Monthly Archives: setembro 2013

Sistema reunirá dados sobre acidentes com produtos

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, assinaram na manhã desta quarta-feira (25), a portaria que determina a criação do Sistema de Informações de Acidentes de Consumo (SIAC). O sistema receberá informações dos profissionais de saúde sobre acidentes graves ou fatais sofridos em razão de uso de produtos ou serviços colocados no mercado de consumo. O documento foi assinado durante o IX Congresso do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, realizado no Ministério da Justiça.

A previsão é que o sistema entre em funcionamento em 120 dias. A cooperação entre os órgãos de saúde e defesa do consumidor possibilitará a criação de um banco de dados com informações provenientes dos hospitais e unidades de saúde. Tais informações serão fundamentais para a identificação de riscos em produtos que estão no mercado de consumo e subsidiarão ações voltadas à proteção da saúde e segurança do consumidor. O compartilhamento de informações já existe em outros países e tem contribuído para a prevenção de acidentes de consumo.

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Práticas corporais ajudam nos níveis de saúde da população

Dados de uma pesquisa de mestrado desenvolvida na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP mostram que o alinhamento das práticas corporais com os atendimentos clínicos realizados nos serviços médicos aparece como uma estratégia de cuidado para ampliar os níveis de saúde da população. A ideia foi comprovada a partir de um grupo experimental, de pacientes atendidos no Centro de Saúde Escola (CSE) Geraldo Horácio de Paula Souza, da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, que executou atividades orientadas por um profissional de educação física.

O projeto se baseou na teoria da “Clínica Ampliada e Compartilhada”, do professor Gastão Campos, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que propõe discussões sobre outras maneiras de pensar as ações de promoção de saúde. “Essa teoria traz uma nova forma de compor o processo de trabalho, alterando os objetos e os objetivos dos profissionais de saúde, propondo a incorporação de outros meios de intervenção que não apenas os tradicionais protocolos para qualificar suas práticas”, afirma Valéria Monteiro Mendes, professora de educação física e autora do estudo.

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Poluição em São Paulo é 2,5 vezes maior que limite da OMS

Em 2011, a poluição do ar por material particulado fino (MP2,5) no Estado de São Paulo apresentou um nível médio 2,5 vezes maior que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O resultado se baseia em informações sobre os níveis de poluição entre 2006 e 2011 e faz parte de pesquisa da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Instituto Saúde e Sustentabilidade, com participação da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). O trabalho também aponta que no ano de 2011, houve cerca de 17 mil mortes e 68 mil internações de pacientes mais suscetíveis às doenças associadas à poluição, como câncer de pulmão, doenças respiratórias e problemas cardiovasculares, as quais geraram uma despesa de cerca de R$ 240 milhões para as instituições públicas e privadas de saúde do Estado.

O estudo teve a colaboração do professor Paulo Saldiva, da FMUSP. “O objetivo foi apresentar dados ambientais sobre a poluição por MP2,5 no Estado de São Paulo e avaliar os seus efeitos para saúde, mortalidade e adoecimento, bem como os gastos com internações devido a problemas ocasionados pelos poluentes”, afirma a médica Evangelina Vormittag, do Instituto Saúde e Sustentabilidade, que participou da pesquisa. “Cerca de 40% do MP na Região Metropolitana de São Paulo é emitido por veículos pesados movidos a óleo diesel. O restante vem da poeira, proveniente de aerossóis secundários e da ressuspensão de partículas, e da fuligem produzida pelas indústrias”.

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Quinto relatório do IPCC mostra intensificação das mudanças climáticas

Caso as emissões de gases do efeito estufa continuem crescendo às atuais taxas ao longo dos próximos anos, a temperatura do planeta poderá aumentar até 4,8 graus Celsius neste século – o que poderá resultar em uma elevação de até 82 centímetros no nível do mar e causar danos importantes na maior parte das regiões costeiras do globo.

O alerta foi feito pelos cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), da Organização das Nações Unidas (ONU), que divulgaram no dia 27 de setembro, em Estocolmo, na Suécia, a primeira parte de seu quinto relatório de avaliação (AR5). Com base na revisão de milhares de pesquisas realizadas nos últimos cinco anos, o documento apresenta as bases científicas da mudança climática global.

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Brasil e Reino Unido avançam em pesquisas conjuntas sobre clima

Pesquisadores brasileiros e britânicos têm sobrevoado a Amazônia desde setembro de 2012, usando equipamentos avançados para investigar como as queimadas na região alteram o clima local e de todo o planeta.

Eles participam do projeto South American Biomass Burning Analysis (Sambba), uma das iniciativas da Rede Brasil-Reino Unido de Investigação da Composição da Atmosfera da Amazônia apresentadas pelos professores Paulo Artaxo, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), e Gordon McFiggans, da University of Manchester, no painel sobre mudanças climáticas da FAPESP Week London 2013.

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Tem início coleta de dados sobre uso de medicamentos no país

A coleta de dados da Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos (PNAUM), do Ministério da Saúde foi iniciada nesta segunda-feira, em Recife (PE). No país serão entrevistados, a partir de hoje, 38,4 mil pessoas em 245 municípios brasileiros, sobre temas como o uso de remédios, acesso aos produtos no Sistema Único de Saúde (SUS), uso racional de medicamentos e a automedicação. A previsão é que, no início de 2014, os dados do inquérito estejam finalizados.

O público entrevistado será dividido por gênero, escolaridade e em sete faixas etárias – desde crianças a idosos. As informações serão transmitidas em tempo real por tablets.

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Vacina contra dengue será testada no Brasil

Pesquisadores do Instituto Butantan, entidade parceira da USP, em conjunto com com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (os chamados NIH, do inglês National Institutes of Health), desenvolvem uma vacina contra a dengue. Os testes em seres humanos no Brasil foram autorizados neste mês pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nos Estados Unidos, a vacina já foi testada em animais e em seres humanos, com resultados positivos.

Para Alexander Precioso, diretor da Divisão de Ensaios Clínicos e Farmacovigilância do Instituto Butantan, uma das principais dificuldades encontradas na produção da vacina é a existência de quatro tipos de vírus que causam dengue — cada um com características próprias. “A vacina precisa proteger as pessoas contra os quatro vírus ao mesmo tempo”, explica o médico.

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Relação com idosos apresenta impacto emocional em cuidadores

Cuidadores de idosos na saúde pública também necessitam de um espaço de comunicação e cuidado voltado a si próprios. “Esses cuidadores lidam com situações de muita precariedade, muita dificuldade e estão sofrendo no trabalho. Há um sofrimento do próprio cuidador”, conta a psicóloga Roberta Elias Manna. Em pesquisa do “Ser e Fazer”, serviço de atendimento clínico do Instituto de Psicologia (IP) da USP, ela identificou campos de sentido afetivo-emocional envolvidos no trabalho e relação dos profissionais com os idosos e que demonstram os impactos emocionais dessa vivência para os cuidadores. “Esses campos nos contam a forma como esses cuidadores vivenciam a experiência de cuidado com os idosos. As sutilezas e as delicadezas dessa relação, que se dá no campo inter-humano”.

Foi a partir de uma entrevista coletiva com oito cuidadoras do Programa de Acompanhantes de Idosos (PAI) da Prefeitura de São Paulo que a psicóloga realizou o estudo. No encontro, foi solicitado que as profissionais desenhassem um idoso e narrassem sua história. Segundo Roberta, esta é uma maneira de contar a experiência de serem acompanhantes de idosos em estágio frágil em uma cidade como São Paulo. “O Procedimento de Desenho-Estória com Tema, desenvolvido na USP pela professora Tania Aiello Vaisberg, é um facilitador da comunicação emocional”, diz.

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Erotismo politicamente correto

Com o aumento da longevidade, a velhice está se tornando a fase mais longa da vida. Contada geralmente a partir dos 60 anos de idade – mas não raro a partir dos 50 –, às vezes corresponde a quase metade da existência de uma pessoa.

Atualmente já se pode falar não de uma única velhice, mas de várias, dependendo da faixa etária e das condições sociais e individuais do idoso. Por ser o prolongamento da expectativa de vida um fenômeno recente e veloz, as políticas públicas, as concepções médicas e as de senso comum sobre a velhice se sucedem, se entrelaçam e muitas vezes se confundem.

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Automóvel tem relação com inatividade física no transporte

A posse de veículos está associada à inatividade física durante deslocamentos diários de moradores de região de baixo nível socioeconômico da capital paulista. Esta relação, por sua vez, independe da faixa etária, escolaridade e presença de doenças crônicas na população. Os dados são de uma pesquisa do Grupo de Estudos e Pesquisas Epidemiológicas em Atividade Física e Saúde (GEPAF) da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, que buscou e avaliar quais eram os fatores associados à inatividade física no transporte, dentre os quais a presença de veículos no domicílio, dos habitantes do bairro de Ermelino Matarazzo, na zona leste de São Paulo. De maio de 2007 a janeiro de 2008, foram realizadas entrevistas domiciliares com moradores adultos da região, totalizando 368 homens e 522 mulheres.

“Ter um veículo no domicílio aumenta em duas vezes as chances do homem não se deslocar ativamente. E em 1,5 vez para a mulher”, conta o educador físico e pesquisador da Faculdade de Saúde Pública (FSP) Thiago Hérick de Sá. Juntamente com o também educador físico Emanuel Péricles Salvador e o professor da EACH Alex Antonio Florindo, ele é autor do artigo Fatores associados à inatividade física no transporte em adultos brasileiros vivendo em uma região de baixo nível socioeconômico, publicado em agosto na revista científica Journal of Physical Activity and Health.

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