Publicado em outubro 21, 2013 por fatima martins
Do lixo recolhido nas praias de Itaipu e Itacoatiara em Niterói, a maior parte – pouco mais de 50% – é constituída por várias formas de plástico, desde sacolas a garrafas pet, copos descartáveis e embalagens. No restante, encontram-se materiais diversos, como palitos de picolé e de churrasco, pedaços de vidro, guimbas de cigarro, guardanapos, pedaços de isopor e metais, como tampas de cerveja e pregos, além de restos orgânicos. Embora o resultado tenha sido observado nas praias oceânicas do município, novos estudos mostram que esse perfil tende a se repetir nas praias do interior da baía de Guanabara e, muito provavelmente, em todo o litoral fluminense. Segundo o biólogo Fábio Vieira de Araújo, da Faculdade de Formação de Professores, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), isso pode ter várias implicações. Levado pelas marés para a água, todo esse plástico se reflete em prejuízo para a vida marinha. “São tartarugas e aves que confundem o brilho do plástico com águas-vivas e peixes, comem e terminam morrendo. E isso significa uma redução da nossa biodiversidade”, comenta o pesquisador, que está desenvolvendo o projeto Praia Limpa é a Minha Praia, com apoio do edital Projetos de Extensão e Pesquisa (ExtPesq), da FAPERJ.
Para ampliar a consciência ambiental da população e divulgar informações sobre formas de preservar o meio ambiente marinho e terrestre, o projeto do pesquisador se divide em três etapas. Na primeira, ele e sua equipe foram a campo e recolheram amostras mensais da água de algumas praias de Niterói e São Gonçalo. “Decidimos nos limitar a esses municípios por serem os mais próximos do nosso campus, em São Gonçalo. Nos últimos três anos, monitoramos, mês a mês, as condições de Gragoatá, Boa Viagem, Flechas, Icaraí, São Francisco, Charitas, Jurujuba, Adão e Eva, Piratininga, Camboinhas, Itacoatiara, Itaipu e outras menos conhecidas, em São Gonçalo”, explica.
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