A professora e pesquisadora Vera Lucia Marques da Silva tem motivos de sobra para comemorar: a finalização da primeira edição do curso de especialização em Gênero, Sexualidade e Direitos Humanos (GeSeDihs). A formação é oferecida pelo Grupo Direitos Humanos e Saúde Helena Besserman da ENSP. Pioneiro no Brasil na área, o curso foi criado em 2012 por Vera, que é doutoranda em Ciências Sociais pela PUC-Rio, em parceria com as pesquisadoras do Rita de Cássia Vasconcellos da Costa e Marise Freitas Alves (Dihs/ENSP).
Seu objetivo foi colaborar com o processo de educação, formação e aperfeiçoamento de líderes de movimentos sociais, políticos e tomadores de decisão na discussão sobre as desigualdades sociais marcadas especificamente pelo viés de gênero e sexualidade, abrangendo, também, recortes de raça e classe social. Os temas apresentados foram divididos em 22 unidades de aprendizagem.
Leia Mais‘Pedagogia do terror’: testemunho de um ex-preso político da democracia
Ele foi um dos presos políticos da atual democracia brasileira. Participando de uma manifestação organizada pelos professores municipais e estaduais do Rio de Janeiro, que estavam em greve, Paulo Roberto de Abreu Bruno, pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP), da Fundação Oswaldo Cruz, foi detido junto com dezenas de outras pessoas no dia 15 de outubro. Acusado sem provas e sem direito à informação ou à presença de advogados, foi encaminhado para a delegacia e, na sequência, para dois presídios, incluindo Bangu 9. Segundo ele, circulou pelos “porões da democracia brasileira”. Desde o início de junho, Paulo Bruno vinha filmando as manifestações que tomaram as ruas do Rio de Janeiro como parte do seu trabalho de pesquisa. Levou algum tempo para que conseguisse falar sobre o assunto, mas nesta entrevista ele narra as humilhações e violências sofridas pelos presos políticos, descreve a rotina de violação de direitos do sistema carcerário brasileiro, destaca a solidariedade dos presos comuns e chama a atenção para a fragilidade das lutas políticas diante do terror que o Estado, representado no caso pelo governo estadual, pode provocar. Como, na prisão, não tiveram acesso sequer a papel e caneta, os registros que se seguem ficaram registrados, até então, apenas na memória do entrevistado.
Você está sendo acusado de quais crimes?
Leia MaisIniciativa pioneira abre as portas da coleção entomológica para deficientes auditivos
A Coleção Entomológica do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) abriu suas portas para uma iniciativa pioneira. Pessoas com necessidades auditivas têm agora a oportunidade de conhecer a história e parte de um dos maiores acervos entomológicos da América Latina, por meio de visita guiada na Sala de Exposição Costa Lima, no Castelo Mourisco da Fiocruz (Avenida Brasil 4.365, Manguinhos). O projeto, intitulado de Tarde das orquídeas: insetos, flores e biodiversidade, teve início em 13 de novembro. Com entrada gratuita, a iniciativa será realizada mensalmente, sempre às quartas-feiras, das 14h às 16h (com agendamento prévio, pelo telefone (21) 2562-1270 ou pelo email ce@ioc.fiocruz.br). O projeto, organizado pelo Laboratório de Biodiversidade Entomológica do IOC, tem como objetivo divulgar a ciência através da variedade de insetos exposta na coleção, promovendo acessibilidade e inclusão social. O público poderá apreciar a exposição por meio da mediação de intérpretes especializados em libras.
Uma das mais importantes da América Latina, a trajetória do acervo foi iniciada por Oswaldo Cruz, em 1901, quando ele descreveu o mosquito Anopheles lutzi (Foto: Rodrigo Mexas)
Leia MaisENSP apoia moção contra agro(negócio)tóxico
A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca apoia a Moção em defesa da vida e da saúde contra o agro(negócio)tóxico e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), divulgada em 17/11 pelos participantes do VI Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). O documento tem por base a suspeita de quatro casos de intoxicação por agrotóxico entre trabalhadores quilombolas da comunidade de Rio Preto, localizada em Campos dos Goytacazes (RJ). Desses casos relatados, ocorreram duas mortes, em 12/11. O manifesto também se fundamenta no relatório da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicado em outubro de 2013, que indica resíduo de agrotóxico acima do permitido em boa parte de frutas, legumes e verduras consumidos pelos brasileiros.
Estudo investiga a presença de cianotoxinas em hortaliças
Estudos que estão sendo realizados na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, pela professora Maria do Carmo Bittencourt de Oliveira, têm o objetivo de quantificar a presença de cianotoxinas, como as microcistinas e cilindrospermopsinas, em hortaliças amplamente consumidas como a alface e a rúcula.
Essas substâncias são produzidas por cianobactérias, organismos procariotos fotossintetizantes que se proliferam nos mais variados ambientes. Tais substâncias são geralmente classificadas em três grupos de acordo com o seu mecanismo de ação em mamíferos: neurotoxinas – ocasionam problemas relacionados ao sistema nervoso; dermatotoxinas – irritação na pele e alergias; hepatotoxinas – agem sobre as células do fígado e, em casos extremos de intoxicação, podem ocasionar hemorragia intra-hepática.
Leia MaisCâncer de próstata – O homem também deve cuidar da saúde
O segundo câncer mais comum entre os homens e o sexto que mais mata em números totais é o câncer de próstata. Mas o medo e o preconceito que envolvem esse assunto impedem, muitas vezes, o diagnóstico precoce. Isso acontece porque a questão cultural favorece uma resistência do homem em cuidar da sua saúde, sendo um importante fator do maior adoecimento da população masculina.
“Os homens têm mais resistências para buscar o serviço de saúde, dar continuidade aos tratamentos, são mais propensos a casos de violência, têm maiores taxas de suicídio e apresentam mais problemas de saúde mental que as mulheres”, comenta Eduardo Schwarz, coordenador da Saúde do Homem do Ministério da Saúde.
Leia MaisMedicamentos de graça no SUS beneficiam cada vez mais diabéticos no Brasil
Desde 2011, com o lançamento do programa Saúde Não Tem Preço do Ministério da Saúde, vários brasileiros já foram beneficiados com medicamentos de graça em farmácias próprias do SUS e em drogarias vinculadas ao Aqui Tem Farmácia Popular. O supervisor de recurso, Wanderley da Silva, por exemplo, descobriu que tem diabetes há cinco anos. Ele está satisfeito com o tratamento gratuito.”Eu comprava medicamento de marca e, com o tempo, eu descobri que o governo fornecia essa medicação. Então eu passei a pegar porque são sessenta comprimidos ao mês, então eu teria que comprar três caixas. Três caixas para uma pessoa de baixa renda comprar e gastar R$36,00 é tirando de outra coisa. Eu já sei que está certo pra mim. Está lá meu prontuário, então a pessoa, às vezes, liga, como é o farmacêutico que já conhece. Então eu não tenho como expressar aqui pra você o benefício porque é imenso”, conta Wanderley.
O aumento do número de pessoas que estão adquirindo medicamentos para o diabetes está relacionado ao conhecimento sobre a doença. De acordo com dados da Vigitel 2012 – pesquisa do Ministério da Saúde de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, o percentual de pessoas que se declararam diabéticas passou de 5,3% para 7,4%, entre 2006 e 2012.
Leia MaisComissão da Verdade na Bahia quer volta das investigações sobre tortura na ditadura militar
O presidente da Comissão da Verdade da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Marcelino Galo (PT), propõe nesta quarta-feira (23) a abertura das investigações de casos de tortura e violação dos direitos humanos pelo regime militar no estado. Gallo quer que o grupo da Alba priorize os trabalhos na Base Aérea de Salvador onde houve a queima de arquivos secretos da ditadura militar, denunciado em 12 de dezembro de 2004, em reportagem exibida no programa Fantástico, da Rede Globo. Parte dos documentos foi levada pela equipe de reportagem e entregue ao Ministério da Justiça, mas há ainda papéis confidenciais em posse do grupo Tortura Nunca Mais. No material, relatórios sobre a atuação de parlamentares e religiosos suspeitos de envolvimento com organizações de esquerda. Gallo também ouviu o ex-deputado Sebastião Nery que declarou que a Base Aérea era o foco dos conspiradores baianos ligados aos militares. Nery também afirmou que a base servia como quartel-general dos principais envolvidos no golpe contra o governo do presidente João Goulart. Segundo o também jornalista, entre envolvidos, estavam políticos e empresários.
Leia MaisSoja preta é melhor que amarela ao prevenir envelhecimento
Quando se fala em soja, logo se pensa no grão amarelo. Poucos sabem, porém, que a soja preta tem as mesmas qualidades nutricionais, além de apresentar o dobro de atividade antioxidante e prevenir a degeneração das células. Estas características se mantêm mesmo depois do cozimento, segundo o estudo da engenheira de alimentos Diana Figueiredo de Rezende, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP.
A maior quantidade de compostos fenólicos e flavonóides e a presença de antocianinas na soja preta são responsáveis pelas propriedades diferenciadas em relação à amarela. Isto porque as substâncias são responsáveis por evitar reações de oxidação de moléculas que podem acelerar o processo de morte celular, ou seja, são antioxidantes. Ao comprovar a relação entre compostos fenólicos, flavonóides e antocianinas com a antioxidação, a pesquisa indicou que, em média, a soja preta apresenta o dobro desta capacidade. O cozimento de ambos os tipos gerou uma perda igual de compostos fenólicos totais, de aproximadamente 40%.
Leia MaisExcesso de iodo na gestação e lactação pode causar hipotireoidismo na prole
Um experimento feito com ratas na Universidade de São Paulo (USP) mostrou que o consumo excessivo de iodo durante o período de gestação e lactação pode tornar a prole mais propensa a sofrer de hipotireoidismo na vida adulta.
O trabalho faz parte do projeto de pós-doutorado de Caroline Serrano do Nascimento, realizado com Bolsa da FAPESP e supervisão da professora Maria Tereza Nunes, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP).
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