Monthly Archives: abril 2013

Aspectos políticos comprometem gestão de cuidado

“As assimetrias técnico-financeiras, as disputas político-partidárias por investimentos, a aplicação de recursos atrelados ao voto e, sobretudo, os interesses privados de formuladores de políticas, gestores e trabalhadores da saúde em detrimento do fortalecimento de um sistema público e universal comprometem a coesão necessária para constituir uma rede solidária de caráter regional.”  Esse é um dos desafios apresentados por Adriano Maia dos Santos, em sua tese de doutorado em Saúde Pública intitulada Gestão do cuidado na microrregião de saúde de Vitória da Conquista (Bahia): desafios para constituição de rede regionalizada com cuidados coordenados pela Atenção Primária à Saúde, defendida na ENSP em 28/3. Para ele, em oposição a esse desafio, a publicização da gestão e o envolvimento de representantes da sociedade civil organizada em defesa do Sistema Único de Saúde nas plenárias poderiam reduzir o campo do interesse privado nas decisões públicas.
Na concepção de Adriano, a gestão do cuidado na rede regionalizada de serviços de saúde modela uma imagem-objetivo: formuladores de políticas, gestores, trabalhadores da saúde e usuários devem se articular em diferentes espaços para resolver os problemas de saúde, utilizando a tecnologia mais adequada, no lugar e no tempo certo para produção do cuidado.
De acordo com ele, a gestão do cuidado requer interdependência e cooperação entre os sujeitos e as instituições, para defesa da saúde como um direito de todos os cidadãos, em todas as fases da vida e ao longo do tempo, compartilhando os projetos terapêuticos e tendo o usuário como centro do cuidado.
Assim, explica Adriano, a gestão do cuidado necessita de uma gestão democrática, com valorização dos trabalhadores, inserindo-os em processos de aprendizagem permanente. Tais processos devem apoiar práticas individuais e coletivas responsáveis com os itinerários terapêuticos dos usuários e as linhas de produção do cuidado, possibilitando a construção de vínculos de confiança e coeficientes de autonomia.
Para o pesquisador, os profissionais mais adequados para coordenação dos cuidados em rede regionalizada devem estar em equipes na Estratégia de Saúde da Família (ESF), como centro de comunicação/articulação entre diferentes pontos da rede. Tal centro, acrescentou Adriano, deve funcionar de portas abertas às necessidades episódicas e regulares (porta de entrada preferencial) às demandas explícitas, bem como as que requerem investigação e vigilância, direcionadas às famílias, no seu cotidiano.

A ESF está presente em todos os municípios

O pesquisador elegeu para o estudo a microrregião de saúde de Vitória da Conquista (macrorregião sudoeste da Bahia), que possui 632.708 habitantes, divididos em 19 municípios. Todos os municípios assinaram o Pacto pela Saúde, mas apenas cinco deles (Barra do Choça, Belo Campo, Maetinga, Presidente Jânio Quadros e Vitória da Conquista) assumiram o Comando Único, e os demais permaneceram sob gestão estadual dos serviços de saúde. Em relação à oferta de serviços, Adriano informou que a ESF está presente em todos os municípios com uma elevada cobertura formal (> 70%), com exceção de Encruzilhada (58%) e Vitória da Conquista (42%). A população não cadastrada em Unidades de Saúde da Família (USF), nos diferentes municípios sem plena cobertura da ESF, possuem Unidades Básicas de Saúde (UBS) como unidades de referência. Outro dado relevante é que Vitória da Conquista possui 100% de cobertura formal de ESF na zona rural.
Estágio atual da Atenção Primária à Saúde em Vitória da Conquista

A pesquisa de Adriano também constata a centralidade da Atenção Primária à Saúde (APS), que é condicionada pela baixa cobertura real da ESF, pouca disponibilidade de profissionais (médicos, em particular), insuficiente adensamento tecnológico das USF, baixa capacidade técnica dos profissionais, escassa oferta de serviços especializados e de apoio diagnóstico em tempo oportuno e matriz tecnológica subjacente ao modelo de atenção em curso na microrregião.
“Os profissionais da atenção primária, sobretudo médicos, são responsáveis pelas referências para outros pontos de atenção na rede SUS, por meio de formulários específicos (guias de solicitação), mediados por centrais reguladoras municipais ou regionais que, por sua vez, restringem a referência às regras administrativas sem qualquer possibilidade de escolha entre os prestadores (critério por disponibilidade do serviço), pelos profissionais ou usuários”, complementou.
Segundo Adriano, a organização da ESF na microrregião apresenta questões problemáticas também relacionadas à insuficiência de cobertura real e elevado número de pessoas cadastradas por equipe, que, atrelados à baixa disponibilidade de médicos nas USF, dificultam o acesso oportuno de usuários aos serviços de APS.
A cobertura formal da estratégia está acima de 80% em 15 dos 19 municípios. Isso indica que coberturas altas e potencialmente satisfatórias nem sempre se traduzem em melhor utilização da capacidade disponível. Vale notar, contudo, que a própria expansão das equipes fica limitada pela baixa oferta de médicos e insuficiência no financiamento que, paradoxalmente, são agravados por gastos com pagamento de salários de profissionais.
Outra questão apontada pelo pesquisador é a dificuldade de atração e fixação de médicos, atrelada à ausência de uma política consistente de gestão do trabalho. Isso abre espaço para inúmeros acordos informais, entre gestores e profissionais, que “autorizam” a redução na carga horária, flexibilização das funções a serem desenvolvidas na equipe, pagamento de salários acima da média. Tais procedimentos colaboram para aumentar a rotatividade desses profissionais e a competição entre municípios, agravando a situação da ESF na microrregião.
Adriano Maia dos Santos é cirurgião-dentista, com mestrado em Saúde Coletiva (Universidade Estadual de Feira de Santana) e doutorado em Saúde Pública (ENSP/Fiocruz). Atualmente, é professor na Universidade Federal da Bahia (UFBA), Instituto Multidisciplinar em Saúde – Campus Anísio Teixeira (Vitória da Conquista – Bahia), nos cursos de graduação de Enfermagem, Farmácia e Nutrição. Sua tese foi orientada pela pesquisadora Lígia Giovanella, da ENSP.

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Cerca de 20% dos cursos de pós graduação do Rio de Janeiro têm notas 6 e 7

O presidente da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do RJ (Faperj), Ruy Garcia Marques, esteve presente ao Ceensp, na quarta-feira (10/4), e foi saudado pelos pesquisadores. Todos foram unânimes em atribuir a ele a conquista, em 2007, do cumprimento da legislação que destina 2% da arrecadação da tributação líquida do Estado do RJ para a Faperj. Criada em 1975, durante a fusão dos Estados da Guanabara e do RJ, a Fundação já passou por várias crises financeiras. Atualmente, segundo Ruy, a pós-graduação tem avançado muito no Estado. De acordo com dados de avaliação de 2010, 21% dos cursos de pós-graduação estão com notas de excelência 6 e 7. “Em 2013, vamos crescer ainda mais”, anunciou.
Conforme explicou Ruy, o movimento para inserção de vinculação das receitas estaduais para órgãos públicos de fomento ao ensino e à pesquisa começou em 1988, ano da promulgação da Constituição Federal, quando foram consolidadas as agências existentes. Houve ainda o estímulo para criação de outras fundações de amparo à pesquisa.
Com a missão de implementar e valorizar o sistema científico e tecnológico estadual, apoiando atividades em todas as áreas do conhecimento e setores de atividades profissionais, além de promover a interligação entre Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) e a sociedade, a Faperj atua por demanda espontânea (auxílios e bolsas) e demanda orientada (isolada e parcerias). “Temos a preocupação constante que a sociedade e a comunidade científica nos defendam. Quando falamos na revista, no boletim, nas feiras, não deve ser só a respeito do gene, DNA, mas também sobre inovações como o ‘sombrero’, projeto apoiado pela Faperj”, disse. O sombrero é um guarda-sol para praia que contém duas abas laterais compridas, garantindo maior proteção aos profissionais que ficam durante muito tempo expostos ao sol, como guarda-vidas.
Entre 2007 e 2013, a Faperj captou R$360 milhões por meio das parcerias com institutos nacionais de Ciência e Tecnologia, como Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação/Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ministério da Saúde/ Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit), Ministério da Educação/Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Petrobras, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e outras.

Faperj ganhará nova sede

Os tipos de bolsas concedidas são: pré-iniciação científica (Jovens Talentos); iniciação científica (IC) e  iniciação tecnológica (IT); mestrado (MSC) e doutorado (DSC); cursos emergentes; universidades estaduais; bolsas nota 10 (MSC-10 e DSC-10); doutorado-sanduíche; sanduíche-reverso; pós-doutorado (PDR e PDS); PAPD (Capes-Faperj); PDR nota 10; pesquisador visitante (PV); pesquisador visitante emérito (PV-E); inovação tecnológica (INT); treinamento e capacitação técnica (TCT); Cientista do Nosso Estado (CNE); Jovem Cientista do Nosso Estado (JCNE).

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Maioria dos policiais do Rio de Janeiro faz uso de álcool e tabaco

“O uso de drogas é um fenômeno que acontece na sociedade e não será diferente nas corporações.” Essa é uma das afirmações do artigo “Consumo de substâncias lícitas e ilícitas por policiais da cidade do Rio de Janeiro”, incluído na última edição temática da revista Ciência e Saúde Coletiva. A publicação trouxe uma série de artigos que abordam, entre outros aspectos, as condições de vida, saúde e trabalho dos profissionais de segurança pública. Assinam o artigo as pesquisadoras Edinilsa Ramos, Patrícia Constantino, Miriam Schenker e Bruna Soares Chaves Correia, todas do Centro Latino-Americano de Estudos de Violência Jorge Carelli (Claves/ENSP).
No texto, as autoras ressaltam a necessidade de as Polícias Civil e Militar refletirem sobre o assunto, para oferecer aos seus membros que utilizam tais substâncias um atendimento de qualidade. O objetivo do artigo foi investigar o consumo de substâncias lícitas e ilícitas por policiais da cidade do Rio de Janeiro, a partir dos dados de duas pesquisas empíricas desenvolvidas pelo Claves/ENSP. As pesquisas originais forneceram um amplo panorama sobre as condições de trabalho, saúde e qualidade de vida de policiais civis e policiais militares atuantes na capital fluminense. Segundo dados do estudo, o Relatório Mundial sobre Drogas aponta que uma em cada cem mortes de adultos é atribuída ao uso de drogas ilícitas. Entre elas, as mais utilizadas no mundo são a Cannabis (prevalência anual entre 2,6% e 5,0%) e os estimulantes anfetamínicos (excluindo o ecstasy), com prevalência de 0,3% a 1,2%.
Na população adulta mundial, a prevalência do consumo de tabaco é de 25% e a do uso de álcool é de 42%, que são, respectivamente, cinco e oito vezes maiores que a do uso de drogas ilícitas (5,0%). “Estudiosos das dependências às drogas lícitas e ilícitas apontam que o uso, o abuso e a dependência de substâncias psicoativas são mais um sintoma do que um problema em si mesmo. Há controversas e inconclusivas teorias que buscam explicar esse complexo fenômeno. Uma delas defende que o consumo de substâncias psicoativas busca acalmar e aliviar as tensões, ameaças e afetos negativos provocados pelas duras condições de trabalho e de vida e geradores de ansiedade”, explicam as autoras no artigo.
De acordo com o artigo, o Brasil é considerado estratégico na condução de uma política sobre o uso de drogas na América Latina, por suas dimensões e fronteiras com vários países. Além de ser país de trânsito das drogas, é um mercado final para as substâncias ilícitas, não se caracterizando por ser produtor relevante de substâncias psicoativas. Estudo realizado com 7.939 entrevistados em 108 cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes, em 2005, verificou que o uso na vida de qualquer substância psicoativa (exceto álcool e tabaco) no Brasil foi de 22,8%, porcentagem próxima à do Chile (17,1%) e quase metade da verificada nos Estados Unidos (45,4%), países onde levantamento semelhante foi realizado em 2004. Álcool e tabaco, substâncias lícitas, tiveram o maior percentual de uso no país (74,6% e 44%, respectivamente).
Segundo as autoras, nesse contexto, não admira que haja policiais civis e militares dependentes, visto que eles enfrentam um arriscado e estressante cotidiano profissional. O artigo, que utilizou dados de outros estudos desenvolvidos pelo Claves como subsídio, dividiu os profissionais em dois grupos: um com os que atuam nos setores administrativo, operacional e técnico (das Polícias Civil e Militar) e outro com os que trabalham como delegado, policial técnico, inspetor ou investigador, na Polícia Civil, e oficial, suboficial e praça, na Polícia Militar. O artigo analisou dados relativos a 36 unidades da Polícia Civil (15 administrativas e 21 delegacias). Na Polícia Militar, foram investigadas 17 unidades. O estudo levou em consideração três questões para chegar aos resultados: a frequência do consumo, a sua intensidade e os problemas decorrentes do uso de substâncias lícitas e ilícitas.
Os resultados da pesquisa alertam sobre a intensidade do consumo. Quando indagados se ficaram embriagados no último mês, 93,5% dos agentes civis e 86,3% dos militares afirmam que não. Entre os que responderam positivamente, foi observado percentual mais elevado de policiais militares que ficou embriagado (13,7%), contra 6,5% dos civis. Um total de 5,2% dos agentes civis e 8,7% dos militares informaram que ficaram embriagados de um a cinco dias no último mês. Com relação ao cigarro, a maior proporção foi de policiais militares (42,6% contra 25,9% dos civis) que consome de um a dez cigarros diários, ao passo que 74,1% dos civis e 57,4% dos militares fumam mais de 11 cigarros diariamente. O estudo apontou que, entre os policiais do Rio de Janeiro, foi observado maior consumo de tabaco, álcool e tranquilizantes.
“É preocupante a existência de uma parcela de 3% dos agentes militares e 0,5% dos civis que bebem e se embriagam durante 20 ou mais dias do mês, indicando claramente um quadro de dependência alcoólica. Por tudo isso, as duas Corporações devem atentar para a oferta e o consumo de substâncias psicoativas pelos policiais, procurando formas de auxiliá-los desde a sua entrada na polícia, e na continuação do seu trabalho, por meio de estratégias de prevenção ao consumo”, reforçaram as autoras. Acesse a íntegra do artigo.

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Pesquisadores da Unicamp desvendam papel de proteína em metástase

Assim como os tecidos e órgãos humanos, os tumores são formados por agrupamentos de células que aderem e interagem umas com as outras. Se a adesão e a interação entre as células tumorais eventualmente for fraca, maior é a probabilidade de elas se soltarem e migrarem para outros órgãos e tecidos e dar origem à metástase (propagação de um câncer).

Pesquisadores do Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemocentro) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Sangue (INCT Sangue), apoiado pela FAPESP, desvendaram o papel desempenhado por uma proteína – chamada ARHGAP21 – nesses processos de adesão e migração celular.

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Pesquisa da USP revela que adolescentes com HIV/Aids melhoram sua qualidade de vida com atendimento multidisciplinar

Avaliar a qualidade de vida em adolescentes vivendo com HIV/Aids e sua relação com os fatores sócio demográficos e clínicos, foi o objetivo de uma pesquisa defendida no ultimo dia 19 de março na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP.

A Enfermeira e Mestre em Saúde Pública pela FSP/USP, Sofia de Fátima da Silva Barbosa de Oliveira, defendeu a dissertação de mestrado: “Avaliação da qualidade de vida em adolescentes vivendo com HIV/AIDS acompanhados em um centro de referência do Município de São Paulo”, que procurou avaliar o impacto e efeitos da doença em vários aspectos da vida desse jovem, tanto social, físico como psicológico.

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Unesp oferece especialização em Saúde Pública

Inscrições vão até 31 de maio; curso tem como objetivo capacitar profissionais de nível superior para atuação multiprofissional

A Unesp (Universidade Estadual Paulista) abriu inscrições para o curso de especialização em Saúde Pública para o campus Araraquara, na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp.

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Pesquisa aponta que brasileiros estão bebendo com mais frequência

Metade da população brasileira é abstêmia. Na outra metade consumidora de álcool, no entanto, aumentou 20% o número de pessoas que bebe de forma frequente (uma vez por semana ou mais) nos últimos seis anos. Se considerada apenas a população feminina, mais suscetível aos efeitos nocivos do álcool, o aumento foi de 34,5%.

Os dados são do 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), organizado pelo médico Ronaldo Laranjeira, coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

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Saúde e condições de vida dos profissionais de segurança pública

O volume 18, número 3 da revista  Ciência e Saúde Coletiva trata de um tema que vem sendo explorado há alguns anos pelo Centro Latino-Americano de Estudos de Violência Jorge Carelli (Claves/ENSP): as condições de vida, saúde e trabalho dos profissionais de segurança pública. O editorial da publicação, assinado pela pesquisadora Edinilsa Ramos, aborda a saúde dos profissionais de segurança pública. A atual edição traz um debate com a coordenadora do Claves e editora da revista, Cecília Minayo, e mais de cinco artigos temáticos que abordam diversos aspectos do tema, entre eles: trabalho, estresse, sofrimento psíquico, percepção de risco e consumo de substâncias ilícitas.

A publicação conta com uma série de artigos que tratam da vulnerabilidade aos riscos, doenças e agravos físicos, estresse e sofrimento mental dos profissionais de segurança pública. Outros artigos discutem a subjetividade desses agentes, suas percepções e representações sobre si, suas práticas, vivências familiares e destacam, ainda, como as atividades profissionais afetam sua visão de mundo. A maioria das análises apresentada é fruto de pesquisas empíricas inéditas e, em menor parte, de aprofundamentos analíticos e comparativos.

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Princípios do SUS podem nortear agenda pós-2015

O objetivo abrangente de saúde deve maximizar vidas saudáveis em todos os estágios da vida. E aí começa o grande confronto com quem diz que a cobertura universal deveria ser objetivo do desenvolvimento sustentável.” O tom crítico da fala do coordenador do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz (Cris), Paulo Buss, durante a aula inaugural da ENSP, na quarta-feira (3/4), foi direcionado aos que defendem que apenas a cobertura universal deve orientar a saúde na Agenda de Desenvolvimento pós-2015. Ele, que convocou estudantes, pesquisadores, professores e toda a comunidade Fiocruz para a defesa de um sistema de saúde universal, equitativo, integral e de qualidade, revelou que a Fundação pode se associar à Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável como um centro de apoio

Com o tema Saúde na Agenda do Desenvolvimento pós-2015: desafios nacionais e globais, o ex-presidente da Fiocruz esmiuçou o documento resultante da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (CNUDS), a Rio+20, intitulado “O Futuro que Queremos”. Além disso, defendeu que não se assegura desenvolvimento sustentável sem a garantia de uma população saudável. “Temos presente, na nossa visão de sociedade, que saúde e desenvolvimento estão conectados. Uma população mais saudável contribuirá para o desenvolvimento, da mesma forma que populações menos saudáveis terão dificuldade em crescer economicamente e progredir. Sem a preocupação com a saúde, o desenvolvimento será pífio. Não terá sentido se não contribuir para o bem-estar, qualidade de vida e saúde”, afirmou Buss, exemplificando algumas das diversas evidências sobre a relação entre os campos.
Conforme mencionado pelo palestrante, o relatório oficial da Rio+20 inclui a dimensão da saúde como um importante componente. A declaração reconhece que “a saúde é uma precondição para, um resultado de, e um indicador de todas as três dimensões (econômica, ambiental e social) do desenvolvimento sustentável”.  O documento traz nove parágrafos sobre o tema e, segundo Paulo Buss, será um orientador do processo de elaboração da Agenda de Desenvolvimento das Nações Unidas pós-2015, pois reconhece a importância de estabelecer Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), que devem ser coerentes e integrados à agenda.
Para embasar a construção da Agenda de Desenvolvimento pós-2015, foi criado, em julho de 2012, pelo secretário-geral das Nações Unidas, um Painel de Alto Nível na intenção de assessorar o estabelecimento de um marco de referência à sua construção. De acordo com Buss, o painel irá apresentar seu relatório ao secretário-geral em setembro de 2013. O intuito é avaliar o progresso com relação aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs) e discutir as opções para o pós-2015. As 11 consultas temáticas são as seguintes: desigualdades, governança, saúde, sustentabilidade ambiental, dinâmica populacional, água, crescimento e desenvolvimento, conflito e fragilidade, segurança alimentar e nutricional, educação e energia.
No caso da consulta para a saúde, o processo está sendo liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em colaboração com os governos da Suécia e Botsuana. Os objetivos dessa consulta temática são três: avaliar os avanços e as lições aprendidas com os ODMs relacionados com saúde; discutir o posicionamento da saúde no marco de referência para a Agenda de Desenvolvimento pós-2015; e propor objetivos e metas de saúde para essa agenda, incluindo recomendações para sua implementação, medida e monitoramento.

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Caminhar e correr têm custo zero e fazem bem à saúde

 

A caminhada é um tipo de atividade física mais democrática. Não exige habilidade, apenas disposição; é barata, pode ser feita praticamente a qualquer hora do dia, não tem restrição de idade. Para praticá-la basta apenas um bom tênis. Ao lado da corrida e do ciclismo, forma o tripé de exercícios de baixo custo e de alto benefício à saúde.

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