As mulheres pobres, jovens e nordestinas são mais vulneráveis aos abortos inseguros no Brasil, onde no ano passado a média diária foi de 686 internações no Sistema Único de Saúde (SUS) para tratamento de complicações pós-aborto. É o que mostra o relatório "Morte e Negação: Abortamento Inseguro e Pobreza", divulgado hoje (30) pela Federação Internacional de Planejamento Familiar (IPPF, na siga em inglês), entidade que atua em 150 países.
De acordo com a federação, o Brasil é responsável por 1 milhão de interrupções de gravidez de forma insegura a cada ano. O estudo revela que a média brasileira no ano passado foi de 2,07 abortos induzidos por grupo de 100 mulheres. O problema é mais grave na Região Nordeste, onde a taxa é de 2,73, maior que a média nacional. A Região Sul foi a que apresentou a menor taxa, de 1,28 por 100 mulheres. O relatório aponta o Nordeste como uma das regiões de menor poder econômico, onde as mulheres têm menos acesso aos serviços de saúde e que concentra as maiores taxas de analfabetismo, de 18%.
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