral da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil – regional Rio de Janeiro (OAB-RJ), no debate realizado na casa após a exibição do documentário Um dia especial, que retrata a rotina de mães de filhos com autismo e outras síndromes mais raras. A realização do filme, produzido e dirigido por Yuri Amorim, teve apoio da Faperj, por meio do Programa de Apoio à Produção e Divulgação das Artes, e da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, na pós-produção.

O suporte oferecido pela OAB-RJ a Viviane prova que o cine-debate – no qual após cada exibição do filme é realizado um debate com convidados, mães, o diretor e o público – pode efetivamente ajudar as famílias a encontrar apoios para o enfrentamento de seus problemas. As sessões podem ocorrer em escolas, universidades, centros de saúde, empresas, ONGs ou mesmo em praças públicas. Presente ao evento, o vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Valcler Rangel Fernandes, disse que o filme ajuda a descaracterizar estereótipos e a renovar o modo de pensar: “O cinema, como meio de comunicação de massa, é a melhor maneira de fazer provocações sobre questões da nossa existência. O cine-debate levanta a questão da responsabilidade do setor público e da sociedade e estimula um aprendizado sobre tolerância em cada um de nós. O filme é uma ferramenta para transformar realidades. Iniciativas como esta têm um valor agregado enorme e devem ser reproduzidas”.

Leia Mais

País mantém vigilância permanente da poliomielite

Na segunda-feira (5/5), a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou emergência sanitária mundial diante do risco de contágio da poliomielite. A iniciativa ocorreu depois que foram detectados casos em mais de uma dezena de países. No Brasil, o último caso da doença transmitido por um poliovírus selvagem foi registrado em 1989, duas décadas após o início da política de vacinação contra a poliomielite. Para manter essa lembrança no passado, o Brasil desempenha atividades permanentes de vigilância virológica. Referência nacional no tema junto ao Ministério da Saúde e referência para a região das Américas junto à OMS, o Laboratório de Enterovírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) decidiu colocar a genética em campo: os cientistas sequenciaram a última linhagem selvagem de poliovírus a circular no Brasil. Assim, têm em mãos uma sequência genética que pode servir como elemento de comparação para facilitar o esclarecimento de casos que possam ressurgir no futuro. A estratégia é especialmente relevante num momento em que o país se prepara para receber visitantes de todos os cantos do mundo durante os grandes eventos internacionais que se aproximam.

Quando o assunto é uma possível reemergência da paralisia infantil, dois caminhos preocupam os cientistas. O primeiro é a possibilidade de, com tantas viagens intercontinentais, o vírus pegar carona na intensa circulação de pessoas. O segundo é bem mais complexo: como a vacina mais comum na atualidade é baseada em um vírus atenuado, é comum que os indivíduos imunizados excretem os vírus pelas fezes. A característica é positiva para o efeito de imunização do conjunto da população pois, ao entrar em contato com crianças não vacinadas, em áreas com saneamento básico precário, por exemplo, o vírus atenuado acaba provocando a imunização de um maior número de indivíduos. Ao mesmo tempo, porém, existe o risco de que este vírus vacinal atenuado sofra mutações que o tornem neurovirulento.

Leia Mais

Desmatamento eleva em 100 vezes o custo do tratamento da água

Além de alterar o ciclo de chuvas, prejudicar a recarga de aquíferos subterrâneos e, consequentemente, reduzir os recursos hídricos disponíveis para o abastecimento humano, o desmate da vegetação que recobre as bacias hidrográficas tem forte impacto sobre a qualidade da água, encarecendo em cerca de 100 vezes o tratamento necessário para torná-la potável.

O alerta foi feito pelo pesquisador José Galizia Tundisi, do Instituto Internacional de Ecologia (IIE), durante palestra apresentada no terceiro encontro do Ciclo de Conferências 2014 do programa BIOTA-FAPESP Educação, realizado no dia 24 de abril, em São Paulo.

Leia Mais

Análise investiga causas de queimaduras infantis

O álcool líquido é um dos principais agentes causadores de queimadura infantil, segundo pesquisa na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP. O estudo revela, ainda, que as crianças se queimam durante brincadeiras ou tentando fazer comida, além da inexperiência tanto delas próprias, como de seus familiares, no manejo de líquidos inflamáveis. Para a autora do estudo, a enfermeira Iara Cristina da Silva Pedro, essas constatações confirmam a necessidade de ações preventivas para evitar queimaduras e mais pesquisas para identificar como esses acidentes acontecem.

Ela lembra, ainda, que no Brasil, existem centros especializados em tratamento de queimaduras. Mas, quando o acidente acontece, o primeiro contato é feito com unidades básicas de saúde, de pronto atendimento e prontos-socorros. Por isso a necessidade de treinar, principalmente os profissionais que atendem nesses locais. “Nem sempre os profissionais da saúde estão preparados para atender casos assim. Por essa razão, às vezes, os centros de tratamento ficam sobrecarregados com casos simples que poderiam ser resolvidos na rede básica e, também, em casos de queimaduras mais graves, os pacientes ficam com sequelas funcionais”, descreve a enfermeira.

Leia Mais

Atividade traz visões militantes sobre a ditadura

O ano de 2014 vem sendo bastante marcado por debates em torno do Golpe Militar que o Brasil sofreu em 1964, que o levou a ser comandado pelos militares durante 21 anos. Cinquenta anos após o fim da ditadura, ainda há muito o que discutir sobre esse período histórico na vida de muitos brasileiros. Com o objetivo de aprofundar a reflexão a respeito dessa experiência e seu legado para o presente e futuro próximo, a ENSP organizou em parceria com a Comissão Nacional da Verdade da Reforma Sanitária o debate 50 anos do Golpe Militar no Brasil: visões militantes. A atividade contou com a participação de três militantes da época, os professores Ceici Kameyama e Carlos Botazzo e o jornalista Cid Benjamin, que apresentaram um pouco daquilo que vivenciaram nas décadas de 60, 70 e 80 no país.

A atividade foi coordenada pela presidente da Comissão da Verdade da Reforma Sanitária no Rio de Janeiro e pesquisadora aposentada da Fiocruz e UFRJ, Anamaria Testa Tambellini, e pelo pesquisador e coordenador do Fórum de Articulação com os Movimentos Sociais da ENSP, Eduardo Stotz. Na ocasião, foi apresentada a versão preliminar do Sistema de Informação que vem sendo desenvolvido pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), cujo objetivo é receber o relato de qualquer pessoa que sofreu violação de seus direitos no período da ditadura militar.

Leia Mais

Mortalidade materna cai 43% no Brasil entre 1990 e 2013, diz OMS

O Brasil registrou uma queda de 43% na proporção de mortes de mulheres vítimas de complicações durante a gravidez ou o parto entre 1990 e 2013, em linha com a redução da mortalidade materna no mundo. Os dados constam de um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado nesta terça-feira.

No período, a taxa de mortalidade caiu de 120 mães por 100 mil nascidos vivos, em 1990, para 69 mães por 100 mil nascidos vivos em 2013 ─ os últimos dados disponíveis. Uma tendência similar foi observada no mundo. Nas últimas duas décadas, a proporção de mortes de mulheres por complicações durante a gravidez ou o parto teve queda de 45%, passando de 380 mães por 100 mil nascidos vivos para 210 mães por 100 mil nascidos vivos. Segundo a OMS, em 2013, ocorreram 289 mil mortes desse tipo. Desse total, 62%, ou 179 mil mortes, foram registradas na região da África Subsaariana, seguida pelo Sul da Ásia, com 24%. Juntos, dois países respondem por um terço dos óbitos de mulheres gestantes ou no parto no mundo em números absolutos: a Índia, com 17% (50 mil), e a Nigéria, com 14% (40 mil). Por outro lado, proporcionalmente, Serra Leoa lidera a lista, com 1,1 mil mortes de mães por cada 100 mil nascidos vivos, seguida do Chade (980); República Centro-Africana (880), Somália (850) e Burundi (740).

Leia Mais