O trabalho de uma pesquisadora do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz) recebeu menção honrosa no 1º Encontro Ibero-Americano de Toxicologia e Saúde Ambiental (Ibamtox). O estudo, que investiga a passagem do antimônio para o leite materno durante a lactação, foi desenvolvido pela biomédica Karen Friedrich. O antimônio é o elemento principal do medicamento de escolha para o tratamento das leishmanioses no Brasil, explica. O evento premiou 28 das 152 pesquisas expostas e foi realizado em Ribeirão Preto (SP). Agora, Karen pretende que o trabalho laureado (intitulado Milk, blood and organ distribution of antimony in lactating rats treated with meglumine antimoniate) se transforme em artigo a ser publicado em revista científica indexada.
Em sua pesquisa, a biomédica administrou o antimônio em ratos lactantes e observou a transmissão do elemento químico das mães para as proles durante a amamentação. Essa conclusão já seria suficiente para não se recomendar o uso de remédios com antimônio em lactantes humanas, mas o estudo da cientista foi além e lançou uma discussão levando-se em conta a condição social do país. A maioria dos infectados por leishmaniose são pessoas em condições sociais precárias, muitas vezes com dificuldade de acesso a substituintes adequados para o leite materno. Dessa maneira, a restrição da amamentação durante o tratamento com antimoniais é uma questão complexa que extrapola o ambiente acadêmico, observa.
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