Cientistas descobriram sinais no cérebro de pacientes vegetativos que sugerem que eles podem estar com um grau de consciência – mesmo que pequeno – quando se encontram neste estado.
Médicos normalmente consideram que estes pacientes, que sofreram sérios danos cerebrais, não tomam conhecimento do mundo à sua volta, apesar de parecerem estar acordados.
Os pesquisadores esperam que seu trabalho ajude a identificar aqueles que estão de fato conscientes e apenas não conseguem se comunicar.
Depois de sofrer danos graves no cérebro, como os que podem ocorrer em acidentes de trânsito ou ataques cardíacos, algumas pessoas pessoas parecem estar acordadas, mas não reagem a acontecimentos ao seu redor.
Médicos descrevem este estado como vegetativo.
Normalmente, pacientes abrem seus olhos e olham ao seu redor, mas não têm reações a comandos e não realizam movimentos por vontade própria.
Algumas pessoas podem ficar assim por muitos anos.
Mas pesquisas recentes sugerem que alguns pacientes podem estar de fato conscientes do que ocorre ao seu redor e só não conseguem se comunicar.
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Uma equipe de cientistas da Universidade de Cambridge estudou 13 pacientes em estado vegetativo, mapeando a atividade elétrica de seus nervos e depois comparando os resultados com os de pacientes saudáveis.
Em ambos os casos, os sinais encontrados foram bem parecidos.
“Isso sugere que algumas das redes neurais que dão suporte à consciência em adultos saudáveis podem estar bem preservadas em pessoas que se encontram em um estado vegetativo duradouro”, disse o pesquisador Srivas Chennu, que liderou o estudo.
Num segundo estágio da pesquisa, os cientistas escanearam o cérebro com um aparelho de ressonância magnética enquanto pediam a eles para imaginarem que estavam jogando tênis.
Estudos anteriores haviam mostrado que a área do cérebro de pacientes vegetativos ligada a movimentos planejados se acendia quando era pedido a eles para realizar esta tarefa.
E o time de Cambridge descobriu resultados parecidos nos quadro de pacientes estudados, o que sugere que eles estavam conscientes o suficiente para entender a ordem e para decidir segui-la.
“Isso pode ser útil para as famílias dos pacientes e dos profissionais de saúde que cuidam deles”, afirmou Chennu.
O cientista Tristan Bekinschtein também fez parte do estudo e esclarece que o teste tem algumas limitações, mas que, junto com outros exames, isso pode ajudar na avaliação dos pacientes.
“Se as redes cerebrais da consciência de um paciente estão intactas, então, sabemos que eles provavelmente estão conscientes do que se passa à sua volta.”