Iniciação sexual precoce, mais do que três filhos, maior tempo com diagnóstico e histórico de violência, são fatores que aumentam pensamentos suicidas em mulheres que vivem com HIV, concluem os pesquisadores Roger Flores Ceccon, Stela Nazareth Meneghel e Vania Naomi Hirakata, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no artigo “Mulheres com HIV: violência de gênero e ideação suicida” que é um dos destaques da última edição da Revista de Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, já disponível on-line (RSP v48, n5, São Paulo, Out 2014).
No entendimento destes autores, há múltiplas iniquidades, em especial o desequilíbrio de poderes de gênero. A desigualdade de poderes entre os sexos incide na socialização dos sujeitos, o que contribui tanto para a exposição e infecção pelo HIV quanto para a eclosão da violência na vida dessas mulheres (antes ou depois do diagnóstico), desencadeando, por fim, o desejo da morte.
Os pesquisadores observam ainda que, a despeito do aumento na expectativa de vida, o HIV segue impondo às portadoras limitações sociais, profissionais e afetivas, além de dificu