A tireoide é uma glândula em forma de borboleta localizada no pescoço, logo abaixo da região conhecida popularmente como gogó. A tireóide produz hormônios para que órgãos importantes como coração, cérebro, fígado e rins, funcionem bem. No entanto, eventualmente, podem aparecer nódulos na tireoide. Às vezes, esses nódulos são cancerosos. Nesses casos, há necessidade de retirar a glândula. Mas, após a retirada, o paciente não fica prejudicado se fizer reposição desses hormônios.
É o que faz a gerente de tecnologia, Cássia França. Ela retirou a tireoide há quatro anos e tem uma vida normal. “Estou só na fase de monitoramento e tenho que tomar o hormônio sintético para o resto da vida. Você fazendo a reposição correta, é normal, é um remédio que você vai tomar pra vida toda, mas não influencia absolutamente em nada na sua vida”, conta França.
Um dos tratamentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) aos pacientes com tumor na tireoide é a iodoterapia. O procedimento, indicado para depois da retirada da glândula, utiliza o iodo para destruir as células comprometidas que ainda restaram após a cirurgia. Para casos de baixo risco de reincidência da doença, o iodo é administrado em baixas dosagens e o paciente pode ir para a casa logo depois da intervenção. É o que explica a endocrinologista do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), Fernanda Vaisman.
“São tumores mais simples, pequenos, que têm um prognóstico, que significa o quê que vai acontecer com o paciente daqui para frente, muito bom. E aí isso é um avanço bom tanto para os pacientes quanto para a rede porque sobrecarrega menos a rede e aí só precisa ficar internado para fazer a iodoterapia aqueles pacientes com a doença mais agressiva”, comenta Vaisman.
Já para os casos mais complexos, o iodo é administrado em doses elevadas e exige que o paciente permaneça internado para evitar o risco de radiação. A endocrinologista conta que a iodoterapia, para quaisquer casos, não compromete a qualidade de vida do paciente. “Pode deixar o olho um pouco seco, a boca um pouco seca, pode dar um pouquinho de dor nas glândulas salivares. Ela não é nada parecida com quimioterapia, nem com radioterapia, ela não faz cair o cabelo, não faz a pessoa ficar enjoada, emagrecendo. Então é muito mais tranquila do que qualquer desses outros cânceres que a gente ver que tem que tratar com quimioterapia, que tem um efeito no organismo como um todo. A iodoterapia é bem focada na tireoide”, explica a médica.
O SUS oferece tratamento complementar de câncer de tireoide com iodoterapia há mais de 50 anos.